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Gabriel García Márquez

Crédito: Ana Lúcia Araújo RENATO ROSCHEL
do Banco de Dados

Gabriel José García Márquez nasceu a 6 de março de 1928, ano em que sua cidade, Aracataca, grande produtora de bananas, começava a entrar em uma grave crise, por causa da queda de preço do produto.

García Márquez cresceu tímido e quieto, embalado pelas histórias de seu avô materno, Nicolás Ricardo Márquez Mejía, um coronel liberal, veterano da Guerra dos Mil Dias (1899-1903), que viveu em Aracataca, vila que ajudou fundar; e as superstições de sua avó materna, Tranquilina Iguarán Cotes, uma mulher extremamente supersticiosa que teve tanta influência na infância de García Márquez quanto seu avô.

Tranquilina acreditava intensamente em crendices populares e teve a vida rodeada de histórias de fantasmas e premonições. Essa maneira de ver o mundo foi decisiva para o desenvolvimento estilístico do autor.

As primeiras lições que García Márquez recebeu foram dadas por seu avô-coronel, que também mostrou para García Márquez, pela primeira vez, em um circo que visitava a cidade, um exótico bloco de gelo (tal episódio é rememorado nas páginas de "Cem Anos de Solidão", considerado, por muitos, o livro mais importante de sua carreira).

García Márquez só foi morar em Sucre com seu pai, Gabriel Eligio García e sua mãe, Luisa Santiaga Márquez Iguarán, aos 8 anos, quando da morte de seu avô, mesma época em que sua avó começou a ficar cega.

Em 1940, García Márquez ganhou uma bolsa de estudos para uma escola secundária. A escola, o Liceu Nacional, ficava em Zipaquirá, a 48 km ao norte de Bogotá. Após a graduação, aos 18 anos, García Márquez matriculou-se, para satisfazer a vontade de seus pais, como estudante de direito, na Universidade Nacional de Bogotá.

A grande mudança na vida de García Marquéz, segundo o próprio escritor, foi quando um amigo lhe emprestou para leitura um pequeno livro: uma cópia em espanhol de "A Metamorfose", de Franz Kafka, traduzido pelo escritor argentino Jorge Luis Borges.

O livro causou um grande efeito em García Márquez, fazendo-o admirar aquele tipo de literatura que não seguia uma narrativa reta e desdobrava-se fora de um espaço tradicionalmente já demarcado. "Eu pensei comigo mesmo: eu não conheço ninguém que permitiu-se escrever coisas como aquelas. Se eu soubesse, eu teria começado a escrever a muito tempo atrás", disse.

Outro fato de grande importância na vida do autor foi o assassinato de Jorge Eliecer Gaitán, esquerdista do partido Liberal, em 9 de abril de 1948, o que levou-o a participar dos distúrbios do "el Bogotázo", nos quais teve seu próprio quarto parcialmente queimado. Após os distúrbios, García Márquez acabou se transferindo para a Universidade de Cartagena, onde a situação era mais pacífica.

Em Cartagena, num encontro casual com o médico e escritor Manuel Zapata Oliveira, foi convidado para ir até a redação do jornal "El Universal". E por lá ficou, passou a assinar uma coluna diária chamada "Punto y Aparte" no jornal de Cartagena. Em janeiro de 1950, decidiu abandonar seus estudos de direito, passando a trabalhar exclusivamente nos seus livros e no jornal "El Heraldo", de Barranquilla, onde assinava uma coluna, "La Jirafa", com o pseudônimo de Septimus, sobre assuntos da atualidade. É também em 1950 que seu conto "Un Dia Despues de Sabado" ganha o prêmio da Associação de Escritores e Artistas de Bogotá.

No começo da década de 50 García Márquez, Gabo, como é conhecido, após uma viagem à sua cidade natal, depois de anos de ausência, escreveu seu primeiro romance, "Folhas Mortas". A obra, inicialmente rejeitada pela primeira editora que leu o manuscrito, virou um sucesso quando publicada, em 1955. É neste livro que pela primeira vez aparece a fictícia cidade de Macondo, local imaginário onde criariam vida os personagens de "Cem Anos de Solidão".

Em 1954, voltou para Bogotá e foi trabalhar no jornal "El Espectador" como escritor de contos e crítico de cinema. Em 1955, García Márquez escreveu a história de Luis Alejandro Velasco, um náufrago que após ter ficado por dez dias em um bote é transformado em herói nacional, utilizado como peça de propaganda do governo colombiano, pois o barco que afundara era da marinha colombiana e carregava cargas ilegais.

Ao fazer uma visita à redação do "El Espectador", Velasco, desapontado com o governo e convencido pelos editores, oferece ao jornal a verdadeira história de seu naufrágio. García Márquez escreve, como "ghost-writer", o folhetim, "A Verdadeira História da Minha Aventura", por Luis Alejandro Velasco.

Após a publicação, Velasco foi expulso da Marinha e García Márquez enviado a Itália para cobrir a doença do papa Pio 12, e também para evitar correr riscos com possíveis represálias do governo colombiano. Gabo foi então correspondente em Roma e Paris. Foi também nesse período o lançamento de "Folhas Mortas", em Bogotá. García Márquez só retornou à Colômbia em 1958.

Em 1959, García Márquez passou a trabalhar para a agência cubana de notícias La Prensa. Depois foi enviado pela agência a Havana e Nova York, onde trabalhou até 1961. Durante o restante da década de 60, García Márquez foi para a Cidade do México, onde atuou como jornalista, roteirista e publicitário. Os livros "Os Funerais da Mamãe Grande" e "A Má Hora (O Veneno da Madrugada)", que conquistou o Concurso Literário Esso da Colômbia, em 1961, foram publicados em 1962.

Foi em 1967, durante sua estada no México, que García Márquez escreveu "Cem Anos de Solidão", obra que recriou a ficção latino-americana com o chamado "realismo fantástico". A obra também foi reconhecida pela academia sueca, que lhe concedeu o Nobel de Literatura em 1982.

Gabriel García foi escolhido, no dia 2 de maio de 1996, o maior escritor vivo, numa enquete feita pela revista suíça "L'Hebdo" junto a 18 críticos literários de todo o mundo. Sua última obra publicada é "Notícia de um Sequestro", de 1997. O livro narra vários casos de jornalistas e mulheres de políticos mortos por narcotraficantes na Colômbia, em 1990.

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