Publicidade
Publicidade
04/08/2003
-
07h29
O passeio de voadeira (pequena lancha) pelo furo do Miguelão, um atalho entre os rios Paracauary e do Saco, é daqueles para relaxar o mais estressado dos turistas. A saída pode ser do trapiche do hotel Paracauary Eco Resort (www.paracauary.com.br).
Na paisagem, o verde característico da região mescla vegetação de mangue e de floresta. Nas margens do rio, é possível ver o Mundo das Caruanas, sítio da pajé Zeneida Lima, e o prédio da Embrapa, que pesquisa as raças de cavalo de Marajó.
O sinuoso rio Paracauary, que separa as cidades de Soure e Salvaterra, tem cerca de 300 metros no seu trecho mais largo. Sua profundidade chega a 24 metros no trecho em que as balsas transitam entre os dois pontos.
Nos três quilômetros que se seguem até a entrada do furo --caminho artificial construído na primeira metade do século passado para encurtar a navegação entre Soure e as fazendas da região--, a diversidade amazônica comparece nos tipos de árvores: andiroba, açaizeiro, siriúba, jacitara, marajá e coqueiro.
As copas da árvores formam um túnel verde no trajeto do furo, com raízes penduradas, lembrando cipós, e as indefectíveis raízes aéreas do mangue.
Depois de um trecho estreito, o furo se alarga. São dez minutos de passeio. Ao lado da voadeira, pululam sobre a água os peculiares peixes tralhotos. Os nativos contam que os garotos marajoaras pegam o tralhoto ainda pequeno e batem com ele no pênis.
"Conta a crendice popular que o órgão sexual ficará do tamanho do tralhoto adulto", diz o proprietário da fazenda Camburupi, Alacid Nunes Filho, 38.
Com cerca de 1 km, o furo dá uma volta e sai no rio do Saco. Na saída, avista-se a fazenda Nossa Senhora do Carmo, propriedade da avó de Alacid.
"Meu cordão umbilical está enterrado na porteira", diz ele. "A tradição diz que isso dá sorte à fazenda e à criança."
Em certos trechos do rio, a água é um verdadeiro espelho que reflete a luz do sol. Mais à frente, está a Ponta da Guia, que divide o Paracauary do rio do Saco.
"Diz a lenda que aqui mora a Cobra-Grande", diz Alacid. "Quando passa alguma embarcação fazendo algazarra e depredando, ela afunda."
Leia mais:
Magia de Marajó cativa até águas
Pacotes para o Pará
Fazenda ajuda a estreitar laços com animais
Repórter vira peão e toca búfalos na ilha de Marajó
Maratona tripla leva a praia palco de "No Limite"
Aves deixam praia do Pesqueiro colorida
Ruína jesuíta ornamenta Joanes
Culinária bufalina cede espaço ao peixe
Artesão de Marajó teme fim de tradição
Orla de Salinas apresenta turista à Amazônia oceânica
Praia do Pilão é território de um pescador só
Forte de Belém volta a sua plástica antiga
Presídio de Belém guarda jóias amazônicas
Casa das 11 janelas abriga espaço cultural
Especial
Veja galeria de fotos da ilha de Marajó e de Belém
Passeio sob árvores desestressa
do enviado especial da Folha de S.Paulo ao ParáO passeio de voadeira (pequena lancha) pelo furo do Miguelão, um atalho entre os rios Paracauary e do Saco, é daqueles para relaxar o mais estressado dos turistas. A saída pode ser do trapiche do hotel Paracauary Eco Resort (www.paracauary.com.br).
Na paisagem, o verde característico da região mescla vegetação de mangue e de floresta. Nas margens do rio, é possível ver o Mundo das Caruanas, sítio da pajé Zeneida Lima, e o prédio da Embrapa, que pesquisa as raças de cavalo de Marajó.
O sinuoso rio Paracauary, que separa as cidades de Soure e Salvaterra, tem cerca de 300 metros no seu trecho mais largo. Sua profundidade chega a 24 metros no trecho em que as balsas transitam entre os dois pontos.
Nos três quilômetros que se seguem até a entrada do furo --caminho artificial construído na primeira metade do século passado para encurtar a navegação entre Soure e as fazendas da região--, a diversidade amazônica comparece nos tipos de árvores: andiroba, açaizeiro, siriúba, jacitara, marajá e coqueiro.
As copas da árvores formam um túnel verde no trajeto do furo, com raízes penduradas, lembrando cipós, e as indefectíveis raízes aéreas do mangue.
Depois de um trecho estreito, o furo se alarga. São dez minutos de passeio. Ao lado da voadeira, pululam sobre a água os peculiares peixes tralhotos. Os nativos contam que os garotos marajoaras pegam o tralhoto ainda pequeno e batem com ele no pênis.
"Conta a crendice popular que o órgão sexual ficará do tamanho do tralhoto adulto", diz o proprietário da fazenda Camburupi, Alacid Nunes Filho, 38.
Com cerca de 1 km, o furo dá uma volta e sai no rio do Saco. Na saída, avista-se a fazenda Nossa Senhora do Carmo, propriedade da avó de Alacid.
"Meu cordão umbilical está enterrado na porteira", diz ele. "A tradição diz que isso dá sorte à fazenda e à criança."
Em certos trechos do rio, a água é um verdadeiro espelho que reflete a luz do sol. Mais à frente, está a Ponta da Guia, que divide o Paracauary do rio do Saco.
"Diz a lenda que aqui mora a Cobra-Grande", diz Alacid. "Quando passa alguma embarcação fazendo algazarra e depredando, ela afunda."
Leia mais:
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- De centenárias a modernas, conheça as 10 bibliotecas mais bonitas do mundo
- Legoland inaugura parque temático de artes marciais com atração 3D
- Na Itália, ilha de Ischia é paraíso de águas termais e lamas terapêuticas
- Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
- Parece Caribe, mas é Brasil; veja praias paradisíacas para conhecer em 2017
+ Comentadas
Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade
Copyright Folha.com. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicaçao, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha.com.