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17/05/2004 - 06h18

Curitiba: Poty traça o desenho da alma local

do enviado especial da Folha de S.Paulo a Curitiba

Quando em outros pontos do país se pensa em artistas curitibanos, quase sempre acaba prevalecendo a literatura, catalisada pelo poeta "cachorro louco" Paulo Leminski (1944-89) e pelo vampiro minimalista e contista Dalton Trevisan. É no campo das artes plásticas, contudo, que se encontra um dos mais queridos realizadores locais: o desenhista, ilustrador, muralista e gravador Poty.

Morto em 1998, Napoleon Potyguara Lazzarotto completaria 80 anos em 2004. A efeméride inspira "Poty em Evidência", exposição que reúne 62 gravuras e que se estende até o dia 18 de julho no curitibano Museu Metropolitano de Arte (MuMa).

Não são só as instituições públicas, as galerias e as paredes de colecionadores que guardam, entretanto, obras do artista, nascido no mesmo dia em que foi fundada a capital paranaense --29 de março. Ao flanar pelas ruas de Curitiba, sobretudo pelas do centro, deparar um trabalho de sua lavra se torna inevitável. E é raro mencionar o seu nome a um curitibano e não ouvir uma resposta ufana.

Relativamente pouco conhecido no resto do Brasil, Poty se deixa exibir nos espaços públicos de sua terra. Estão lá, por exemplo, o alto-relevo da fachada do teatro Guaíra e os azulejos do painel do conjunto escultural da praça 19 de Dezembro, inaugurado por ocasião do centenário da emancipação política do Paraná, em 1853. Merece menção ainda o mural da travessa Nestor de Castro, próxima à praça Tiradentes.

Acervo

No começo de sua carreira, Poty foi bastante incentivado por seu pai, Isaac. Sua mãe, Julia, outra descendente de italianos, desempenhou papel importante. Ela era dona de um restaurante, o Vagão do Armistício, onde se servia um risoto que atraía a intelectualidade do lugar. O
interventor do Estado no período, Manoel Ribas, ali travou contato com o trabalho do jovem e lhe concedeu uma bolsa para estudar no Rio de Janeiro.

Lazzarotto freqüenta a Escola Nacional de Belas-Artes e ganha uma medalha de bronze em pintura no Salão Nacional de 1942. A partir daí, começa a expor e a colaborar com jornais e revistas. Ganha mais uma bolsa de estudo --desta vez, para completar a sua formação em Paris, entre 1946 e 48. Nos anos 50, participa das três primeiras bienais paulistanas em 1951, 53 e 55.

Sua trajetória artística, ao longo dos anos, ligou-se à ilustração de livros de alguns dos principais escritores brasileiros --Guimarães Rosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos etc. Sua obra tem momentos "engajados" e momentos nacionalistas. Oscila também entre o preto-e-branco e a cor.

Em 1985, em virtude da morte da mulher, Célia Lazzarotto, Poty doou o seu acervo, composto por aquisições, permutas e presentes, à prefeitura.

Há cerca de cem obras de Djanira, Portinari, Pancetti e Guignard, entre outros, periodicamente expostas ao público e, quando guardadas, passíveis de serem estudadas por pesquisadores.

Museu Metropolitano de Arte de Curitiba - Av. República Argentina, 3.430; tel.: 0/xx/41/314-5065. Entrada franca.


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