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11/12/2010

Comissárias sentem falta dos tempos de glamour

MARIA PAULA AUTRAN
MARINA MESQUITA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Participar de concursos de beleza e estampar páginas de jornal. Ter o privilégio de conviver com artistas e personalidades, como Ayrton Senna e Pelé. Pode parecer carreira de miss, mas, no passado, isso era parte da rotina das comissárias de bordo.

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Com cerca de 30 anos de Varig (empresa que foi dividida em duas e teve parte comprada pela Gol em 2007), a ex-aeromoça Carmen Regina de Oliveira viveu a "época de ouro" da aviação, em que voar era para poucos devido às passagens caras.

Arquivo Pessoal/Reprodução
Carmen em dia de trabalho na década de 1970
Carmen em dia de trabalho na década de 1970

Ela conta que, quando começou, em 1973, existia uma imagem glamourosa da profissão. "Os passageiros entravam de chapéu. Hoje as pessoas viajam de chinelo", diz.

Aparência e elegância também eram aspectos fundamentais das roupas e do comportamento das aeromoças. Nas empresas, havia até concursos de beleza entre as comissárias. Carmen participou de um desfile de uniformes no México em 1978 e chegou a se candidatar a rainha da Varig.

"Hoje você não vê mais aeromoças elegantes. O cabelo era coque; era proibido ser solto como é hoje. Podia ser no máximo curtinho", lembra. "Uma vez eu estava uniformizada e entrei numa loja. A menina se assustou e disse: 'Eu nunca vi uma aeromoça na vida!'."

FESTA

Foi justamente essa imagem que influenciou Gelda Luciula Magalhães, em 1970, a escolher a profissão. "A gente se preparava como se fosse a uma festa, para receber pessoas importantes."

Também ex-funcionária da Varig, Luciula se encantou pela profissão quando conheceu uma aeromoça em um encontro com amigos.

"Quando eu vi aquela coisa linda do uniforme, e ela falando com o olho brilhando, disse: 'Meu Deus, isso eu quero para mim; quero viajar, me vestir [assim], aprimorar meu inglês'.

Para ela, quem dita as regras agora na aviação é a praticidade. "Tem que ser rápida como uma máquina", diz. "A exigência da empresa já é outra, a pessoa pode ser mais baixa, mais gordinha."

Renata Albuquerque, 26, é aeromoça de uma nova geração. Há dois anos na profissão, ela conta que o glamour influenciou sua decisão sobre a escolha da carreira, mas vê mudanças. "[Os passageiros] não te veem com o respeito pela responsabilidade que você tem não só de servir, mas de orientar em uma emergência. Acham que você é garçonete."

Nelson Veiga - 24.nov.10/Folhapress
Carmen e a nora Renata, aeromoças, mostram o antigo uniforme da Varig
Carmen e a nora Renata, aeromoças, mostram o antigo uniforme da Varig
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