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25/08/2003
-
03h09
Especial para a Folha de S.Paulo, em Goiás
Goiás vem se firmando como uma boa alternativa para quem quer observar animais em um cenário com um quê de savana africana, encontrar vestígios das primeiras ocupações humanas do cerrado ou conhecer algumas das centenas de cachoeiras do Estado.
As duas primeiras opções concentram-se no sudoeste goiano. Serranópolis possui um dos mais importantes patrimônios arqueológicos do continente americano, com pinturas rupestres e ossadas de até 11 mil anos. A região também é o destino ideal para quem quer ver animais.
Descrito como "um zoológico a céu aberto", no Parque Nacional das Emas é possível observar milhares de espécies da flora e da fauna brasileira: tamanduá-bandeira, anta, veado-campeiro, lobo-guará, tatu, capivara, ema, mutum, arara e tucano.
O parque, às vezes, fica dez dias sem receber ninguém, conta o condutor Edmar Paes Barbosa, 47. "Até pouco tempo, esse parque estava totalmente fechado."
Segundo ele, o parque é mais usado para pesquisa. Prova disso é que estudos com tamanduás, onças, cobras e insetos vêm permitindo o desenvolvimento de pesquisas pioneiras e a observação de fatos inéditos sobre o comportamento animal.
Já no norte do cerrado goiano (a cerca de 240 km de Brasília), a chapada dos Veadeiros, o mais antigo patrimônio geológico da América do Sul, é considerada um dos paraísos ecológicos do Brasil. Formada há 1,8 bilhão de anos, a região foi descoberta por sua riqueza mineral --os moradores afirmam que há no subsolo uma área de 200 km2 de cristal.
Em parte por causa das pedras, a chapada dos Veadeiros é conhecida como um centro místico e atiça os esotéricos para uma visita. Atravessada pelo Paralelo 14 (o mesmo que trespassa Machu Picchu), a região oferece núcleos de meditação, cultura e terapias alternativas. Alguns moradores relatam histórias de cura e de crescimento espiritual.
Montanhas, rios, córregos, corredeiras, cachoeiras e piscinas naturais complementam o cenário. Quase sempre, a água é muito limpa. A área mais alta do Planalto Central, a mais de 1.600 metros acima do nível do mar, alimenta as três maiores bacias hidrográficas do Brasil: a da Amazônia, a do Paraná e a do São Francisco.
Criado em 1961 pelo presidente Juscelino Kubitschek, o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (leia na pág. F7) começou a atrair turistas na década de 80. Hoje, recebe cerca de 1.500 visitantes por mês; em épocas de férias, o número quadruplica (em julho, foram 6.000 pessoas).
O passeio no parque começa no povoado de São Jorge e pode estender-se por um dia inteiro nas trilhas (há duas principais), cachoeiras, cânions e quedas-d'água --como o Salto do Rio Preto, a Corredeiras e a Carioquinhas.
No local e em seus arredores no norte de Goiás, a observação de animais (à exceção de aves) é bem menos gratificante do que aquela feita no sudoeste do Estado.
É preciso cautela na estrada que vai de Alto Paraíso a São Jorge (38 km) e que permite o acesso ao parque. O cascalho pode causar acidentes e danificar os carros.
Na chapada dos Veadeiros, vale conhecer a história de uma comunidade remanescente de quilombo: a dos calungas. Ali, experiências de vida, belezas naturais e tradições se conjugam com a história do Brasil.
Paulo Daniel Farah viajou a convite da FreeWay e da Associação de Roteiros de Natureza e Charme da chapada dos Veadeiros
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PAULO DANIEL FARAHEspecial para a Folha de S.Paulo, em Goiás
Goiás vem se firmando como uma boa alternativa para quem quer observar animais em um cenário com um quê de savana africana, encontrar vestígios das primeiras ocupações humanas do cerrado ou conhecer algumas das centenas de cachoeiras do Estado.
As duas primeiras opções concentram-se no sudoeste goiano. Serranópolis possui um dos mais importantes patrimônios arqueológicos do continente americano, com pinturas rupestres e ossadas de até 11 mil anos. A região também é o destino ideal para quem quer ver animais.
Paulo Daniel Farah/Folha Imagem |
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Descrito como "um zoológico a céu aberto", no Parque Nacional das Emas é possível observar milhares de espécies da flora e da fauna brasileira: tamanduá-bandeira, anta, veado-campeiro, lobo-guará, tatu, capivara, ema, mutum, arara e tucano.
O parque, às vezes, fica dez dias sem receber ninguém, conta o condutor Edmar Paes Barbosa, 47. "Até pouco tempo, esse parque estava totalmente fechado."
Segundo ele, o parque é mais usado para pesquisa. Prova disso é que estudos com tamanduás, onças, cobras e insetos vêm permitindo o desenvolvimento de pesquisas pioneiras e a observação de fatos inéditos sobre o comportamento animal.
Já no norte do cerrado goiano (a cerca de 240 km de Brasília), a chapada dos Veadeiros, o mais antigo patrimônio geológico da América do Sul, é considerada um dos paraísos ecológicos do Brasil. Formada há 1,8 bilhão de anos, a região foi descoberta por sua riqueza mineral --os moradores afirmam que há no subsolo uma área de 200 km2 de cristal.
Em parte por causa das pedras, a chapada dos Veadeiros é conhecida como um centro místico e atiça os esotéricos para uma visita. Atravessada pelo Paralelo 14 (o mesmo que trespassa Machu Picchu), a região oferece núcleos de meditação, cultura e terapias alternativas. Alguns moradores relatam histórias de cura e de crescimento espiritual.
Montanhas, rios, córregos, corredeiras, cachoeiras e piscinas naturais complementam o cenário. Quase sempre, a água é muito limpa. A área mais alta do Planalto Central, a mais de 1.600 metros acima do nível do mar, alimenta as três maiores bacias hidrográficas do Brasil: a da Amazônia, a do Paraná e a do São Francisco.
Criado em 1961 pelo presidente Juscelino Kubitschek, o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (leia na pág. F7) começou a atrair turistas na década de 80. Hoje, recebe cerca de 1.500 visitantes por mês; em épocas de férias, o número quadruplica (em julho, foram 6.000 pessoas).
O passeio no parque começa no povoado de São Jorge e pode estender-se por um dia inteiro nas trilhas (há duas principais), cachoeiras, cânions e quedas-d'água --como o Salto do Rio Preto, a Corredeiras e a Carioquinhas.
No local e em seus arredores no norte de Goiás, a observação de animais (à exceção de aves) é bem menos gratificante do que aquela feita no sudoeste do Estado.
É preciso cautela na estrada que vai de Alto Paraíso a São Jorge (38 km) e que permite o acesso ao parque. O cascalho pode causar acidentes e danificar os carros.
Na chapada dos Veadeiros, vale conhecer a história de uma comunidade remanescente de quilombo: a dos calungas. Ali, experiências de vida, belezas naturais e tradições se conjugam com a história do Brasil.
Paulo Daniel Farah viajou a convite da FreeWay e da Associação de Roteiros de Natureza e Charme da chapada dos Veadeiros
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