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24/02/2005 - 09h27

Paraíba preserva trecho de mata atlântica

AUGUSTO PINHEIRO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, na Paraíba

Se a capital paraibana se destaca pelo verde, o Jardim Botânico Benjamim Maranhão é o maior propagandista dessa cor. Criado pelo governo do Estado em 2000 em uma das maiores reservas de mata atlântica do Brasil,
o jardim, antes conhecido como mata do Buraquinho, tem 515 hectares.
Além de área de lazer, o jardim botânico tem o objetivo de estudar espécies da fauna e da flora, desenvolver atividades de educação ambiental e preservar o patrimônio genético das plantas.

Nas três trilhas a que tem acesso, o turista pode vislumbrar espécies animais e vegetais típicas da mata atlântica. Entre as plantas estão sucupira, massaranduba (que dá um fruto doce e leitoso), cajazeira (a árvore do cajá), copiúba (que serve de alimento para os sagüis), dendê, pau-pombo, orquídeas e bromélias.

Já os animais, mais difíceis de encontrar, são tamanduá-mirim, cotia, raposa, preá, preguiça, borboletas, cobras e pássaros (pica-pau, sabiá, anum-preto e jacu).

"No início do século 20, a mata do Buraquinho era a responsável pelo abastecimento de água da cidade, por meio de 33 poços", explica o guia Henrique de Paiva, 22. Antes, em meados do século 19, a área era propriedade privada, até ser adquirida em 1909 pela companhia de água da cidade.

O rio Jaguaribe, que deságua no oceano Atlântico, atravessa a reserva e corta 23 bairros da capital paraibana. Atualmente, ele sofre com a poluição urbana.

Para as trilhas -do Rio, do Buriti e do Bambuzal-, o jardim botânico recebe grupos de até 50 pessoas por turno, de manhã e à tarde- a partir das 8h e das 13h30. Visitas têm de ser agendadas. Antes do passeio, o grupo assiste a uma palestra no auditório sobre o jardim botânico e sua importância para a cidade.

A primeira trilha -a do Rio- é a básica, com apenas 300 m, e leva até o poço das Salamandras. No caminho, algumas curiosidades chamam a atenção, como uma copiúba com o caule roído pelos sagüis, que se alimentam de sua seiva, e um bambuzal que forma um túnel. Na passagem pela ponte de madeira vêem-se bromélias em troncos de árvores.

As árvores do Jardim Botânico têm em média de 30 a 40 anos, e a temperatura da mata varia entre 14 C e 24C, explica Paiva.
Na trilha do Buriti, que vai até o lago das Ninféias -planta semelhante à amazônica vitória-régia, embora menor-, as copas das árvores são mais fechadas. Uma família de morcegos dorme em fila no caule de uma árvore. Helicônias colorem o caminho.

A trilha do Bambuzal, a mais estreita e irregular do jardim botânico, leva à "árvore do abraço", um dendezeiro que cresceu no meio de uma gameleira, dando a impressão de que as duas árvores estão enlaçadas.
"Contam que o antigo proprietário da área, no século 19, pegou a filha aos beijos com um empregado. Atirou nele, mas a filha se jogou na frente para proteger seu amor e morreu. Depois o proprietário matou o rapaz. No local teriam crescido as duas árvores", diz o guia Henrique.

O passeio é acompanhado por dois guardas florestais, por questão de segurança, pois o jardim botânico tem favelas em seu entorno.

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