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Vícios modernos
20/06/2004

OS EXCESSOS E EU: FÉ E TERAPIA AMENIZAM COMPULSÕES

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA EQUIPE DE TRAINEES

Comportamentos compulsivos são uma marca registrada de Raquel (nome fictício), 37, professora do interior paulista. Formada em pedagogia e filosofia, fez duas pós-graduações e 86 especializações. O excesso não pára por aí. Ela já teve diversas compulsões, como sexo, comida e compras.

Casada desde os 15 anos, Raquel classifica seu sentimento pelo marido como um vício. "Eu amo meu marido demais, mais do que a meus filhos. Mas vou sarar, preciso aprender a me amar antes", afirma. Atualmente freqüentando o grupo de apoio às Mulheres que Amam Demais (Mada), a professora vem a São Paulo toda semana, apenas para as reuniões.

O casamento de Raquel também passou por conflitos devido à compulsão sexual. "Meu marido funcionava a 20 km por hora, e eu, a 200". Ela afirma precisar de sexo pelo menos três vezes por dia, mas, como não consegue manter essa freqüência com o marido --que trabalha em outra cidade durante a semana--, diz confiar em seu "poder superior" para controlar seu vício.

Para dominar a compulsão por comida, Raquel toma remédios e freqüenta os Comedores Compulsivos Anônimos (CCA), mas ainda tem momentos de crise. "Quando fico ansiosa, como uma pizza inteira, perco o controle."

A compulsão por compras também acompanha Raquel há tempos. Ela afirma que, desde a infância, gasta compulsivamente, e que não pode ter dinheiro algum em mãos. "Comprei uma cozinha e uma sala, sem necessidade e sem ter um tostão para pagar. Fiz uma dívida de mais de R$ 5.000". Ela diz que ainda pretende freqüentar os Devedores Anômimos.

Além dos grupos de apoio, Raquel diz encontrar ajuda na religião. Evangélica há 12 anos, ela atribui a seu pastor e terapeuta a consciência de suas doenças. "Procurar ajuda é amenizar a compulsividade. Você acredita no "poder superior" e deixa tudo na mão dele. Não tenho esperança de ser curada, mas vou melhorar."

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