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28/10/2004
-
09h59
da Folha de S.Paulo, em Petra (Jordânia)
Petra? Onde é isso? A pergunta é recorrente. Essa cidade na Jordânia ainda não se tornou um destino turístico conhecido no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros países, especialmente na Europa. Trata-se de um local único, inteiramente esculpido na pedra pelo povo nabateu e que, apesar de parecer distante de outras regiões turísticas, não é tão isolado assim.
Porém, para um brasileiro, é preciso atravessar o mundo para ir a Petra. Mas vale a pena a jornada para conhecer essa cidade, a pouco mais de duas horas de Amã, a capital da Jordânia, uma das mais modernas do mundo árabe, e a quatro horas de Jerusalém --incluindo aí uma hora de burocracia para atravessar a fronteira israelo-jordaniana.
Há passeios para o sítio arqueológico que saem diariamente dessas duas cidades --partindo no início da madrugada e retornando à noite-, mas o ideal mesmo é dormir pelo menos uma noite em Petra para poder realizar, além da visita durante o dia, o passeio noturno.
Os turistas precisam se hospedar nos hotéis na vila de Wadi Musa ou vale de Moisés. Trata-se de uma pequena localidade jordaniana na qual a maioria dos habitantes vive em função do turismo. O passeio começa por uma via que sai da vila de Wadi Musa e segue por cerca de dois quilômetros, passando por obeliscos --primeiros sinais dos nabateus-- até uma fenda dentro de um desfiladeiro, cujas paredes, de 200 metros de altura em alguns pontos, foram separadas por forças tectônicas no passado.
No caminho, não há nenhuma construção. Apenas o terreno montanhoso e desértico dessa região da Jordânia. Entre os meses de maio e setembro, a maioria das pessoas chega bem cedo, para evitar caminhadas debaixo de um sol que pode elevar a temperatura para mais de 40ºC.
O desfiladeiro é uma espécie de escudo, ou um ritual de passagem para o que vem a seguir. A fenda, denominada Siq, tem cerca de 4 m de largura, e dela parte uma viela pavimentada pelos nabateus. Do lado esquerdo, outro sinal de Petra: um pequeno aqueduto, também esculpido na pedra -os nabateus eram exímios no desenvolvimento de sistemas hidráulicos.
Ao longo do caminho, de 1,2 km de extensão, começam a aparecer as primeiras "casas" de Petra. Na verdade, são apenas buracos cavados na pedra. Nenhum deles tem a riqueza arquitetônica do que vem a seguir. Após a caminhada, que parece interminável, começa a se abrir literalmente a imagem, no fim da fenda, do Tesouro, brilhante, como se tivesse recebido uma camada de verniz.
O Tesouro é o templo mais importante de Petra, além do monastério Jabal al Deir e do lugar dos sacrifícios. Outro lugar obrigatório é o Grande Templo. Para visitar esses pontos é preciso subir muitos degraus, mas, quem quiser, pode alugar um burro de um dos beduínos que circulam pela cidade. Aliás, pelas ruas caminham apenas turistas e alguns beduínos que têm autorização para comercializar dentro de Petra.
Não há grandes grupos de excursão. Em algumas partes, os beduínos assustam, surgindo do nada para oferecer coisas. Também é comum observá-los caminhando em pontos tão isolados que não dá para entender como eles conseguiram chegar até lá.
Petra parece ter sido, em alguns pontos, uma cidade coberta por lava vulcânica, como Pompéia (Itália). Algumas tribos árabes diziam no passado que Petra não teria sido esculpida. Na verdade, segundo eles, os nabateus foram punidos por Deus que fez a cidade ficar toda coberta pelas pedras.
Com seu nome charmoso, Petra é um dos resquícios mais bem conservados da rota das especiarias, que vinham do extremo oriente, atravessando a Pérsia (hoje Irã) e a região da Arábia (hoje Arábia Saudita) e chegando ao Egito, passando ainda muitas vezes por Damasco, na Síria.
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GUSTAVO CHACRAda Folha de S.Paulo, em Petra (Jordânia)
Petra? Onde é isso? A pergunta é recorrente. Essa cidade na Jordânia ainda não se tornou um destino turístico conhecido no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros países, especialmente na Europa. Trata-se de um local único, inteiramente esculpido na pedra pelo povo nabateu e que, apesar de parecer distante de outras regiões turísticas, não é tão isolado assim.
Kieran Doherty/Reuters |
Peças extraídas da cidade, que formaram acervo da exposição 'Petra: a Cidade de Pedra Perdida' |
Porém, para um brasileiro, é preciso atravessar o mundo para ir a Petra. Mas vale a pena a jornada para conhecer essa cidade, a pouco mais de duas horas de Amã, a capital da Jordânia, uma das mais modernas do mundo árabe, e a quatro horas de Jerusalém --incluindo aí uma hora de burocracia para atravessar a fronteira israelo-jordaniana.
Há passeios para o sítio arqueológico que saem diariamente dessas duas cidades --partindo no início da madrugada e retornando à noite-, mas o ideal mesmo é dormir pelo menos uma noite em Petra para poder realizar, além da visita durante o dia, o passeio noturno.
Os turistas precisam se hospedar nos hotéis na vila de Wadi Musa ou vale de Moisés. Trata-se de uma pequena localidade jordaniana na qual a maioria dos habitantes vive em função do turismo. O passeio começa por uma via que sai da vila de Wadi Musa e segue por cerca de dois quilômetros, passando por obeliscos --primeiros sinais dos nabateus-- até uma fenda dentro de um desfiladeiro, cujas paredes, de 200 metros de altura em alguns pontos, foram separadas por forças tectônicas no passado.
No caminho, não há nenhuma construção. Apenas o terreno montanhoso e desértico dessa região da Jordânia. Entre os meses de maio e setembro, a maioria das pessoas chega bem cedo, para evitar caminhadas debaixo de um sol que pode elevar a temperatura para mais de 40ºC.
O desfiladeiro é uma espécie de escudo, ou um ritual de passagem para o que vem a seguir. A fenda, denominada Siq, tem cerca de 4 m de largura, e dela parte uma viela pavimentada pelos nabateus. Do lado esquerdo, outro sinal de Petra: um pequeno aqueduto, também esculpido na pedra -os nabateus eram exímios no desenvolvimento de sistemas hidráulicos.
Ao longo do caminho, de 1,2 km de extensão, começam a aparecer as primeiras "casas" de Petra. Na verdade, são apenas buracos cavados na pedra. Nenhum deles tem a riqueza arquitetônica do que vem a seguir. Após a caminhada, que parece interminável, começa a se abrir literalmente a imagem, no fim da fenda, do Tesouro, brilhante, como se tivesse recebido uma camada de verniz.
O Tesouro é o templo mais importante de Petra, além do monastério Jabal al Deir e do lugar dos sacrifícios. Outro lugar obrigatório é o Grande Templo. Para visitar esses pontos é preciso subir muitos degraus, mas, quem quiser, pode alugar um burro de um dos beduínos que circulam pela cidade. Aliás, pelas ruas caminham apenas turistas e alguns beduínos que têm autorização para comercializar dentro de Petra.
Não há grandes grupos de excursão. Em algumas partes, os beduínos assustam, surgindo do nada para oferecer coisas. Também é comum observá-los caminhando em pontos tão isolados que não dá para entender como eles conseguiram chegar até lá.
Petra parece ter sido, em alguns pontos, uma cidade coberta por lava vulcânica, como Pompéia (Itália). Algumas tribos árabes diziam no passado que Petra não teria sido esculpida. Na verdade, segundo eles, os nabateus foram punidos por Deus que fez a cidade ficar toda coberta pelas pedras.
Com seu nome charmoso, Petra é um dos resquícios mais bem conservados da rota das especiarias, que vinham do extremo oriente, atravessando a Pérsia (hoje Irã) e a região da Arábia (hoje Arábia Saudita) e chegando ao Egito, passando ainda muitas vezes por Damasco, na Síria.
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