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11/11/2004
-
09h35
Free-lance para a Folha de S.Paulo
Não se iluda. Se quiser garantir o melhor serviço possível em um hotel, dê gorjeta. E não deixe para o último dia. O agrado é uma maneira de recompensar pelo serviço, e o turista que gratifica antes sinaliza que simpatiza com quem o está servindo. Mas, mais importante até do que a quantia, é a maneira de remunerar: seja gentil, afável, discreto e até troque algumas palavras de cumplicidade com o atendente.
"Já recusei dinheiro de hóspede que não me tratou bem", afirma o atendente de academia do Hilton, Gustavo Marques.
A Folha conversou com profissionais de hotelaria de grandes hotéis de São Paulo. A constatação é que os funcionários sempre têm a expectativa de ganhar gorjeta. E isso pode, sim, influenciar no serviço prestado.
"É elegante, é esperado. Ajuda a elevar a auto-estima. Recomendo dar ao menos o de praxe", diz o gerente de serviços do Caesar Park, Adelino Airosa.
Praxe
Normalmente, ao chegar a um hotel, o turista vai travar contato primeiramente com o capitão-porteiro. A ele, é recomendável dar o equivalente a US$ 1 ou 1 euro, caso seja solicitado algum serviço, como chamar um táxi.
Após passar pela recepção, onde as gorjetas não são esperadas, o turista terá suas malas carregadas pelo mensageiro, que também lhe mostrará o quarto. A prática é deixar cerca de US$ 1 ou 1 euro por mala. No Brasil, se R$ 3 por mala parecer salgado, deixe menos, mas não deixe de ser gentil.
Dê também um agrado à camareira logo que encontrá-la, certificando-se de que será ela que vai zelar por seu apartamento. Não é comum, mas é uma boa opção dividir essa gorjeta. Pode-se calcular US$ 1 (cerca de R$ 3) por dia de hospedagem. Então, se a estada for, por exemplo, de três dias, em vez de dar tudo no último dia, vale mais a pena deixar R$ 5 no primeiro e igual montante no final.
Assim não se criam dúvidas no funcionário se a gorjeta virá ou não, evitando o "jogo duro", que é, afinal, o jogo do pão-duro.
E, se precisar de algo do "concierge" --profissional que tem uma mesa no lobby e está apto a ajudar o cliente nas mais diversas tarefas, como confirmar vôos ou reservar restaurantes--, faça o mesmo, sempre sem alarde, sem abanar o dinheiro, que deve estar discretamente dobrado.
No restaurante do hotel, o de praxe é mesmo os 10% do valor da conta, que, às vezes, até já vem na fatura. Mas atenção, nem sempre é uma boa idéia dar dinheiro antes da refeição, a menos que o plano seja comer no local diversas vezes, ou ter uma mesa especial para convidados. "Não acho legal. Me sinto pressionado", conta o maître Welligton Barbosa Ribeiro, do Caesar Palace.
Diferencial
Oficialmente, o discurso é que, com gorjeta ou sem ela, o serviço é o mesmo. "Se muda o atendimento, o profissional está errado", diz Adelino Airosa.
"Se não der, tem de tratar bem, cliente é como seda, se não tomar cuidado, ele rasga e não volta mais", afirma o mensageiro do Othon Classic Ayrton dos Santos.
O serviço é o mesmo ou deveria ser. "O funcionário acaba entendendo mais o cliente que dá gorjeta", diz o chefe dos "concierges" do Hilton, Alessandro Cordeiro.
Isso pode valer um quarto melhor se o hóspede voltar ao hotel ou um serviço mais eficiente, com uma dica preciosa sobre a cidade. E, sobretudo, evita o clima chato.
Tenha em mente que os profissionais, que esperam pelo mimo, conhecem muito bem o hóspede que faz tipo e o que os enrola.
Um funcionário de um hotel super-estrelado em São Paulo contou à Folha que pega birra de quem não abre a mão.
"Já desanima. Fico ligeiro com ele. Se dá pouco, penso que tá tirando com a minha cara."
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Obrigatória nos EUA, gorjeta ofende no Japão
Ao dar gorjeta, gaste sua cordialidade
LUÍS SOUZAFree-lance para a Folha de S.Paulo
Não se iluda. Se quiser garantir o melhor serviço possível em um hotel, dê gorjeta. E não deixe para o último dia. O agrado é uma maneira de recompensar pelo serviço, e o turista que gratifica antes sinaliza que simpatiza com quem o está servindo. Mas, mais importante até do que a quantia, é a maneira de remunerar: seja gentil, afável, discreto e até troque algumas palavras de cumplicidade com o atendente.
"Já recusei dinheiro de hóspede que não me tratou bem", afirma o atendente de academia do Hilton, Gustavo Marques.
A Folha conversou com profissionais de hotelaria de grandes hotéis de São Paulo. A constatação é que os funcionários sempre têm a expectativa de ganhar gorjeta. E isso pode, sim, influenciar no serviço prestado.
"É elegante, é esperado. Ajuda a elevar a auto-estima. Recomendo dar ao menos o de praxe", diz o gerente de serviços do Caesar Park, Adelino Airosa.
Praxe
Normalmente, ao chegar a um hotel, o turista vai travar contato primeiramente com o capitão-porteiro. A ele, é recomendável dar o equivalente a US$ 1 ou 1 euro, caso seja solicitado algum serviço, como chamar um táxi.
Após passar pela recepção, onde as gorjetas não são esperadas, o turista terá suas malas carregadas pelo mensageiro, que também lhe mostrará o quarto. A prática é deixar cerca de US$ 1 ou 1 euro por mala. No Brasil, se R$ 3 por mala parecer salgado, deixe menos, mas não deixe de ser gentil.
Dê também um agrado à camareira logo que encontrá-la, certificando-se de que será ela que vai zelar por seu apartamento. Não é comum, mas é uma boa opção dividir essa gorjeta. Pode-se calcular US$ 1 (cerca de R$ 3) por dia de hospedagem. Então, se a estada for, por exemplo, de três dias, em vez de dar tudo no último dia, vale mais a pena deixar R$ 5 no primeiro e igual montante no final.
Assim não se criam dúvidas no funcionário se a gorjeta virá ou não, evitando o "jogo duro", que é, afinal, o jogo do pão-duro.
E, se precisar de algo do "concierge" --profissional que tem uma mesa no lobby e está apto a ajudar o cliente nas mais diversas tarefas, como confirmar vôos ou reservar restaurantes--, faça o mesmo, sempre sem alarde, sem abanar o dinheiro, que deve estar discretamente dobrado.
No restaurante do hotel, o de praxe é mesmo os 10% do valor da conta, que, às vezes, até já vem na fatura. Mas atenção, nem sempre é uma boa idéia dar dinheiro antes da refeição, a menos que o plano seja comer no local diversas vezes, ou ter uma mesa especial para convidados. "Não acho legal. Me sinto pressionado", conta o maître Welligton Barbosa Ribeiro, do Caesar Palace.
Diferencial
Oficialmente, o discurso é que, com gorjeta ou sem ela, o serviço é o mesmo. "Se muda o atendimento, o profissional está errado", diz Adelino Airosa.
"Se não der, tem de tratar bem, cliente é como seda, se não tomar cuidado, ele rasga e não volta mais", afirma o mensageiro do Othon Classic Ayrton dos Santos.
O serviço é o mesmo ou deveria ser. "O funcionário acaba entendendo mais o cliente que dá gorjeta", diz o chefe dos "concierges" do Hilton, Alessandro Cordeiro.
Isso pode valer um quarto melhor se o hóspede voltar ao hotel ou um serviço mais eficiente, com uma dica preciosa sobre a cidade. E, sobretudo, evita o clima chato.
Tenha em mente que os profissionais, que esperam pelo mimo, conhecem muito bem o hóspede que faz tipo e o que os enrola.
Um funcionário de um hotel super-estrelado em São Paulo contou à Folha que pega birra de quem não abre a mão.
"Já desanima. Fico ligeiro com ele. Se dá pouco, penso que tá tirando com a minha cara."
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