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25/11/2004 - 09h16

Berlim - 15 anos depois: Capital alemã busca caminho rumo ao topo

NOAH BARKIN
da Reuters

A massa de gruas que pontilhou Berlim pelas últimas décadas, um símbolo onipresente do renascimento da cidade, não mais domina seu horizonte.

A Potsdamer Platz, até recentemente um enorme canteiro de obras, brilha novamente graças ao futurístico Sony Center e a um punhado de arranha-céus modernos que dão ao quarteirão a aparência de uma mini-Nova York.

Mas 15 anos depois da queda do Muro que separava a Berlim Oriental da Ocidental, a cidade de 3,4 milhões habitantes luta para ver concretizadas as esperanças que muitos depositaram nela.

Em vez de virar a nova capital de uma Europa expandida como alguns previram, Berlim viu sua população estagnar e sua economia enfraquecer.

Um em cada cinco berlinenses está desempregado, taxa maior do que a da antiga seção Oriental da cidade.

"A idéia era a de que Berlim se tornaria um portão para o território Oriental", diz David Clay Large, professor de história da Universidade Estadual de Montana estudioso da história de Berlim. "Mas isso não aconteceu."

Berlim continua atraindo turistas, que rumam à cidade em busca de cultura e história. Poucas cidades conseguem competir com a dinâmica cena artística local.

Mas a queda do Muro e a mudança da sede do governo federal de Bonn para Berlim não causou a migração em massa de dinheiro e de pessoas que se esperava.

Na tentativa de explicar por que a expectativa não vingou, alguns fatores são citados. Entre eles, a dificuldade que a cidade enfrenta para virar um centro de negócios.

Do fim do século 19 ao começo do Terceiro Reich, em 1933, a cidade era um centro de grande corporações. Mas a divisão da Alemanha e de Berlim depois da Segunda Guerra Mundial fez com que as companhias rumassem à porção Ocidental da Alemanha para não voltar.

Empresas menores, que receberam subsídios para se instalar na Berlim Ocidental durante a Guerra Fria perderam a ajuda quando o Muro caiu e saíram de lá.

A falta de um "hub" (aeroporto que irradia vôos, constituindo um nó aéreo) figura nessa lista, bem como a ausência de vôos transatlânticos diretos para lá ou saindo de lá.

A combinação de fatores faz com que a cidade normalmente ocupe o quarto lugar no ranking de tráfego de passageiros na Alemanha, atrás de Frankfurt, Munique e Dusseldorf, cujas populações somadas não atingem o número de habitantes de Berlim.

Mas alguns sinais positivos começaram a surgir. A EasyJet, segunda maior empresa aérea low-cost da Europa começou a voar para o aeroporto Schoenefeld, na antiga parte Leste da cidade em abril. O resultado foi um boom do turismo na capital alemã.

Em agosto, as autoridades alemãs deram o aval para o início de uma necessária reforma de 1,7 bilhão no aeroporto Schoenefeld.

O aeroporto internacional Brandemburgo, em Berlim, deve ser inaugurado em 2010. Ele terá capacidade para 20 milhões de passageiros por ano, 50% mais do que a soma do que os outros três aeroportos receberam em 2003.

O prefeito Klaus Wowereit, cujo lema é "Get Berlin Moving" (algo como levando Berlim adiante), jurou que tornará a cidade, atualmente com uma dívida de 57 bilhões, em um ímã para as indústrias médica e midiática.

O crescimento da União Européia para o Leste também dá razões para que se acredite que Berlim pode acabar emergindo como uma espécie de capital mundial.

"Berlim será uma cidade central. Só levará um pouco mais de tempo do que muitos imaginaram", afirma Large.

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