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27/10/2003
-
05h19
da Folha de S.Paulo, em Barcelos AM)
Barcelos, que foi a capital do Amazonas até 1758, só tem superlativos. Tudo nesse município é tão grande que o visitante tem dificuldade de avaliar a olho nu. O município tem 122.496 km2 de área. É o maior do país e o segundo maior do mundo, só perdendo para Kiev, na Rússia.
Tem mais: Barcelos quer ser reconhecido como dono do maior arquipélago fluvial do mundo, o de Mariuá, com 750 ilhas catalogadas e espalhadas pelo rio Negro, que corre majestoso diante da silhueta de antigas construções e das torres da igreja da cidade.
Oficialmente, o título pertence ao arquipélago de Anavilhanas, na vizinha Novo Airão, com 370 ilhas. "Temos muito mais ilhas e muito mais praias", defende Izan Santos, responsável pela fiscalização na Secretaria do Meio Ambiente da cidade.
Segundo seus números, são mais de 40 quilômetros de praias nos vários canais do rio Negro, cujas areias começam a "aflorar" nessa época do ano. Até o início das chuvas, em março, as praias atraem visitantes de toda a região, incluindo Manaus, e turistas do Sul e do Sudeste.
Já no início de outubro, as praias brancas do outro lado da cidade são tomadas pelos moradores que cruzam o rio em "voadeiras" por R$ 1 a travessia.
Barcelos é também a capital do peixe ornamental. Saem dali, por ano, de 12 milhões a 40 milhões de peixinhos de aquários, a grande maioria cardinais, que são exportados para Europa, Japão e EUA. O final de janeiro é dedicado à festa dos peixes ornamentais, na qual um grupo representando o Acará-Disco disputa com o do Cardinal um "carnaval" que lembra a festa dos bois de Parintins.
A baixa do rio também inaugura, neste mês de outubro, a pesca esportiva do tucunaré. Diz-se que Barcelos tem a maior concentração desse peixe na Amazônia e que ali foi pescado o maior deles, com 12,445 kg.
A pesca esportiva tem uma característica toda especial, que seus apreciadores classificam de ecológica: depois de pescado, o tucunaré é pesado, pescador e peixe são fotografados, o anzol é retirado, e o peixe é devolvido ao rio.
"Eles costumam dizer que suas caixas de isopor [onde pescadores comuns levam seus peixes] são seus álbuns de fotografias", diz Márcio Silva, um dos proprietários dos barcos e das empresas de turismo, cujo número vem aumentando rapidamente.
Numa semana deste mês, por exemplo, o barco de Silva e de seu sócio Audir de Souza acolheria um grupo com três ingleses, um português, um italiano e um brasileiro. "Mais de 90% dos que participam de uma pescaria esportiva acabam voltando", diz Silva.
Eles poderiam pescar pirarucu, dourados ou surubins, mas preferem o tucunaré por um detalhe que só pescador entende: esse é o peixe que mais luta para ser retirado da água.
"São pescadores fanáticos, que trazem seus melhores equipamentos e que se emocionam na disputa com o peixe", conta Silva.
Muitos dos pescadores chegam a fisgar de 20 a 40 tucunarés por dia, pesando em média de seis a sete quilos. Grande parte dos praticantes desse tipo de pesca vem dos EUA, do Sul e do Sudeste.
Há hotéis na selva, para os quais os turistas são levados em lanchas ou hidroaviões e há, também, empresas na cidade que oferecem barcos para até 12 pessoas, com cabines individuais ou duplas. Estes custam, em média, R$ 250 a diária. A cidade também tem hotéis baratos, cujos donos fazem parcerias com agências de pesca ou oferecem barcos para pescaria.
Como chegar
Barcelos fica a 395 km a noroeste de Manaus, em linha reta, e a 495 km para quem sobe pelo rio Negro. Pode ser alcançada por avião ou barcos.
A companhia Rico (tel.: 0800-928-333) tem três vôos semanais com escala em Barcelos, partindo de Manaus. A Apuí (tel.: 0/xx/92/652-1341) também faz escala na cidade quando há passageiros.
Outra opção são os barcos de recreio que fazem a linha Manaus-Barcelos em aproximadamente 26 horas. Saem terças, quartas e sextas, às 18h. As passagens custam, em média, R$ 50 para ficar na rede que o passageiro deve levar, R$ 150 em camarote para duas pessoas, ou R$ 250 em suítes para três pessoas, com ar-condicionado e banheiro.
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AURELIANO BIANCARELLIda Folha de S.Paulo, em Barcelos AM)
Barcelos, que foi a capital do Amazonas até 1758, só tem superlativos. Tudo nesse município é tão grande que o visitante tem dificuldade de avaliar a olho nu. O município tem 122.496 km2 de área. É o maior do país e o segundo maior do mundo, só perdendo para Kiev, na Rússia.
Tem mais: Barcelos quer ser reconhecido como dono do maior arquipélago fluvial do mundo, o de Mariuá, com 750 ilhas catalogadas e espalhadas pelo rio Negro, que corre majestoso diante da silhueta de antigas construções e das torres da igreja da cidade.
Oficialmente, o título pertence ao arquipélago de Anavilhanas, na vizinha Novo Airão, com 370 ilhas. "Temos muito mais ilhas e muito mais praias", defende Izan Santos, responsável pela fiscalização na Secretaria do Meio Ambiente da cidade.
Segundo seus números, são mais de 40 quilômetros de praias nos vários canais do rio Negro, cujas areias começam a "aflorar" nessa época do ano. Até o início das chuvas, em março, as praias atraem visitantes de toda a região, incluindo Manaus, e turistas do Sul e do Sudeste.
Já no início de outubro, as praias brancas do outro lado da cidade são tomadas pelos moradores que cruzam o rio em "voadeiras" por R$ 1 a travessia.
Barcelos é também a capital do peixe ornamental. Saem dali, por ano, de 12 milhões a 40 milhões de peixinhos de aquários, a grande maioria cardinais, que são exportados para Europa, Japão e EUA. O final de janeiro é dedicado à festa dos peixes ornamentais, na qual um grupo representando o Acará-Disco disputa com o do Cardinal um "carnaval" que lembra a festa dos bois de Parintins.
A baixa do rio também inaugura, neste mês de outubro, a pesca esportiva do tucunaré. Diz-se que Barcelos tem a maior concentração desse peixe na Amazônia e que ali foi pescado o maior deles, com 12,445 kg.
A pesca esportiva tem uma característica toda especial, que seus apreciadores classificam de ecológica: depois de pescado, o tucunaré é pesado, pescador e peixe são fotografados, o anzol é retirado, e o peixe é devolvido ao rio.
"Eles costumam dizer que suas caixas de isopor [onde pescadores comuns levam seus peixes] são seus álbuns de fotografias", diz Márcio Silva, um dos proprietários dos barcos e das empresas de turismo, cujo número vem aumentando rapidamente.
Numa semana deste mês, por exemplo, o barco de Silva e de seu sócio Audir de Souza acolheria um grupo com três ingleses, um português, um italiano e um brasileiro. "Mais de 90% dos que participam de uma pescaria esportiva acabam voltando", diz Silva.
Eles poderiam pescar pirarucu, dourados ou surubins, mas preferem o tucunaré por um detalhe que só pescador entende: esse é o peixe que mais luta para ser retirado da água.
"São pescadores fanáticos, que trazem seus melhores equipamentos e que se emocionam na disputa com o peixe", conta Silva.
Muitos dos pescadores chegam a fisgar de 20 a 40 tucunarés por dia, pesando em média de seis a sete quilos. Grande parte dos praticantes desse tipo de pesca vem dos EUA, do Sul e do Sudeste.
Há hotéis na selva, para os quais os turistas são levados em lanchas ou hidroaviões e há, também, empresas na cidade que oferecem barcos para até 12 pessoas, com cabines individuais ou duplas. Estes custam, em média, R$ 250 a diária. A cidade também tem hotéis baratos, cujos donos fazem parcerias com agências de pesca ou oferecem barcos para pescaria.
Como chegar
Barcelos fica a 395 km a noroeste de Manaus, em linha reta, e a 495 km para quem sobe pelo rio Negro. Pode ser alcançada por avião ou barcos.
A companhia Rico (tel.: 0800-928-333) tem três vôos semanais com escala em Barcelos, partindo de Manaus. A Apuí (tel.: 0/xx/92/652-1341) também faz escala na cidade quando há passageiros.
Outra opção são os barcos de recreio que fazem a linha Manaus-Barcelos em aproximadamente 26 horas. Saem terças, quartas e sextas, às 18h. As passagens custam, em média, R$ 50 para ficar na rede que o passageiro deve levar, R$ 150 em camarote para duas pessoas, ou R$ 250 em suítes para três pessoas, com ar-condicionado e banheiro.
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