Publicidade
Publicidade
23/12/2004
-
10h57
Seguir os passos de Jesus não parece tão desencorajador como nos últimos quatro anos. Isso porque, neste Natal, viajar de Jerusalém, em Israel, para Belém, na Cisjordânia (Autoridade Nacional Palestina), está mais fácil.
Pela primeira vez desde 2000 --começo da segunda Intifada (levante palestino)--, israelenses e palestinos estão cooperando para melhorar o turismo. O objetivo é justamente encorajar peregrinos cristãos a visitar a Terra Santa nas celebrações natalinas.
Apesar de os turistas continuarem a ter de passar por uma barreira militar israelense, os ministros do Turismo israelense e palestino anunciaram em um encontro no mês passado --o primeiro desde 2000-- que eles pretendem garantir o acesso tranqüilo para os visitantes que forem de Jerusalém a Belém ou vice-versa, simplificando as checagens de segurança no percurso.
"Nós estamos dizendo a todos que podem vir com mais liberdade à Terra Santa", disse o ministro do Turismo palestino, Mitri Abu Aitah, no encontro com seu colega israelense, Gideon Ezra.
Ezra afirmou que espera que os novos procedimentos ajudem. "Eu acho que esse encontro ajudará a trazer muitos visitantes à região."
Leve retomada
Celebrações natalinas na região já atraíram dezenas de milhares de turistas. Mas, nos últimos anos, a violência manteve os peregrinos afastados.
O turismo recomeçou a crescer recentemente devido a um empurrãozinho de marketing e a um renovado esforço de manter relativa calma. Na fronteira entre Israel e a Cisjordânia, por exemplo, não ocorrem conflitos há mais de um ano.
Retrato disso, além dos esforços oficiais, é a reabertura do luxuoso Paradise Hotel, em Belém.
O hotel, onde israelenses e palestinos se misturavam nas festas de gala de Natal nos anos 80, espelha os altos e baixos do conflito, da coexistência à destruição e, agora, o esforço de reconstrução.
No mês passado, o hotel recebeu turistas pela primeira vez em quatro anos. Trinta por cento dos quartos estão ocupados para o Natal e já há reservas para o ano que vem até outubro.
A restauração --que custou US$ 1 milhão-- e a retomada do turismo no local do nascimento de Jesus são outros sinais de um novo senso de otimismo que está permeando o Oriente Médio, principalmente depois da morte do líder palestino Iasser Arafat, em 11 de novembro.
Em Belém, a ocupação na maior parte dos hotéis aumentou de 10% a 20% em relação ao ano passado. Os preços dos quartos são razoáveis, algo em torno de US$ 40 por noite, incluindo o café da manhã. Alguns estabelecimentos estão até planejando fazer festas.
No entanto Belém ainda está distante dos seus gloriosos dias que antecederam a Intifada --que durou de 1988 a 1993--, quando milhares de peregrinos celebravam na decorada e colorida praça da Manjedoura e na igreja da Natividade, onde está a gruta que a tradição diz ser o local de nascimento de Jesus.
A praça da Manjedoura, embora tenha mudado muito nos últimos anos, ainda fica repleta de ônibus de turismo. A igreja da Natividade é úmida e fria, mas cheia de uma fragrância de incenso. É uma imagem maravilhosa quando está cheia de fiéis na Missa do Galo, véspera de Natal. Leve agasalho se rumar para lá no fim do ano. A temperatura média no Natal em Belém é de 4ºC. Se estiver com sorte, pode até nevar.
Jerusalém
Maior pólo turístico da Terra Santa, Jerusalém apresenta desafios para o visitante. Um deles é descobrir quando é possível visitar a Esplanada das Mesquitas (conhecida pelos judeus como Monte do Templo).
O conjunto, que inclui o Domo da Rocha, é fechado duas vezes ao dia durante as orações, mas vale o esforço para entrar ali e ver a rocha da qual, acreditam os muçulmanos, o profeta Maomé teria subido ao céu.
Outro desafio é encontrar as melhores vistas dos monumentos. Aqui, alguns preferem uma caminhada pelas plataformas da cidade antiga, das quais é possível avistar os minaretes e os campanários de qualquer ângulo. Outros defendem que, para uma perspectiva espetacular em qualquer direção, deve-se subir a torre da Igreja Luterana, que fica a poucos passos do Santo Sepulcro.
À esquerda da praça do Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado para os judeus, há uma entrada para um túnel arqueológico no qual é possível ver rochas, cisternas e um canal de água que era usado 2.000 anos atrás.
As lojas do mercado árabe na cidade antiga são sensacionais. Ali é possível comprar vestes decoradas com os tradicionais bordados palestinos, potes armênios pintados à mão e gergelim e pistaches frescos. Barganhar é uma arte que deve ser aprendida rapidamente.
Com agências internacionais
Leia mais
Roteiro sagrado: Belém festejará este Natal sem restrições
Roteiro sagrado: Dividida, Jerusalém é síntese de religiões
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Jerusalém
Leia o que já foi publicado sobre Belém
Roteiro sagrado: Turismo e feriado aliam palestinos a Israel
da Folha de S.PauloSeguir os passos de Jesus não parece tão desencorajador como nos últimos quatro anos. Isso porque, neste Natal, viajar de Jerusalém, em Israel, para Belém, na Cisjordânia (Autoridade Nacional Palestina), está mais fácil.
Pela primeira vez desde 2000 --começo da segunda Intifada (levante palestino)--, israelenses e palestinos estão cooperando para melhorar o turismo. O objetivo é justamente encorajar peregrinos cristãos a visitar a Terra Santa nas celebrações natalinas.
Apesar de os turistas continuarem a ter de passar por uma barreira militar israelense, os ministros do Turismo israelense e palestino anunciaram em um encontro no mês passado --o primeiro desde 2000-- que eles pretendem garantir o acesso tranqüilo para os visitantes que forem de Jerusalém a Belém ou vice-versa, simplificando as checagens de segurança no percurso.
"Nós estamos dizendo a todos que podem vir com mais liberdade à Terra Santa", disse o ministro do Turismo palestino, Mitri Abu Aitah, no encontro com seu colega israelense, Gideon Ezra.
Ezra afirmou que espera que os novos procedimentos ajudem. "Eu acho que esse encontro ajudará a trazer muitos visitantes à região."
Leve retomada
Celebrações natalinas na região já atraíram dezenas de milhares de turistas. Mas, nos últimos anos, a violência manteve os peregrinos afastados.
O turismo recomeçou a crescer recentemente devido a um empurrãozinho de marketing e a um renovado esforço de manter relativa calma. Na fronteira entre Israel e a Cisjordânia, por exemplo, não ocorrem conflitos há mais de um ano.
Retrato disso, além dos esforços oficiais, é a reabertura do luxuoso Paradise Hotel, em Belém.
O hotel, onde israelenses e palestinos se misturavam nas festas de gala de Natal nos anos 80, espelha os altos e baixos do conflito, da coexistência à destruição e, agora, o esforço de reconstrução.
No mês passado, o hotel recebeu turistas pela primeira vez em quatro anos. Trinta por cento dos quartos estão ocupados para o Natal e já há reservas para o ano que vem até outubro.
A restauração --que custou US$ 1 milhão-- e a retomada do turismo no local do nascimento de Jesus são outros sinais de um novo senso de otimismo que está permeando o Oriente Médio, principalmente depois da morte do líder palestino Iasser Arafat, em 11 de novembro.
Em Belém, a ocupação na maior parte dos hotéis aumentou de 10% a 20% em relação ao ano passado. Os preços dos quartos são razoáveis, algo em torno de US$ 40 por noite, incluindo o café da manhã. Alguns estabelecimentos estão até planejando fazer festas.
No entanto Belém ainda está distante dos seus gloriosos dias que antecederam a Intifada --que durou de 1988 a 1993--, quando milhares de peregrinos celebravam na decorada e colorida praça da Manjedoura e na igreja da Natividade, onde está a gruta que a tradição diz ser o local de nascimento de Jesus.
A praça da Manjedoura, embora tenha mudado muito nos últimos anos, ainda fica repleta de ônibus de turismo. A igreja da Natividade é úmida e fria, mas cheia de uma fragrância de incenso. É uma imagem maravilhosa quando está cheia de fiéis na Missa do Galo, véspera de Natal. Leve agasalho se rumar para lá no fim do ano. A temperatura média no Natal em Belém é de 4ºC. Se estiver com sorte, pode até nevar.
Jerusalém
Maior pólo turístico da Terra Santa, Jerusalém apresenta desafios para o visitante. Um deles é descobrir quando é possível visitar a Esplanada das Mesquitas (conhecida pelos judeus como Monte do Templo).
O conjunto, que inclui o Domo da Rocha, é fechado duas vezes ao dia durante as orações, mas vale o esforço para entrar ali e ver a rocha da qual, acreditam os muçulmanos, o profeta Maomé teria subido ao céu.
Outro desafio é encontrar as melhores vistas dos monumentos. Aqui, alguns preferem uma caminhada pelas plataformas da cidade antiga, das quais é possível avistar os minaretes e os campanários de qualquer ângulo. Outros defendem que, para uma perspectiva espetacular em qualquer direção, deve-se subir a torre da Igreja Luterana, que fica a poucos passos do Santo Sepulcro.
À esquerda da praça do Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado para os judeus, há uma entrada para um túnel arqueológico no qual é possível ver rochas, cisternas e um canal de água que era usado 2.000 anos atrás.
As lojas do mercado árabe na cidade antiga são sensacionais. Ali é possível comprar vestes decoradas com os tradicionais bordados palestinos, potes armênios pintados à mão e gergelim e pistaches frescos. Barganhar é uma arte que deve ser aprendida rapidamente.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- De centenárias a modernas, conheça as 10 bibliotecas mais bonitas do mundo
- Legoland inaugura parque temático de artes marciais com atração 3D
- Na Itália, ilha de Ischia é paraíso de águas termais e lamas terapêuticas
- Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
- Parece Caribe, mas é Brasil; veja praias paradisíacas para conhecer em 2017
+ Comentadas
Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade
Copyright Folha.com. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicaçao, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha.com.