Família de campeões vê renovação

Numa rua sem saída do bairro do Cabula, em Salvador, uma movimentação intensa acontecia na noite de uma quinta-feira, em frente a um galpão branco. Lá dentro, um ringue, os sete pôsteres de Popó e os oito sacos de areia pendurados que cercavam a área de combate denunciavam que aquele espaço era reservado ao boxe.
Naquele dia, 38 atletas das categorias infantil, cadete e juvenil subiriam ao ringue do Centro Acelino Freitas com a esperança de agradarem o grupo de olheiros da CBBoxe.

Márcio Lima/Arcapress

Vítor Oliveira; no detalhe, Popó

Eles estavam ali a fim de selecionar garotos que demonstrassem potencial para integrarem uma futura equipe olímpica. "Vamos começar a formar aqui a primeira seleção brasileira cadete de boxe", avisava o técnico da seleção adulta, João Carlos Soares.
No decorrer do evento, um garoto ágil, de baixa estatura e músculos bem definidos, roubou a cena. Com golpes diretos e um poderoso gancho, Vítor Oliveira, 15, foi consenso entre os olheiros e campeão do torneio na categoria 54 kg.
Da platéia lotada, ouviu-se alguém gritar: "É sobrinho do Popó!". O outro tio e treinador, Luiz Cláudio Freitas, pugilista brasileiro que disputou a Olimpíada de Barcelona (1992), completou: "E futuro campeão mundial".
Há três anos no esporte, Vítor é a renovação da família nos ringues. (GIULLIANA BIANCONI)