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01/12/2003 - 04h52

Esportes náuticos e ócio dão o tom da paleta de Aruba

VINCENZO SCARPELLINI
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Aruba

Quem costuma viajar em busca de conhecimento, história ou cultura torcerá o nariz ao ler sobre a ilha de Aruba, pois, é bom dizer logo, ela não dispõe desses atrativos. Mas, em troca, oferece espetáculos naturais e atividades esportivas que nunca decepcionam as expectativas de seus visitantes.

Vincezo Scarpellini/Folha Imagem

Pôr-do-sol em Aruba; ilha conserva muitas das características advindas da colonização holandesa


A calma alternância de linhas horizontais, que vão do azul ao verde-topázio, é cortada pelos contornos de velas, palmas e cactos. Suspensas logo acima do horizonte, as nuvens são capazes de manter a mesma forma e a mesma posição por horas. Quando o visitante observa o fenômeno, abandona o corpo às sensações, pois a natureza responde com uma certa languidez, dissolvida em ventos alísios e ondas gentis.

Aruba está no sul do Caribe, 25 km ao norte da costa venezuelana, fora da rota dos furacões. O clima se mantém quente durante o ano inteiro. O interior da ilha é árido, mas as rochas da costa nordeste, ao longo do litoral atlântico, quebram as correntezas e protegem as praias brancas da costa sudoeste, onde o mar é calmo e cristalino, e os peixes, coloridos.

Em certos pontos, a visibilidade na água chega a 30 metros. Obviamente o lugar é ideal para praticar mergulho e esportes náuticos em geral, da vela ao parasailing (pára-quedas segurado a uma lancha).

É possível encontrar essas qualidades em outras ilhas do Caribe e mesmo em algumas regiões do Brasil? Talvez. Mas o grande trunfo de Aruba é a segurança de quem circula por seu território.

A razão está na confortável situação social. Como Curaçao, Bonaire e Saint Martin, a ilha faz parte das Antilhas Holandesas desde 1636 e seus 70 mil habitantes são cidadãos do reino. A diferença em relação aos outros territórios é que a população de Aruba dispõe de um estatuto especial, que lhe confere alguma independência.

A riqueza é razoavelmente distribuída; escolas e hospitais públicos funcionam graças à contribuição holandesa, e os jovens desfrutam do direito, por meio de financiamentos estaduais, de estudar nas universidades da Holanda.

Todos dirigem com cuidado e respeitam os pedestres nas faixas. Homens e mulheres podem circular serenamente a qualquer hora do dia e da noite. Nas praias, ninguém importuna o turista para vender bugigangas.

Provavelmente devido à distribuição de renda, Aruba não é rota de turismo sexual. Embora existente, a prostituição é confinada a certas áreas, como São Nicolas, e essas profissionais estão sujeitas a periódicos exames médicos, a exemplo de Amsterdã.

A língua oficial, ensinada nas escolas, é o holandês, mas os ilhéus têm uma fabulosa vocação poliglota. Falam sua própria língua, o papiamento, aprendem inglês com turistas e na TV e absorvem espanhol e português dos vizinhos. Não é raro que, durante uma conversa, se passe de uma língua a outra com extrema fluidez. O próprio papiamento é um caleidoscópio de todos esses idiomas, dos quais incorpora sonoridades e formas expressivas.

Os brasileiros, por exemplo, não acharão estranho ouvir "Bom dia", "Boa tarde" ou "Con ta bai?" (como vai?). O resultado dessa mistura é uma modulação agridoce muito prazerosa de ouvir.

Aruba exporta apenas aloe vera, ou babosa, como a planta é mais conhecida no Brasil. Todos os esforços dos empresários estão concentrados na recepção dos turistas, a grande riqueza da ilha. Isso gera alta qualidade nos serviços, acompanhada pela expansão de cassinos e centros comerciais.

Estes são, por vezes, um pouco vistosos. Se é bom encontrar Fendi, Ferragamo, Gucci ou Saint Laurent, há um fenômeno também comum no Brasil: enquanto os edifícios do centro histórico foram abandonados (a lei de tombamento e recuperação é muito recente), as lojas do centro comercial imitam fantasiosamente, em gesso, a linguagem arquitetônica de um passado ideal.

Aruba tem 11 cassinos, alguns abertos 24 horas; e oficiais do governo controlam para que os arubanos não joguem mais do que duas ou três vezes por mês. A maioria dos turistas vem dos EUA e muitas atividades são organizadas em estilo americano, como brincadeiras de grupo e gritos de incitação. Em compensação, os esportes e as excursões são oferecidos em absoluta segurança.

Vincenzo Scarpellini viajou a convite da operadora CVC.

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