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13/10/2003 - 06h24

Engenharia tem um quê da técnica inca

do enviado especial da Folha de S.Paulo ao Peru

Pele morena, baixa estatura, cabelos lisos e escuros. Extremamente inteligentes. Essa é a mais precisa característica na definição do perfil do povo de origem inca. Durante 700 anos (século 8º ao século 15), os incas dominaram a região oeste da América do Sul, compreendida hoje por Equador, Peru, norte do Chile, oeste da Bolívia e noroeste da Argentina.

A tarefa não foi fácil. Coube a eles reorganizar um emaranhado de sistemas abortados na região por outros povos, que, como os incas, também desapareceram.

Rígidos e perfeitos, os incas tinham como lema o trabalho comunitário, o que lhes permitiu, apesar dos diversos níveis de altitude da cordilheira dos Andes, desenvolver técnicas agrícolas que garantiam colheita suficiente para o sustento de todo o império.

A engenharia moderna ainda se espelha no traçado das estradas que cortavam as regiões íngremes e montanhosas, fazendo a interligação com as regiões litorâneas e com o deserto costeiro.

Também arquitetos invejáveis e extremamente habilidosos no aproveitamento de cerâmica, algodão e metais, os incas fizeram do império um santuário arqueológico que reluzia ouro e prata. Os metais preciosos não tinham qualquer valor comercial para eles. Eram usados apenas como adornos de esculturas ou em cultos de adoração ao Sol. Os incas se autodenominavam filhos do Sol.

Na contramão do que tenderia a ser uma das maiores expectativas sobre esse povo, nenhum sistema de escrita foi desenvolvido. Por essa razão é que ainda existem tantos mistérios sobre a história dessa civilização.

Arquitetura

O maior desafio dos incas foi superar as dificuldades do solo rochoso e erguer construções de grande porte em uma região montanhosa, constantemente abalada por terremotos. A maioria das edificações resiste até hoje.

Milhares de pessoas, especializadas na remoção, no corte e no transporte de blocos de pedras, que poderiam pesar até 40 toneladas, foram envolvidas nas construções das cidades. As técnicas consistiam em sobrepor pedras, geometricamente cortadas e encaixadas, para dar sustentação às edificações. Além delas, obras de irrigação, pontes e estradas atestam o alto grau de conhecimento técnico desse povo.

Educação

O ensino era prioridade entre os incas. Havia escolas espalhadas em várias cidades. A religião ocupava o topo da lista curricular. Todos eram ensinados a amar e a respeitar os deuses. Aprendiam técnicas de agricultura e estudavam astronomia e história. Era comum nas unidades de ensino a prática exaustiva de exercícios físicos e de autodefesa.

Severos, os incas consideravam "aceitáveis" eventuais mortes causadas pelo excesso de esforço durante os exercícios ou pelo confronto entre equipes esportivas.

Casamento

Meninos de 20 anos de um lado, meninas de 16 do outro. Um funcionário anunciava o casal. Estava selado o casamento. Previamente, os homens indicavam a mulher, ou melhor, a moça que queriam para casar. Caso uma menina fosse escolhida por dois homens, o funcionário "de paz" intervinha. Logo após a cerimônia, o casal era presenteado com um lote de terra da comunidade. De tempos em tempos, meninas de dez anos eram mandadas para Cuzco, capital do império, para aprender a cozinhar, tecer e organizar um lar.

Religião

O deus supremo dos incas era o Sol. Mas eles adoravam também a Lua, o fogo, a terra e a água. O chefe religioso era chamado de "cabeça sagrada" e vivia rodeado de sacerdotes. Como parte do ritual religioso, os incas sacrificavam crianças, oferecidas como símbolo de pureza e luz.
A lhama era presenteada aos deuses como animal sagrado, porque
proporcionava transporte e alimentação.

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