Índia

Roberto Rocha/Arquivo Pessoal

Calcuta: uma das cidades mais interessantes da Índia, ainda um pouco longe do século 21 (dez.1999)

O caminho Himachal Pradesh-Laddak-Kashmir, no Himalaia indiano, foi uma das melhores e mais difíceis pedaladas até hoje. A estrada Manali-Leh-Srinagar é a segunda estrada mais alta do mundo (a mais alta também fica no Laddak), e o ponto mais alto que cruzei, o passo de Lachlung, fica a 5.350m de altitude. As ascensões chegam a 2.000m, são mais de 50km de subida, o que toma praticamente um dia inteiro no pedal.

Às vezes da para pegar um reboque nos caminhões da TATA (a estatal que fabrica veículos na Índia) e ganhar um tempinho, embora seja meio arriscado. E ainda tem o problema da altitude, que, somado ao frio e ao cansaço, pode estragar o passeio. Ficar doente no meio do nada não é divertido. No Laddak, você aprende a respeitar as montanhas e "pegar leve".

Mas toda essa dureza é compensada pela bela paisagem, pelo maravilhoso céu e pela diversidade cultural, étnica e natural da região. O Laddak é mais seco, com predominância do povo tibetano (refugiados) que se concentra em Leh e em povoados ao longo do rio Indus. O Himachal Pradesh (região de Manali) é mais hindu, mais floresta e a Kashmir é mais muçulmana e alpina.

De Manali a Leh, são uns 600km, mais uns 600km de Leh a Srinagar (Kashmir). A estrada vai junto à fronteira Índia-Paquistão, uma região de conflito e, por isso, sem turistas. Bem preservada. Bom, tem um acampamento militar a cada 5km, e eles te param toda hora para checar passaporte e tomar um chá (o "tchai", chá com leite bem popular na Índia).