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Rouen - Personagem

GUSTAVE FLAUBERT

Filho de um médico de família abastada, Gustave Flaubert _um dos maiores artistas de toda a história da ficção em prosa_ nasceu em 1821 na província de Rouen. Cresceu dedicando-se a leituras românticas, mas fez fama com livros que podem ser entendidos como anti-românticos ou realistas.

Flaubert foi um grande estudioso da estupidez humana e um assíduo colecionador das burrices que leu em livros e jornais. Para ele, o lugar onde a estupidez mais abundava era a província. E é a província o pano de fundo de seu romance mais famoso, "Madame Bovary".

Emma Bovary, personagem principal do livro, é a demonstração de como alguém pode tornar-se o resultado de uma completa estupidez. Ela é o retrato fiel da incapacidade intelectual, emocional e da insensibilidade moral que, para Flaubert, eram os principais componentes das sociedades provincianas. Sociedades nas quais, em nome de um pseudo-romantismo, as pessoas emprestavam a si mesmas personalidades fictícias e desempenhavam um papel que não se reunia com as suas verdadeiras naturezas.

No ano em que o livro "Madame Bovary" foi publicado, houve na França um grande interesse pelo romance, pois levou seu autor a julgamento. A obra foi considerada imoral pelo governo francês, que decidiu mover um processo contra o autor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista "Revue de Paris", em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes.

A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos puritanos da época, que não perdoaram o autor pelo tratamento cru que ele tinha dado ao tema do adultério no romance.

Flaubert era, segundo alguns críticos, contra tudo aquilo que ele mesmo representava, pois sendo filho de um provinciano rico e vivendo de rendas em sua idade adulta, sua obra teria sido fruto da tensão que o autor tinha com a sua própria condição de burguês.

O que leva tais críticos a essa conclusão são afirmações feitas pelo próprio Flaubert como, por exemplo, "Madame Bovary sou eu" (durante o seu julgamento no Tribunal do Sena) e "A orgia dos interesses equilibrava-se com os delírios da miséria", a respeito da sociedade francesa que ele retratou em seus romances e de que ele próprio fazia parte.

Flaubert escreveu ainda "Educação Sentimental" (1869), onde narra uma relação platônica entre um jovem e uma mulher mais idosa, que espelha seu próprio envolvimento com madame Schlésinger; "Três Contos" (1877), em que tenta alcançar o estilo imparcial característico de seus principais trabalhos; "Salambô" (1862) e "A Tentação de Santo Antônio" (1874), onde sua paixão pela temática da estupidez da burguesia e seu amor pelo exótico são encontrados. Gustave Flaubert morreu em 8 de maio de 1880.


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