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19/07/2004
-
04h54
enviada especial da Folha de S.Paulo a Portugal
A Eurocopa acabou há 15 dias, mas os portugueses mantêm nas janelas de suas casas bandeiras do país, talvez agora por conta da Olimpíada, em agosto. As mesmas janelas abertas ao espírito patriótico estimulado pelo futebol e pelo apelo do presidente Jorge Sampaio se escancaram com o passar dos turistas, principalmente dos brasileiros, a quem os portugueses chamam de irmãos.
Tal recepção calorosa esquenta ainda mais o verão, que inspira passeios ao ar livre por vielas, ruínas de castelos, praias e parques.
O bairro de Belém, em Lisboa, se presta deliciosamente ao programa, e o transeunte tem vontade de se atirar sobre os esguichos de água que regam os gramados. Ali estão dois ícones da capital: o mosteiro dos Jerónimos e a torre de Belém (site de ambos é www.mosteirojeronimos.pt), a última originalmente construída num ilhéu do rio Tejo, mas hoje já quase no continente, devido ao deslocamento do curso do rio.
Já o primeiro deve ser visitado sem pressa, para que o turista tenha tempo de apreciar cada detalhe dessa jóia encomendada pelo rei Manuel 1º em 1501, com seu imenso claustro rodeado de arcos rendilhados e o antigo refeitório dos monges. O ingresso custa 4,50, e o local fica aberto das 10h às 18h30, de maio a setembro, e das 10h às 17h, de outubro a abril.
Ali bem perto, o estilo modernoso do Centro Cultural de Belém (www.ccb.pt/ccb,), erguido no início dos anos 1990 em forma de caixote, não combina com o vizinho e por isso mesmo causou polêmica na época da construção, mas hoje abriga importantes exposições e espetáculos.
O dia bonito também entusiasma o turista a copiar os hábitos dos lisboetas e dar uma volta pelo Parque das Nações, principalmente pela espécie de calçadão à margem do rio Tejo. Ali os freqüentadores pedalam magrelas, patinam, caminham, tomam sol, namoram, se amassam. No parquinho, as crianças vibram com brinquedos em formato de instrumentos musicais.
Tais cenas do cotidiano também podem ser apreciadas do alto, a partir do teleférico que circula de uma ponta à outra do parque. O preço para uma perna de trajeto é 3,50.
O Parque das Nações reabilitou uma antiga zona degradada da cidade ao ser criado por conta da Expo-98 (feira mundial que teve os oceanos como tema). A cidade herdou da exposição o oceanário (www.oceanario.pt) e pavilhões, como o do Conhecimento (www.pavconhecimento.pt).
À noite a cidade fica um pouco mais fria, mas um casaquinho leve estimula a caminhada pelos bairros da capital cuja vida noturna não tem pressa e começa a decolar na madrugada.
Opções de bares e danceterias não faltam, e quem deseja apreciar as luzes da cidade do alto pode se juntar à muvuca aos pés da estátua do Adamastor, monstro de "Os Lusíadas", no miradouro de Santa Catarina. Ali um quiosque vende petiscos e drinques principalmente para o público jovem.
Quem procura focos da juventude portuguesa, aliás, vai gostar de circular por Coimbra, onde cerca de 30 mil dos 150 mil habitantes são universitários.
Casais de namorados e garotas com telemóveis na mão ocupam os edifícios seculares e circulam por regiões como a praça das Mamudas, assim apelidada pelos alunos por causa dos peitos grandes e evidentes das estátuas.
Também o público estudantil de Guimarães anima a primeira capital do país e não há quem resista sentar numa das mesinhas dispostas ao ar livre no largo da Oliveira, no centro antigo.
Mas, se o visitante não tiver tempo nem dinheiro para se afastar muito de Lisboa, Sintra se torna um bom programa estilo domingo no parque para toda a família. Pausam as caminhadas nos horários de sol intenso ambientes internos, como o museu do Brinquedo (www.museu-do-brinquedo.pt) e o palácio Nacional (www.ippar.pt/monumentos/palacio-sintra.html), que até dia 2 de novembro hospeda uma exposição sobre antigas máquinas de guerra (ingresso conjugado, incluindo exposição e visita ao palácio, custa 7).
Os mais preguiçosos de encarar a montanhosa cidade têm a alternativa de passear pelos pontos mais óbvios de carruagem ou de caminhar demoradamente pelo parque da Pena (www.parquesdesintra.pt), que rodeia o famoso palácio homônimo. As fontes d'água e as sombras das árvores refrescam os acalorados.
Os amantes da natureza com tempo e disposição ainda podem desvendar o Parque Nacional Sintra-Cascais, que abrange 14.451 hectares e avança até o litoral, no rumo do povoado de Azenhas do Mar e do cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. Mas esse passeio merece uma outra história.
Maristela do Valle viajou a convite do Icep (Investimento, Comércio e Turismo de Portugal) e das Pousadas de Portugal.
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MARISTELA DO VALLEenviada especial da Folha de S.Paulo a Portugal
A Eurocopa acabou há 15 dias, mas os portugueses mantêm nas janelas de suas casas bandeiras do país, talvez agora por conta da Olimpíada, em agosto. As mesmas janelas abertas ao espírito patriótico estimulado pelo futebol e pelo apelo do presidente Jorge Sampaio se escancaram com o passar dos turistas, principalmente dos brasileiros, a quem os portugueses chamam de irmãos.
Maristela do Valle/Folha Imagem |
Peregrinos assistem à missa no santuário de Fátima, onde Nossa Senhora apareceu em 1917 |
Tal recepção calorosa esquenta ainda mais o verão, que inspira passeios ao ar livre por vielas, ruínas de castelos, praias e parques.
O bairro de Belém, em Lisboa, se presta deliciosamente ao programa, e o transeunte tem vontade de se atirar sobre os esguichos de água que regam os gramados. Ali estão dois ícones da capital: o mosteiro dos Jerónimos e a torre de Belém (site de ambos é www.mosteirojeronimos.pt), a última originalmente construída num ilhéu do rio Tejo, mas hoje já quase no continente, devido ao deslocamento do curso do rio.
Já o primeiro deve ser visitado sem pressa, para que o turista tenha tempo de apreciar cada detalhe dessa jóia encomendada pelo rei Manuel 1º em 1501, com seu imenso claustro rodeado de arcos rendilhados e o antigo refeitório dos monges. O ingresso custa 4,50, e o local fica aberto das 10h às 18h30, de maio a setembro, e das 10h às 17h, de outubro a abril.
Ali bem perto, o estilo modernoso do Centro Cultural de Belém (www.ccb.pt/ccb,), erguido no início dos anos 1990 em forma de caixote, não combina com o vizinho e por isso mesmo causou polêmica na época da construção, mas hoje abriga importantes exposições e espetáculos.
O dia bonito também entusiasma o turista a copiar os hábitos dos lisboetas e dar uma volta pelo Parque das Nações, principalmente pela espécie de calçadão à margem do rio Tejo. Ali os freqüentadores pedalam magrelas, patinam, caminham, tomam sol, namoram, se amassam. No parquinho, as crianças vibram com brinquedos em formato de instrumentos musicais.
Tais cenas do cotidiano também podem ser apreciadas do alto, a partir do teleférico que circula de uma ponta à outra do parque. O preço para uma perna de trajeto é 3,50.
O Parque das Nações reabilitou uma antiga zona degradada da cidade ao ser criado por conta da Expo-98 (feira mundial que teve os oceanos como tema). A cidade herdou da exposição o oceanário (www.oceanario.pt) e pavilhões, como o do Conhecimento (www.pavconhecimento.pt).
À noite a cidade fica um pouco mais fria, mas um casaquinho leve estimula a caminhada pelos bairros da capital cuja vida noturna não tem pressa e começa a decolar na madrugada.
Opções de bares e danceterias não faltam, e quem deseja apreciar as luzes da cidade do alto pode se juntar à muvuca aos pés da estátua do Adamastor, monstro de "Os Lusíadas", no miradouro de Santa Catarina. Ali um quiosque vende petiscos e drinques principalmente para o público jovem.
Quem procura focos da juventude portuguesa, aliás, vai gostar de circular por Coimbra, onde cerca de 30 mil dos 150 mil habitantes são universitários.
Casais de namorados e garotas com telemóveis na mão ocupam os edifícios seculares e circulam por regiões como a praça das Mamudas, assim apelidada pelos alunos por causa dos peitos grandes e evidentes das estátuas.
Também o público estudantil de Guimarães anima a primeira capital do país e não há quem resista sentar numa das mesinhas dispostas ao ar livre no largo da Oliveira, no centro antigo.
Mas, se o visitante não tiver tempo nem dinheiro para se afastar muito de Lisboa, Sintra se torna um bom programa estilo domingo no parque para toda a família. Pausam as caminhadas nos horários de sol intenso ambientes internos, como o museu do Brinquedo (www.museu-do-brinquedo.pt) e o palácio Nacional (www.ippar.pt/monumentos/palacio-sintra.html), que até dia 2 de novembro hospeda uma exposição sobre antigas máquinas de guerra (ingresso conjugado, incluindo exposição e visita ao palácio, custa 7).
Os mais preguiçosos de encarar a montanhosa cidade têm a alternativa de passear pelos pontos mais óbvios de carruagem ou de caminhar demoradamente pelo parque da Pena (www.parquesdesintra.pt), que rodeia o famoso palácio homônimo. As fontes d'água e as sombras das árvores refrescam os acalorados.
Os amantes da natureza com tempo e disposição ainda podem desvendar o Parque Nacional Sintra-Cascais, que abrange 14.451 hectares e avança até o litoral, no rumo do povoado de Azenhas do Mar e do cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. Mas esse passeio merece uma outra história.
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