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02/06/2003 - 06h14

Sítio mostra como era a vida antes dos anos 30

da Folha de S.Paulo, em Campo Grande

Réplica de um burgo (espécie de vilarejo) comum no interior da Paraíba até a década de 30, o sítio São João fica na parte inferior do parque do Povo.

"Aqui não tem nada de faz-de-conta. É tudo original. Os utensílios e os móveis são de época, fruto de uma pesquisa no interior e de doações", explica João Dantas, idealizador do projeto e coordenador de cultura da prefeitura.

O burgo tem uma casa do proprietário, uma bodega (mercadinho), um depósito de "mangaio" (utensílios diversos), uma casa de farinha, uma capela e um pequeno curral. A estrutura das construções imita a taipa, método de construção em que as paredes são feitas de barro ou cal e de areia com enxaiméis e fasquias de madeira como estrutura.

Alguns visitantes mais velhos se emocionam quando visitam o sítio. "Eles choram porque lembram alguma fase da vida deles, pegam as imagens dos santos e querem levar para casa", diz a estudante de turismo Andréia Pires, 24, que já foi monitora no local.

Roteiro

A casa de farinha é uma das principais atrações do sítio. Lá, é possível ver pessoas fabricando a farinha de mandioca com instrumentos antigos, como roldana de madeira, prensa de tronco de aroeira (árvore da região) e forno de tijolo, e apreciar o beiju (tapioca) preparado na hora.

Na capela, onde muitas pessoas param para rezar, há imagens de são João, são Pedro e santo Antônio. A bodega "vende" xerém de milho pilado, açúcar preto (mascavo), rosário de piabas (peixe da região), carne de charque, óleo de cheiro (antigo perfume feminino), sabão de pedra e rolo de fumo, entre outros produtos comercializados na época e ainda hoje. "O costume alimentar era outro. Como não havia geladeira, tudo era conservado com sal", diz Dantas.

No depósito de "mangaio", Dantas explica que se guarda "tudo o que serve e o que não serve", como ferramentas, selas e "foleador" de formigas (antigo instrumento usado para matar esses insetos). O curral abriga burros, galinhas e bodes.

Música, renda e teatro

Durante o mês de festa, o sítio terá também apresentações culturais, ao lado da casa do proprietário, com bandas de pífano, repentistas, emboladores de coco e duplas de viola. Dentro da casa, haverá a presença de uma mulher rendeira. "Queremos mostrar o que há de mais puro e regional e que mostra com mais intensidade e verdade a nossa linguagem de nordestinos", diz.

Neste ano, a novidade será a encenação da chegada dos tropeiros a Campina Grande. Até o início do século 20, os tropeiros (viajantes mascates) levavam produtos, carregados por burros, do sertão para o litoral, e utilizavam a cidade como um ponto para abastecimento de água e de comida e para descanso. Eles são considerados os responsáveis pelo desenvolvimento da cidade.

Na apresentação, nove atores, 16 animais e um carro de som percorrerão um trajeto que vai do museu do Algodão até o sítio São João. A estréia da apresentação será no dia 14 de junho. Segundo Dantas, cerca de 180 mil pessoas visitaram o sítio no ano passado.

Sítio São João - Funcionamento: todos os dias, das 9h às 4h. Entrada gratuita.

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