Fotografar certas áreas do Líbano demanda cautela

Há sensibilidades políticas e religiosas no Líbano que devem ser consideradas a fim de evitar problemas e assegurar uma viagem sem percalços.

Paulo Daniel Farah/Folha Imagem

Vista de Trípoli, cidade que apresenta legado muçulmano com suas diversas mesquitas

Como na maioria dos países, fotografar áreas militares e ações vinculadas ao Exército, como movimentações de tropas e escoltas ou proteção de edíficios, é proibido.

Templos religiosos requerem cuidado também. Deve-se perguntar ao responsável, de preferência a alguma autoridade religiosa, se há restrições em relação a fotos -especialmente no que diz respeito a imagens internas.

Caso seja autorizado tirar fotos no interior de uma igreja, de uma mesquita ou de qualquer outro templo, não convém fotografar fiéis no local durante a oração. Ao rezarem, as pessoas costumam evitar interrupções e ações que desviem a atenção e interrompam a prece.

Como a situação política tem enfrentado uma fase de instabilidade, manifestações e atos políticos demandam cautela extra. No léxico libanês, duas datas são utilizadas para nomear dois grandes grupos que se opõem politicamente.

Dessa forma, o "14 de Março" representa o movimento daqueles que se identificam com as propostas anunciadas na manifestação realizada em 14 de março de 2005, um mês após a morte do premiê Rafiq al-Hariri. O outro movimento, que atua em oposição ao "14 de Março", é conhecido como "8 de Março". Ambos agrupam várias correntes políticas e religiosas, e é preciso ter prudência ao fotografar protestos, manifestações e eventos políticos em geral.

PAULO DANIEL FARAH é professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP