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02/06/2003 - 06h42

História de Campina é tramada em algodão

da Folha de S.Paulo, em Campina Grande

Os museus Histórico e do Algodão oferecem ao visitante panoramas da história de Campina Grande. O primeiro conta os fatos desde o aldeamento dos índios ariús, em 1697, até os dias de hoje. Já o museu do Algodão se concentra no período em que o chamado "ouro branco" alavancou a economia local (1907 a 1972).

Foi no prédio do Museu Histórico, antiga Cadeia Pública, que frei Caneca ficou preso por uma noite, em 1824. Depois foi levado a Recife (PE), onde seria fuzilado. Ele foi um dos participantes da Confederação do Equador (movimento republicano do início do século 19). Há no museu uma transcrição da carta que Caneca escreveu na prisão.

No museu, que foi reaberto há um mês -após dois anos de recuperação e de ampliação do acervo-, ainda existe o alçapão por onde os presos eram levados às celas que ficavam no porão.

No andar superior, políticos exerciam funções no Senado e na Câmara Municipal. O prédio, em estilo eclético, funcionou como telégrafo. Virou museu em 1983.

Objetos de época relacionados a períodos da história da cidade estão expostos ali. Fotos em preto-e-branco mostram uma Campina Grande que não existe mais (leia na pág. F8), como conta, com pesar, Walter Tavares, diretor de museus da prefeitura.

"Entre 1940 e 1945, o prefeito Vergniaud Wanderley fez uma reforma urbana, patrocinada pelos senhores do algodão, e derrubou os prédios em estilos colonial, com azulejos portugueses, neoclássico e art nouveau", explica. No lugar deles, foram construídos prédios art déco. Wanderley mandou buscar arquitetos na Escola Nacional de Belas Artes para modernizar a cidade. O sobrado do museu, de 1812, é o mais antigo que restou de pé na cidade.

O museu exibe no seu acervo louças inglesas, um relógio de mesa alemão, entre outros artigos do século 19. "Com a inauguração do trem, em 1907, começaram a chegar peças de luxo e novidades da Europa", diz Tavares. Tudo patrocinado pelo "ciclo do algodão".

Ouro Branco

O museu do Algodão tem um acervo relacionado ao produto que era conhecido como "ouro branco", por sua importância na economia. Segundo afirma Hermano José Bezerra de Lima, diretor do museu, Campina Grande era o segundo maior exportador de algodão do mundo -atrás de Liverpool, na Inglaterra.

Funcionando no prédio da antiga estação de trem, inaugurada em 1907, o museu exibe fotos dos senhores do algodão e dos fardos do produto empilhados ao ar livre (por não haver mais lugar nos armazéns lotados).

Entre os objetos de época, há uma enorme máquina de calcular, da década de 20. As máquinas utilizadas na cadeia produtiva do algodão, claro, também estão presentes: arado, descaroçadora e régua para medir a altura do pé.

A máquina de "trincar" o bilhete do trem também está exposta. "Os senhores do algodão aguardavam o trem em uma sala em cima, enquanto o povo esperava embaixo", diz Waldir Espínola, 50, programador cultural. Objetos das famílias ricas, como uma vitrola a manivela inglesa e uma máquina de costura americana, também estão no local.

Na parte superior, encontram-se objetos como fiador, meadeira, retorcedeira, além de fotos antigas -como a de um carro de combate projetado e montado na cidade para a Revolução de 30.

Nos fins de semana, o museu do Algodão abriga, na área externa, uma feira de artesanato, das 8h às 17h.

Museus - Museu Histórico: r. Floriano Peixoto, 825, Centro, tel. 0/xx/83/341-5862. Todos os dias, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. Entrada gratuita.
Museu do Algodão: r. Benjamin Constant, s/nº (Estação Velha), tel. 0/xx/83/ 310-6332. Todos os dias, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Entrada gratuita.


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