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26/05/2005 - 11h53

Turismo fez St. Barth dar volta por cima

VINCENZO SCARPELLINI
Enviado especial a St. Martin e St. Barth

No porto de Gustavia balançam discretamente iates de cinco andares e brilham vitrines das grifes Prada, Cartier, Bulgari, Armani e Louis Vuitton. Para entrar em St. Barth --apelido de St. Barthélemy--, mesmo vindo de St. Martin, é preciso ter visto. Esse é um dos cantos mais exclusivos do mundo, a Montecarlo do Caribe. E o contraste entre presente e passado não poderia ser mais radical.

Menor do que St. Martin e inteiramente francesa, St. Barth nem escravos recebeu, tão poucas eram as possibilidades de exploração nos séculos anteriores.

O sal e as escassas contribuições da mãe pátria foram realmente os únicos meios de uma sobrevivência arrancada teimosamente do sol e da água salgada. A antiga salina ainda pode ser visitada.

Em 1493, durante sua segunda viagem pelas terras que eram obstáculo à rota para as Índias, Colombo passou por ali, tomou posse da ilha para a coroa espanhola e foi adiante. Seu irmão chamava-se Bartolomeo, daí o nome que, afrancesado, se tornou St. Barthélemy e, contraído, St. Barth.

Em 1648 (o mesmo ano do acordo de St. Martin com os holandeses) a ilha foi ocupada pelos franceses, que mandaram 53 colonos, alguns escravos, cabras e galinhas, abandonando todos ao próprio destino. Nas décadas seguintes, St. Barth foi tão sujeita às incursões da "irmandade da costa", como os piratas eram conhecidos, que alguns ilhéus tornaram-se piratas, enquanto outros aprenderam a recebê-los com tavernas, bordéis e várias casas de má reputação.

A esses tempos conturbados sucedeu, já nas primeiras décadas do século 20, a criação do paraíso. Paraíso é uma palavra de origem persa com o significado de "espaço rodeado de muros" e é possível que seja uma herança das cruzadas na Idade Média. De qualquer modo, a idéia de um jardim separado do mundo desagradável se adapta bem às ilhas --a St. Martin e, mais ainda, a St. Barth. Aqui, os muros não são tanto as águas do mar quanto o custo de vida. Graças ao alto padrão de seu turismo, em St. Barth não existem prédios nem palacetes. Para cobrir as casas são permitidos apenas tetos vermelhos ou cinza, nenhum jet-ski vagueia perto das praias, e a natureza parece incontaminada, associando-se, assim, à idéia cristã do paraíso: o Éden.

O bailarino russo Rudolf Nureyev, o "tártaro voador", morto 12 anos atrás, tinha casa na ilha, em Toiny. No portão há dois buracos em forma de coração. Sobre um, lê-se em três línguas: "Computo apenas as horas felizes". Sobre o outro: "Para abrir, colocar as mãos no coração". O príncipe de Mônaco também ia à ilha, e a princesa Diana, quando vinha, devia apreciar a ausência dos paparazzi.

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