Publicidade
Publicidade
12/05/2003
-
04h47
A fortaleza de Santa Cruz, na ilha de Anhatomirim, incita um retorno à história militar, que vai da tentativa da Coroa portuguesa de proteger a ilha de Santa Catarina contra ataques de embarcações estrangeiras, no século 18, a revoltas, prisões e degolas no século 19, no governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894).
Entre mitos, verdades e fantasmas, Santa Cruz, administrada pela UFSC e sob jurisdição do município de Governador Celso Ramos, é a maior fortaleza na região Sul e a mais bem conservada, se comparada às vizinhas Ratones e São José da Ponta Grossa, às quais, no passado, competia a segurança da ilha num complexo sistema de defesa triangular.
Tombada em 1938 como patrimônio histórico, a construção de Santa Cruz, iniciada em 1739, foi ordem de dom João 5º, rei de Portugal, em tempos de rixas por terras do Novo Mundo.
Anualmente, 140 mil visitantes vão a Anhatomirim.
Do mar, avistam-se, na ilha de 45 mil metros quadrados, canhões e edifícios imponentes de arquitetura colonial. Atracado o barco, para chegar ao topo, atravessa-se um pórtico, cuja construção apresenta traços orientais, que lembram um pagode chinês.
Olhando para os prédios, a casa do comandante, o quartel das tropas, os canhões, o mar, as verdades e as mentiras vão pipocando.
Diz a lenda que, do forte, nunca foi disparado um único tiro de canhão. Lorota. "Os canhões eram utilizados para homenagem, para sinalização. No sentido bélico, nunca foram usados no século 18", explica Roberto Tonera, 41, responsável pelas obras de restauro da fortaleza e coordenador do projeto Fortalezas Multimídia.
Conta-se que, para a junção das pedras no edifício mais significativo em Santa Cruz, o quartel das tropas, era utilizado óleo de baleias. "Não há
comprovação", diz.
Fato real: para lá foram levados vários dos revoltosos da Revolução Federalista e da Revolta da Armada, derrotados pelas tropas de Floriano Peixoto em 1894.
"No combate com Floriano, pela primeira vez no Brasil, utilizaram-se torpedos, que afundaram o Aquidaban. Entre 40 e 146 pessoas foram levadas a Anhatomirim e executadas sumariamente."
Segundo Tonera, a maioria teria sido enforcada e não fuzilada (saída mais honrosa). Outra verdade. A árvore dos Enforcados está lá para os guias contarem a história.
Para ninguém se esquecer da derrota, a cidade de Desterro recebeu o nome de Florianópolis, em homenagem ao marechal que ordenou o fim das revoltas no Sul.
Tour
A entrada para Anhatomirim custa R$ 4 por pessoa. Para ir até lá, há serviço de escunas que saem de Florianópolis, dos trapiches de Canasvieiras, Beiramar e sob a ponte Hercílio Luz. A Scuna Sul (tel. 0/xx/48/225-1806) cobra R$ 25 por pessoa. O passeio sai por R$ 30 na Paz na Terra (tel. 0/xx/ 48/237-2025). Quem preferir pode contratar o serviço de lancha, que custa R$ 350 o casal. Tels.: 0/ xx/48/9962-6315 e 0/xx/48/284-8358. O forte funciona das 9h às 17h.
Leia mais:
Em SC, Ganchos preserva prosa de pescador
Criveiras traduzem a arte açoriana
Bóias sinalizam fazendas de mariscos na Costa Esmeralda
Sementes são obtidas de forma irregular
CD-ROM leva a viagem virtual por fortes
Veja os pacotes para Governador Celso Ramos (SC)
Chef de resort adapta cardápio, mas pizza fica de fora
Ponta dos Ganchos Resort só recebe maiores de 18
Especial
Veja galeria de fotos da Costa Esmeralda
Fortaleza de Santa Cruz elucida passado de Santa Catarina
da enviada especial da Folha de S.Paulo a Santa CatarinaA fortaleza de Santa Cruz, na ilha de Anhatomirim, incita um retorno à história militar, que vai da tentativa da Coroa portuguesa de proteger a ilha de Santa Catarina contra ataques de embarcações estrangeiras, no século 18, a revoltas, prisões e degolas no século 19, no governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894).
Entre mitos, verdades e fantasmas, Santa Cruz, administrada pela UFSC e sob jurisdição do município de Governador Celso Ramos, é a maior fortaleza na região Sul e a mais bem conservada, se comparada às vizinhas Ratones e São José da Ponta Grossa, às quais, no passado, competia a segurança da ilha num complexo sistema de defesa triangular.
Tombada em 1938 como patrimônio histórico, a construção de Santa Cruz, iniciada em 1739, foi ordem de dom João 5º, rei de Portugal, em tempos de rixas por terras do Novo Mundo.
Anualmente, 140 mil visitantes vão a Anhatomirim.
Do mar, avistam-se, na ilha de 45 mil metros quadrados, canhões e edifícios imponentes de arquitetura colonial. Atracado o barco, para chegar ao topo, atravessa-se um pórtico, cuja construção apresenta traços orientais, que lembram um pagode chinês.
Olhando para os prédios, a casa do comandante, o quartel das tropas, os canhões, o mar, as verdades e as mentiras vão pipocando.
Diz a lenda que, do forte, nunca foi disparado um único tiro de canhão. Lorota. "Os canhões eram utilizados para homenagem, para sinalização. No sentido bélico, nunca foram usados no século 18", explica Roberto Tonera, 41, responsável pelas obras de restauro da fortaleza e coordenador do projeto Fortalezas Multimídia.
Conta-se que, para a junção das pedras no edifício mais significativo em Santa Cruz, o quartel das tropas, era utilizado óleo de baleias. "Não há
comprovação", diz.
Fato real: para lá foram levados vários dos revoltosos da Revolução Federalista e da Revolta da Armada, derrotados pelas tropas de Floriano Peixoto em 1894.
"No combate com Floriano, pela primeira vez no Brasil, utilizaram-se torpedos, que afundaram o Aquidaban. Entre 40 e 146 pessoas foram levadas a Anhatomirim e executadas sumariamente."
Segundo Tonera, a maioria teria sido enforcada e não fuzilada (saída mais honrosa). Outra verdade. A árvore dos Enforcados está lá para os guias contarem a história.
Para ninguém se esquecer da derrota, a cidade de Desterro recebeu o nome de Florianópolis, em homenagem ao marechal que ordenou o fim das revoltas no Sul.
Tour
A entrada para Anhatomirim custa R$ 4 por pessoa. Para ir até lá, há serviço de escunas que saem de Florianópolis, dos trapiches de Canasvieiras, Beiramar e sob a ponte Hercílio Luz. A Scuna Sul (tel. 0/xx/48/225-1806) cobra R$ 25 por pessoa. O passeio sai por R$ 30 na Paz na Terra (tel. 0/xx/ 48/237-2025). Quem preferir pode contratar o serviço de lancha, que custa R$ 350 o casal. Tels.: 0/ xx/48/9962-6315 e 0/xx/48/284-8358. O forte funciona das 9h às 17h.
Leia mais:
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- De centenárias a modernas, conheça as 10 bibliotecas mais bonitas do mundo
- Legoland inaugura parque temático de artes marciais com atração 3D
- Na Itália, ilha de Ischia é paraíso de águas termais e lamas terapêuticas
- Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
- Parece Caribe, mas é Brasil; veja praias paradisíacas para conhecer em 2017
+ Comentadas
Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade
Copyright Folha.com. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicaçao, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha.com.