Lençóis Maranhenses - Betânia e Espigão

Janaina Fidalgo/Folha Imagem

À direita, uma das dunas de Betânia; acima, moradores em lagoa do vilarejo e abaixo, turista inglês mostra foto tirada com câmera digital

JANAINA FIDALGO
da Folha Online

“As dunas eram longe e o rio, grande e fundo. Hoje tudo é seco porque a morraria acabou com o rio”. A constatação da dona-de-casa Marli Rodrigues de Sousa, 54, moradora de Betânia, sintetiza o eterno “duelo” da areia e da água nos Lençóis Maranhenses.

Em Betânia, vilarejo onde moram cerca de 32 famílias, a imensa lagoa vai aos poucos se afastando, cedendo espaço para o deserto e dividindo-se em pequenos poços de água. A escassez de água transforma as lagoas que resistem à seca em áreas de múltiplo uso, onde os moradores lavam roupa sobre bancos de madeira, tomam banho e as crianças brincam.

No verão, é possível caminhar pela região e atravessar as lagoas andando a pé ou em veículos 4x4. Mas esse cenário seco se transforma a partir de março, quando a água da chuva volta a encher as lagoas da região, colorindo a areia branca e fina e unindo todos os poços.

O contraste das dunas extremamente brancas, das lagoas azuladas e da vegetação que se fixa na areia prolonga-se durante toda caminhada por Betânia, onde também se vêem aguapés e cajueiros.

Distante 15 minutos de Betânia, cerca de 7km, chega-se ao Espigão. Ainda mais selvagem e com menos vegetação, escorregar ou descer correndo pelas dunas, altas e íngremes, é a principal diversão.

Para recuperar-se das subidas e descidas, nada melhor que tomar um banho de lagoa ou ficar sentado no topo da duna, onde o vento incessante espanta o calor.

*A jornalista Janaina Fidalgo viajou a convite da RCA Tours (www.rcatours.com.br/), da TAM (www.tam.com.br) e da Korubo Expedições ( www.korubo.com.br).