Diamantina
Mirella Domenich/Folha Imagem
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Vista do casario colonial de Diamantina, em Minas Gerais |
FERNANDO CAMINATI*
da Folha Online
Quem gosta de cultura, história e aventura tem um prato cheio em Diamantina (290 km ao norte de Belo Horizonte), onde os casarões do século 18 “tocam” música e a natureza oferece muitas trilhas, cachoeiras e caminhadas.
Incrustada no Vale do Jequitinhonha, na região onde no século 18 foram descobertas as primeiras minas de diamante do Brasil, Diamantina ainda encanta por sua história, suas ladeiras de pedra e seus casarões, tão bem cuidados que deram à cidade -antigo Arraial do Tijuco-, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Apesar de pequena, a cidade é bem preservada -tanto em suas ruas quanto em seu centro histórico- e oferece uma tranquilidade que o turista não encontra mais em Ouro Preto, outra cidade histórica de Minas. Diamantina perde, no entanto, no quesito compras: não vá esperando uma profusão de artesanato local. Aproveite as atividades culturais e os passeios de aventura que a região oferece.
Vem dos casarões do centro histórico um dos eventos culturais mais característicos e charmosos de Diamantina, a Vesperata.
A ladeira da rua da Quitanda fica tomada por mesinhas onde o público pode beber vinho e comer petiscos típicos da região. De repente, no meio da rua de pedra, levanta-se um maestro; das janelas dos casarões centenários que circundam o largo saem meninos e meninas de uma fanfarra; os casarões da cidade “executam” então as tradicionais serenatas e serestas. Um espetáculo imperdível pela originalidade e beleza com que é feito.
As serestas, aliás, têm papel fundamental na história da cidade e influenciaram até um de seus filhos mais ilustres: o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Um dos políticos mais populares da história brasileira, o presidente “bossa nova”, idealizador e construtor de Brasília, é o grande orgulho de Diamantina, sendo homenageado em estátua e num museu montado na casa onde ele foi criado, que conta com vários objetos de sua infância.
Outro personagem da história do Brasil que teve Diamantina como casa foi a “rainha negra” Xica da Silva. Imortalizada na música de Jorge Benjor e no filme homônimo, a história da escrava que ascendeu à elite da sociedade diamantinense e se tornou uma das mulheres mais poderosas das Minas no século 18 é contada no museu da Casa de Xica da Silva e nas histórias dos moradores. Para quem quer mergulhar no passado minerador de Diamantina, o Caminho dos Escravos é outra boa pedida.
Mas a aventura também tem lugar em Diamantina. Porta de entrada das chapadas da região central do Brasil, a cidade é circundada por cachoeiras de até 70 m de queda e tem vegetação densa e preservada. Os picos favorecem as escaladas e o rapel, e os vales são propícios às caminhadas.
*O jornalista Fernando Caminati viajou a Diamantina a convite da CVC, da Vasp e da Secretaria de Turismo de Minas Gerais
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