20/06/2004 - 13h25

Parque Nacional Serra da Capivara proporciona viagem no tempo

ROBERTO DE OLIVEIRA
da Revista da Folha

O Parque Nacional Serra da Capivara é um dos maiores museus ao ar livre do planeta. Seu "acervo" inclui uma infinidade de pinturas rupestres distribuídas por cerca de 450 sítios arqueológicos. Uma caminhada pela caatinga semi-árida piauiense revela novas paisagens e funciona como uma verdadeira aula de história.

Nos confins de um Brasil praticamente ignorado pelos brasileiros, o parque, declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, é um exemplo de conservação, pesquisa e respeito ao meio ambiente em pleno sertão nordestino.

Logo de cara, dá para ficar impressionado com a infra-estrutura do Capivara. Por trilhas demarcadas e passarelas, guias conduzem o visitante a caminhos repletos de sinais e vestígios de civilizações pré-históricas que deixaram evidências de que viveram ali há mais de 50 mil anos, contrariando a arqueologia ortodoxa sobre a chegada dos primeiros habitantes às Américas, que teria ocorrido há "apenas" 12 mil anos.

As cerca de 25 mil pinturas rupestres retratam aspectos do dia-a-dia dos habitantes da região, como sexo, guerra, cenas domésticas, rituais e cerimônias em meio a imponentes cânions, encostas abruptas e formações rochosas esculpidas em rocha arenítica.

Reserve ao menos três dias para conhecer parte dos circuitos. O boqueirão da Pedra Furada, cartão-postal do parque, onde há registro de três diferentes tipos de pintura, é parada obrigatória.

Administrado pela Fundham (Fundação Museu do Homem Americano) em parceria com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o parque fica aberto diariamente das 7h às 17h. O ingresso custa R$ 3, e o percurso aberto à visitação conta com 121 sítios arqueológicos, todos com escadas de acesso, passarelas, grades de proteção, iluminação especial e sinalização. É só embarcar no tempo.

Onde fica

O Parque Nacional Serra da Capivara está a cerca de 20 km de São Raimundo Nonato (PI)

Melhor época

De março a julho, quando a vegetação está mais verde. O período mais chuvoso vai de novembro a abril

O que levar

Repelente, protetor solar, protetor labial, botas para trekking e muitas camisetas. Não esqueça o agasalho

Não perca

As exposições e painéis sobre a pré-história local no Museu do Homem Americano. Ingressos: R$ 6 (estudante paga meia). Informações pelo tel. 0/xx/89/582-1612 ou no site www.fumdham.org.br

Fuja

Se não estiver acostumado, evite os restaurantes especializados em carne de bode

Quem leva

- Cia. Nacional de Ecoturismo (tel. 5571-2525). A partir de R$ 2.625. Inclui parte aérea, traslados, cinco noites em apto. duplo com café da manhã, sendo duas em Petrolina e três em São Raimundo Nonato, passeios e seguro-viagem.

- Multitravel (tel. 3845-5727). A partir de R$ 2.656. Inclui parte aérea, traslados, cinco noites em apto. duplo com café da manhã, passeios e seguro-viagem.

- Sem Fronteiras (tel. 6191-3595). A partir de R$ 2.950. Inclui parte aérea, traslados, três noites em apto. duplo com café da manhã em Petrolina e quatro com pensão completa, incluindo lanches de trilhas, em São Raimundo Nonato, além de city tour em Petrolina.

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