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Sono
04/12/2004

Barulho faz nome da rua Sonhos virar ficção

AMAURI ARRAIS
Da equipe de trainees

Renato Stockler/Folha Online
Helder Magalhães, 25, queria morar em um lugar menos barulhento
Nos 61 metros que separam a primeira da última casa da rua Sonhos, uma pequena travessa sem saída em Vila Fidélis Ribeiro (zona leste de São Paulo), cabem muitos pesadelos.

Para o advogado Helder Barros Magalhães, 25, eles vêm das ruas em forma de barulho. De madrugada, Helder costuma despertar com o ruído dos freqüentadores de uma casa de shows próxima dali, na avenida São Miguel.

O ruído produzido por bares e restaurantes, não por acaso, lideram o ranking de reclamações do Psiu, o Programa de Silêncio Urbano da prefeitura que recebe uma média de 71 queixas diárias.

Durante o dia, os moradores da rua, às margens do cruzamento entre as avenidas São Miguel e Amador Bueno da Veiga, duas das mais movimentadas da região, sofrem com o barulho de carros e caminhões.

Mas não o mecânico Silas Miguel, 46, para quem o tráfego não é incômodo. "Já me acostumei", diz, entre uma pancada e outra na sua oficina mecânica.

Principal fonte geradora de poluição sonora em São Paulo, o tráfego coloca a cidade entre as mais barulhentas do mundo, ao lado do Rio de Janeiro, Tóquio e Nova York, segundo o documento Informe Geo Cidade de São Paulo, elaborado pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

Da rua em que os moradores dizem sonhar pouco, ninguém sabe de onde veio o nome. Apesar disso, Miguel, nascido na época em que a via era conhecida pela denominação de "travessa 3", gosta da atual. "Tem coisa melhor do que sonhar?", questiona.

Já para o vizinho Helder, a "rua dos sonhos" poderia ser até no mesmo bairro, mas não exatamente ali. "Só queria morar num lugar menos barulhento", diz.
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