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07/07/2005
-
10h47
Enviado especial a Massachusetts (EUA)
A sensação ao entrar no local é de retorno ao século 17. As facilidades da vida moderna estão bem distantes do cotidiano dos peregrinos, que deixaram o solo europeu em 1620 para formar um dos primeiros povoados do atual território norte-americano.
O Plimoth Plantation, em Plymouth, cidade ao sul de Boston, foi criado especialmente para o visitante viver a sensação de ter entrado na máquina do tempo.
O local é uma reprodução fiel da vila original em 1627, nos primórdios do povoado, com suas choupanas modestas, de um só cômodo, e pequenos cercados para a criação de animais para consumo.
Há uma oficina, onde artesãos utilizam técnicas da época para fabricar malas, cestas e móveis.
A vila é "habitada" por atores, que, trajados com vestimentas da época, estão preparados para saciar a curiosidade dos visitantes que pululam pelo local --são cerca de 500 mil por ano, de acordo com a administração do museu.
A história dos peregrinos de Plimoth começa em 1606, em Nottinghamshire, na Inglaterra. Um grupo dissidente decidiu fundar sua própria igreja. Em uma época em que Estado e religião se confundiam, a idéia era temerária.
Foram então para a Holanda, onde não se adaptaram. Finalmente, em 6 de setembro de 1620, zarparam de Plymouth, na Inglaterra, para desbravar novas terras.
O Mayflower 2, réplica do barco original, que trouxe os primeiros colonos, pode ser visitado também em Plymouth --a embarcação foi construída em 1955.
O grupo chegou a Cape Cod (cabo do Bacalhau, em português) em novembro. Um mês depois, iniciou a colonização local.
"Sou Stephen Hopkins", anuncia um peregrino idoso. "Então sou sua descendente", espanta-se Michelle, que integra uma comitiva de estudantes.
Espantado mesmo fica o visitante brasileiro ao descobrir, pouco depois, algum parente distante, Edward Leister, entre os pioneiros dos EUA que vieram no Mayflower, como servo de Hopkins.
Metade da população do vilarejo morreu no primeiro e rigoroso inverno vivido na nova terra. Sem experiência com o trabalho na lavoura, a colônia quase pereceu.
As agruras começaram a ser superadas quando os colonos fizeram contato com os wampanoags. A tribo ensinou os peregrinos a caçar, plantar e pescar.
Parte da aldeia indígena também foi recriada. Nela, é possível descobrir as técnicas de agricultura seguidas pelos wampanoags para o cultivo de cereais e legumes, visitar as cabanas e tirar dúvidas com "membros" da tribo.
Como agradecimento, os sobreviventes da colônia fizeram uma grande festa na colheita seguinte. À mesa farta de alimentos se sentaram índios e europeus. Era o dia de ação de graças, o primeiro feriado norte-americano.
Uma exposição, na sede do museu, detalha as origens da festa e explica seu significado para a nação. Lá, uma ampla loja traz todos os tipos de suvenir que a mente do turista possa imaginar. É quase impossível sair dali sem levar uma lembrancinha.
Plimoth Plantation e Mayflower 2 - O ingresso combinado custa US$ 24 (para adultos), US$ 21 (para pessoas acima de 62 anos) e US$ 14 (para crianças de seis a 12 anos); www.plimoth.org.
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ADALBERTO LEISTER FILHOEnviado especial a Massachusetts (EUA)
A sensação ao entrar no local é de retorno ao século 17. As facilidades da vida moderna estão bem distantes do cotidiano dos peregrinos, que deixaram o solo europeu em 1620 para formar um dos primeiros povoados do atual território norte-americano.
O Plimoth Plantation, em Plymouth, cidade ao sul de Boston, foi criado especialmente para o visitante viver a sensação de ter entrado na máquina do tempo.
O local é uma reprodução fiel da vila original em 1627, nos primórdios do povoado, com suas choupanas modestas, de um só cômodo, e pequenos cercados para a criação de animais para consumo.
Há uma oficina, onde artesãos utilizam técnicas da época para fabricar malas, cestas e móveis.
A vila é "habitada" por atores, que, trajados com vestimentas da época, estão preparados para saciar a curiosidade dos visitantes que pululam pelo local --são cerca de 500 mil por ano, de acordo com a administração do museu.
A história dos peregrinos de Plimoth começa em 1606, em Nottinghamshire, na Inglaterra. Um grupo dissidente decidiu fundar sua própria igreja. Em uma época em que Estado e religião se confundiam, a idéia era temerária.
Foram então para a Holanda, onde não se adaptaram. Finalmente, em 6 de setembro de 1620, zarparam de Plymouth, na Inglaterra, para desbravar novas terras.
O Mayflower 2, réplica do barco original, que trouxe os primeiros colonos, pode ser visitado também em Plymouth --a embarcação foi construída em 1955.
O grupo chegou a Cape Cod (cabo do Bacalhau, em português) em novembro. Um mês depois, iniciou a colonização local.
"Sou Stephen Hopkins", anuncia um peregrino idoso. "Então sou sua descendente", espanta-se Michelle, que integra uma comitiva de estudantes.
Espantado mesmo fica o visitante brasileiro ao descobrir, pouco depois, algum parente distante, Edward Leister, entre os pioneiros dos EUA que vieram no Mayflower, como servo de Hopkins.
Metade da população do vilarejo morreu no primeiro e rigoroso inverno vivido na nova terra. Sem experiência com o trabalho na lavoura, a colônia quase pereceu.
As agruras começaram a ser superadas quando os colonos fizeram contato com os wampanoags. A tribo ensinou os peregrinos a caçar, plantar e pescar.
Parte da aldeia indígena também foi recriada. Nela, é possível descobrir as técnicas de agricultura seguidas pelos wampanoags para o cultivo de cereais e legumes, visitar as cabanas e tirar dúvidas com "membros" da tribo.
Como agradecimento, os sobreviventes da colônia fizeram uma grande festa na colheita seguinte. À mesa farta de alimentos se sentaram índios e europeus. Era o dia de ação de graças, o primeiro feriado norte-americano.
Uma exposição, na sede do museu, detalha as origens da festa e explica seu significado para a nação. Lá, uma ampla loja traz todos os tipos de suvenir que a mente do turista possa imaginar. É quase impossível sair dali sem levar uma lembrancinha.
Plimoth Plantation e Mayflower 2 - O ingresso combinado custa US$ 24 (para adultos), US$ 21 (para pessoas acima de 62 anos) e US$ 14 (para crianças de seis a 12 anos); www.plimoth.org.
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