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01/03/2004
-
02h36
enviado especial da Folha de S.Paulo a Porto Alegre
Uma hora e meia de vôo separa São Paulo de Porto Alegre, onde, nesta época do ano, mesmo com o fim do horário de verão, o Sol não se põe até quase 20h.
Chegando lá, a boa surpresa é que, ao deixar para trás o aeroporto Salgado Filho, ultracontemporâneo, a capital gaúcha vive uma vigorosa onda de restaurações, com prédios antigos sendo transformados em agiornados centros culturais e de compras.
Outra constatação "trilegal" é que os preços nos restaurantes são até 50% mais baixos do que nos similares de São Paulo ou do Rio de Janeiro.
Costurando tudo isso, um ônibus panorâmico de dois andares, o Linha Turismo, convida o visitante a explorar 17 pontos da cidade, partindo de terça a domingo do Escritório Municipal de Turismo, na travessa do Carmo, 84 (tel. 0/xx/51/3212-3464) em horários entre 10h30 e 16h30, no verão.
Quando a noite chega, há uma infinidade de bares abertos até de madrugada na Cidade Baixa, onde a cena rola reunindo uma juventude para lá de atraente.
Mas, entre o passeio no ônibus turístico e o trago da madrugada na Cidade Baixa, vale a pena colocar no roteiro o velho "espeto corrido", nome local do rodízio, numa das churrascarias locais.
Gênese
Porto fluvial às margens do rio Guaíba, Porto Alegre nasceu em 26 de março de 1772, quando lá aportaram casais açorianos, e tem sabido se modernizar sem perder sotaque nem personalidade.
Localizada a 1.166 km de São Paulo (que fica ao norte), a 868 km de Montevidéu (ao sul) e a 1.048 km de Buenos Aires (também ao sul), as duas últimas respectivamente as capitais do Uruguai e da Argentina, a cidade, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, tem feito negócios importantes com os países do Mercosul.
Conserva, no entanto, traços de capital horizontal e arborizada, assentada em sete colinas, com casario antigo e prédios baixos, pontilhada de parques amplos onde a cidade ainda passeia despreocupada da violência.
O centro, para começar
Os bairros têm características bem marcadas. O ideal é iniciar o passeio pelo centro, nas imediações da praça Marechal Deodoro. A região conserva prédios históricos, como a catedral metropolitana (1921), o palácio Piratini (1898) e o teatro (aliás Theatro) São Pedro (1858), que abriga um lustre de cristal de 600 kg.
Na rua Duque de Caxias, diante da praça da Matriz (outro nome da praça Marechal Deodoro), a casa da Junta, do período açoriano (1790), é, com o Solar dos Câmara (do século 19), referência da arquitetura mais antiga.
Ainda nas imediações, o palácio Farroupilha tem frisos modernos do escultor Vasco Prado.
Por todo lado, dá para ver que Porto Alegre cuida bem dos prédios erguidos entre o final do século 19 e o início do 20, caso do ativo Mercado Público (1869).
Na parte baixa, na avenida Cristóvão Colombo, uma velha cervejaria (inicialmente Continental, depois Brahma) virou o shopping center Total; nas proximidades do Brique da Redenção, uma não inflacionada feirinha de antigüidades que acontece aos domingos, mesmo o Colégio Militar, de estilo eclético de gosto duvidoso, onde o poeta Mário Quintana veio estudar em 1919, foi recém-pintado.
Mas há locais ainda mais emblemáticos dessa onda de restaurações: a Usina do Gasômetro (1928), às margens do Guaíba, hoje um centro cultural; o hotel Majestic (1910), transformado na Casa de Cultura Mário Quintana; e o Santander Cultural (1927), atualmente o museu mais falado.
Porto Alegre exibe ainda um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, que combina indicadores como acesso à saúde, ao conhecimento e aos recursos financeiros.
Assim, se você quer fugir da confusão das megacidades e aproveitar uma grande cidade, programar uma visita à capital gaúcha pode lhe trazer uma boa surpresa. Mas não espere chegar o minuano, vento gélido que sopra dos Pampas no inverno.
Silvio Cioffi, editor de Turismo, voou a convite da Varig.
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SILVIO CIOFFIenviado especial da Folha de S.Paulo a Porto Alegre
Uma hora e meia de vôo separa São Paulo de Porto Alegre, onde, nesta época do ano, mesmo com o fim do horário de verão, o Sol não se põe até quase 20h.
Chegando lá, a boa surpresa é que, ao deixar para trás o aeroporto Salgado Filho, ultracontemporâneo, a capital gaúcha vive uma vigorosa onda de restaurações, com prédios antigos sendo transformados em agiornados centros culturais e de compras.
Silvio Cioffi/Folha Imagem |
Perfil porto-alegrense, com destaque para o centro Fernando Ferrari visto a partir do restaurante do Daer (órgão que cuida da manutenção das estradas) |
Outra constatação "trilegal" é que os preços nos restaurantes são até 50% mais baixos do que nos similares de São Paulo ou do Rio de Janeiro.
Costurando tudo isso, um ônibus panorâmico de dois andares, o Linha Turismo, convida o visitante a explorar 17 pontos da cidade, partindo de terça a domingo do Escritório Municipal de Turismo, na travessa do Carmo, 84 (tel. 0/xx/51/3212-3464) em horários entre 10h30 e 16h30, no verão.
Quando a noite chega, há uma infinidade de bares abertos até de madrugada na Cidade Baixa, onde a cena rola reunindo uma juventude para lá de atraente.
Mas, entre o passeio no ônibus turístico e o trago da madrugada na Cidade Baixa, vale a pena colocar no roteiro o velho "espeto corrido", nome local do rodízio, numa das churrascarias locais.
Gênese
Porto fluvial às margens do rio Guaíba, Porto Alegre nasceu em 26 de março de 1772, quando lá aportaram casais açorianos, e tem sabido se modernizar sem perder sotaque nem personalidade.
Localizada a 1.166 km de São Paulo (que fica ao norte), a 868 km de Montevidéu (ao sul) e a 1.048 km de Buenos Aires (também ao sul), as duas últimas respectivamente as capitais do Uruguai e da Argentina, a cidade, com cerca de 1,4 milhão de habitantes, tem feito negócios importantes com os países do Mercosul.
Conserva, no entanto, traços de capital horizontal e arborizada, assentada em sete colinas, com casario antigo e prédios baixos, pontilhada de parques amplos onde a cidade ainda passeia despreocupada da violência.
O centro, para começar
Os bairros têm características bem marcadas. O ideal é iniciar o passeio pelo centro, nas imediações da praça Marechal Deodoro. A região conserva prédios históricos, como a catedral metropolitana (1921), o palácio Piratini (1898) e o teatro (aliás Theatro) São Pedro (1858), que abriga um lustre de cristal de 600 kg.
Na rua Duque de Caxias, diante da praça da Matriz (outro nome da praça Marechal Deodoro), a casa da Junta, do período açoriano (1790), é, com o Solar dos Câmara (do século 19), referência da arquitetura mais antiga.
Ainda nas imediações, o palácio Farroupilha tem frisos modernos do escultor Vasco Prado.
Por todo lado, dá para ver que Porto Alegre cuida bem dos prédios erguidos entre o final do século 19 e o início do 20, caso do ativo Mercado Público (1869).
Na parte baixa, na avenida Cristóvão Colombo, uma velha cervejaria (inicialmente Continental, depois Brahma) virou o shopping center Total; nas proximidades do Brique da Redenção, uma não inflacionada feirinha de antigüidades que acontece aos domingos, mesmo o Colégio Militar, de estilo eclético de gosto duvidoso, onde o poeta Mário Quintana veio estudar em 1919, foi recém-pintado.
Mas há locais ainda mais emblemáticos dessa onda de restaurações: a Usina do Gasômetro (1928), às margens do Guaíba, hoje um centro cultural; o hotel Majestic (1910), transformado na Casa de Cultura Mário Quintana; e o Santander Cultural (1927), atualmente o museu mais falado.
Porto Alegre exibe ainda um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, que combina indicadores como acesso à saúde, ao conhecimento e aos recursos financeiros.
Assim, se você quer fugir da confusão das megacidades e aproveitar uma grande cidade, programar uma visita à capital gaúcha pode lhe trazer uma boa surpresa. Mas não espere chegar o minuano, vento gélido que sopra dos Pampas no inverno.
Silvio Cioffi, editor de Turismo, voou a convite da Varig.
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