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Recife - O 'mangue beat'

Marcelo Soubhia/Folha Imagem
Chico Science, líder do "mangue beat"

REINALDO CARUSO
da Folha Online

"Modernizar o passado é uma evolução musical", dita a letra de "Monólogo ao Pé do Ouvido - Banditismo por Uma Questão de Classe" , de Chico Science & Nação Zumbi.

O primeiro disco da banda, "Da Lama ao Caos", foi um dos marcos de nascimento do movimento "mangue beat", de Recife. Chico e Fred Zero Quatro (Mundo Livre S.A.) foram seus grandes idealizadores, no começo da década de 90.

Diferentemente do resultado negativo que normalmente as fusões trazem consigo, sua mistura de maracatu, ciranda, coco, embolada, funk, rock e música eletrônica contribuiu para que o grande público de outras regiões brasileiras _guardadas as devidas restrições impostas pela TV_ conhecesse essas faces esquecidas e riquíssimas da cultura popular nordestina.

O grande mérito do movimento foi não pasteurizar, mas exaltar os timbres e honestidade de cada ritmo. A estética do mangue ganhou espaço, incorporou elementos urbanos e saiu para o mundo.

Os tributos aos "caranguejos com cérebro", como se autodenominaram os "mangue boys", podem ser vistos nos óculos enormes usados pelos percussionistas de blocos até então tradicionais e em muros grafitados com a imagem de Chico Science, morto em fevereiro de 1997 num acidente de carro.

Graças ao mangue beat, Recife e Olinda hoje são conhecidas como o centro da efeverscência cultural nordestina e, por que não dizer, brasileira. A partir de então, o mercado fonográfico abriu os olhos para outros nomes de várias vertentes da música local, como Mestre Ambrósio, Cordel do Fogo Encantado, Sheik Tosado etc. FAÇA UM TOUR VIRTUAL POR RECIFE E OLINDA

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