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26/07/2005 - 20h15

"Rei dos ursos", Rogério Munhoz dá dicas de viagem

SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online

O professor e produtor de eventos Rogério Munhoz, 29, ganhou notoriedade ao participar de um programa na MTV ("20 Poucos Anos" em 2000). Gay assumido, ele também ajudou a organizar o movimento dos "ursos" em São Paulo. Nos EUA, os "bears" (ursos, em inglês) constituem uma comunidade forte no meio homossexual.

Divulgação
Munhoz, "rei dos ursos"
Munhoz, "rei dos ursos"
"Sou gay, gordo, sexy e feliz". Esse poderia ser o lema dos ursos, que promovem festas, encontros e possuem alguns points tradicionais na capital. Quem curte a estética dos "bears", divididos em várias categorias, dependendo do peso e da quantidade de pêlo, é chamado de "chaser" (caçador). Veja as dicas de viagens do "rei dos ursos", que mantém um site na internet e já recebeu até convite para posar nu em revista ("Não dá. Dou aula para adolescentes").

Folha - Qual foi sua última viagem bacana?

Rogério Munhoz - Goiânia. Por desconhecimento, achava que era uma cidade pacata, com jeito de roça, mas é agitadíssima.

Folha - Qual o melhor point gay de lá?

Munhoz - Há uma boate chamada Jump [av. República do Líbano, 1742, Setor Oeste]. A casa lota. Há show de drags. O povo é divertido e gosta de conversar, sem fazer carão [sem atitude esnobe]. Fiz um monte de amigos e me viciei em um drinque bem popular por lá: Cozumel [maior ilha habitada do México], um chope com gelo, limão e sal na borda da taça. No dia, tomei oito taças.

Folha - No interior de São Paulo, qual o melhor lugar para descansar?

Munhoz - Gosto de Serra Negra e Águas de Lindóia [norte do Estado, região de estâncias hidrominerais]. Dá para dar um pulo também na vizinha Poços de Caldas (MG). É engraçado: este é um roteio do antigo turismo heterossexual, dos casais em lua-de-mel. Também acho muito linda a cidade de Holambra [pólo de floricultura e colônia de imigrantes holandeses, perto de Campinas]. Parece que você está na Europa.

Folha - Você já enfrentou alguma situação constrangedora em hotel?

Munhoz - Uma vez reservei pela internet uma suíte para casal em um resort em Águas de Lindóia. Dei os nossos nomes e tudo. Chegando lá, vimos que no quarto só havia duas camas de solteiro. Na hora, reclamei com o funcionário: "Como assim?! A reserva era para suíte de casal". Então, fomos levados para um quarto de casal em um outro andar. Acho que eles não entenderam que se tratava de um casal de homens. Mas não houve risada nem comentário preconceituoso. O problema não são os hotéis, mas os motéis.

Folha -Você tem alguma história de preconceito?

Munhoz - A hotelaria já consegue enxergar mais o público gay. Mas nos motéis, você ainda encontra no quarto um robe azul ao lado de um robe cor-de-rosa, chinelos tamanho 38 ao lado de um tamanho 44. É o preconceito dentro do próprio mundo hetero: como se mulher sempre tivesse pé pequeno. Além disso, os canais da TV só passam vídeos heteros.

Folha - Que lugares em São Paulo você indicaria para os ursos que visitam a capital?

Munhoz - O mundo gay em São Paulo é muito segmentado. O movimento dos ursos é bastante organizado, com muitas festas e encontros na agenda. Há os bares da Vieira de Carvalho [avenida ao lado da praça da República, na região central, com bares como Caneca de Prata e Boa Noite Rainha] e o ABC Bailão (danceteria na r. Marquês de Itu, 182, também próxima à praça da República]. Outra dica é a balada da Trash 80's (Clube Caravaggio, r. Álvaro de Carvalho, 40, Centro). O sucesso com os ursos foi tão grande que a matinê dos domingos virou "Ursound". Para comer, há alguns restaurantes freqüentados pelos gays na região dos Jardins: o Ritz [alameda Franca, 1088], o L'Open [alameda Itu, 1466] e o Spot [alameda Ministro Rocha Azevedo, 72].

Folha -Você conhece ursos que reclamam das poltronas dos aviões?

Munhoz - Avião é complicado. Tenho um amigo médico, de 180 quilos, que ocupa dois assentos. Viajar para ele é uma loucura, pois tem de falar com a companhia aérea ou comprar dois bilhetes. O Jesus, irmão da Ivete Sangalo, já ficou entalado no banheiro de um avião da Varig e conta a história com bom humor. Graças a Deus, ainda estou cabendo em uma cadeirinha.

Folha -O que você curte no Rio, um destino obrigatório no turismo GLS?

Munhoz - Estive na parada gay do Rio. Descobri uma boate nova na Barra, a Space Club (av. Sernambetiba, 5.750), que é imensa, um quarteirão inteiro. Vale a pena.

Folha -No exterior, qual o destino que você sonha conhecer?

Munhoz - Grécia. Sou professor, gosto de história e filosofia. Seria legal ir a todos aqueles lugares da antigüidade e também conhecer os bares e boates. San Francisco [EUA] também deve ser legal, pois há um evento que reúne milhares de ursos. Nos EUA, já conheço Nova York.

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