Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/07/2005 - 09h16

Santiago vale mais que um "pit stop" rumo às estações de esqui

ROBERTO DE OLIVEIRA
da Revista da Folha

Se você pretende seguir viagem em direção às estações de inverno do outro lado dos Andes, reserve um espaço a mais na bagagem para outro cachecol e um casacão mais urbano, que combinem com um par de tênis surrado, bem confortável. Ao embarcar para os points de esqui no Chile, como Valle Nevado, Portillo e Termas de Chillán, considere uma pausa em Santiago, capital do Chile. Vale a pena.
Nem tão charmosa quanto Buenos Aires nem pitoresca como La Paz, Santiago tem encantos de outra sorte. É civilizada, moderna, histórica e bonita. Como lá não existe um emaranhado de edifícios altos (os prédios são mais baixos por precaução aos tremores de terra), assiste-se a uma imagem privilegiada dos montes cobertos de neve.

Nos dias secos, os mais sensíveis podem até reclamar da poluição. Devido à sua localização geográfica, entre duas cadeias montanhosas, Santiago sofre com as condições atmosféricas. Mas, se tiver sorte de encontrar um dia limpo, um funicular leva até o morro San Cristóbal, de onde se tem a melhor vista panorâmica da capital chilena.

Esqueça carros e trânsito --no caso de Santiago, não tão caótico como La Paz, Lima e São Paulo. Segura, a capital chilena é um lugar para ser apreciado em seus detalhes e, de preferência, com tranqüilidade.

Parafraseando o poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973), o Chile é um "país delgado". Pode-se afirmar o mesmo de sua capital, plana e de proporções miúdas, o que facilita o deslocamento, inclusive a pé. Santiago tem metrô eficiente e limpo, e os táxis costumam ser mais baratos do que no Brasil, principalmente fora dos horários de pico. Independentemente do meio de transporte, mapa na mão é o mínimo que se exige do viajante para explorar o centro.

Construções dos séculos 18 e 19 convivem em harmonia com a arquitetura moderna --infelizmente, não será possível assistir à troca da guarda nem tirar uma bela foto do clássico Palácio de La Moneda, que está passando por reforma em sua fachada. Até o final deste ano, o edifício deve ganhar um lago artificial; enquanto isso, a visitação é feita pela entrada dos fundos.

Inaugurado em 1805 para funcionar como a casa da moeda do país, o palácio tornou-se sede do governo 41 anos depois. Chegou a sofrer bombardeios em 11 de setembro de 1973 --foi no La Moneda que o ex-presidente socialista Salvador Allende, eleito em 1970, se suicidou nesse mesmo dia, quando foi instaurado o regime militar comandando pelo ex-ditador chileno, o general Augusto Pinochet (1973-1990).

Comida, diversão e arte

Flanando pelas ruas de Santiago, difícil não se lembrar da bela história do garoto pobre Pedro Machuca e de seu amigo riquinho Gonzalo Infante, protagonistas do filme "Machuca", de Andrés Wood, obra de ficção crítica aos anos de repressão no Chile.

Só por sua importância histórica, o Palácio La Moneda já valeria uma tarde, mas o edifício costuma abrigar também exposições de arte. Aos fundos do palácio, sempre ocorrem mostras e exposições, como a dos carabineros --a polícia chilena.

Para dar uma relaxada e pensar na vida, caminhe pelo calçadão em direção à Plaza das Armas, onde chilenos de diferentes origens sociais e turistas perambulam. No coreto, shows de música clássica e popular ocorrem quase que diariamente. Em frente à praça, está a catedral.

Tem gente demais? A uma quadra fica o antigo e calmíssimo ex-prédio do Congresso Nacional, com seu belo jardim, uma boa pedida para renovar os ares. Seguindo cerca de seis quadras, está uma das mais impressionantes obras de paisagismo da América do Sul, o Cerro Santa Lucia, certamente a mais exuberante de Santiago.

No lugar de um morro árido, um imenso parque repleto de caminhos tortuosos, terraços e torres barrocas que remetem diretamente à obra do arquiteto catalão Antoni Gaudí (1852-1926).

Sinal do outono, as folhas forram o chão do Parque Forestal --que se estende pela margem do rio Mapocho--, criado na virada do século 19. Quase impossível não notar a imponência do prédio do Museu Nacional de Belas Artes, inaugurado em 1910, que divide o parque.

Bonecos de cera, que representam os índios mapuches --"mapu", terra, "che", homem, em mapudungun--, ocupam o vão de entrada. Hoje, a população mapuche, que sobreviveu aos efeitos da ocupação de seu território pelos espanhóis, está separada pela fronteira entre o Chile e a Argentina.

Há quem fique mais impressionado com o teto de vidro e com a estrutura de metal belga desse prédio art noveau. A maior parte do acervo do museu é preenchida por obras do período colonial em diante, principalmente de artistas chilenos.

Bateu fome? O Mercado Central, que funciona das 6h às 16h, é o melhor lugar para apreciar as especialidades chilenas, principalmente frutos do mar. Construção de ferro pré-fabricada na Inglaterra e montada em Santiago em 1868, abriga barracas de peixe, como cação e salmão, baldes de ostras, mariscos, mexilhões, frutas e legumes. Lá, os garçons falam português.

Os frutos do mar do Pacífico são bastante diferentes dos encontrados por aqui. Puxe uma cadeira, escolha um bom vinho local e sinta-se bem longe de casa.

QUEM LEVA: Atlantis, tel. 5572-4225 (www.atlantisviagens.com.br). A partir de US$ 578. Inclui aéreo, traslados, três noites em apto. duplo com café da manhã, seguro-viagem, city tour e passeios a vinícola Concha y Toro.
Fenix, tel. 3255-4666 (www.fenixtur.com.br). A partir de US$ 1.093. Inclui aéreo, traslados, quatro noites em apto. duplo com meia pensão (café da manhã e jantar) em Valle Nevado e uso ilimitado de "ski-lift" (meios de elevação), duas noites em Santiago em apto. duplo com café da manhã, seguro-viagem e city tour.
Primordial Turismo, tel. 3257-1667 (www.primordialturismo.com.br). A partir de US$ 578. Inclui aéreo, traslados, três noites em apto. duplo com café da manhã, seguro-viagem, city tour e passeio a Vina Del Mar e Valparaiso.

Roberto de Oliveira viajou a Santiago a convite da LAN e Fenix Operadora.

Leia mais
  • No Equador, um giro pela Avenida dos Vulcões, Cuenca e Quito
  • Quatro paisagens distintas formam o pequeno país (série de três reportagens)

    Especial
  • Veja outras opções de destinos na América do Sul
  • Leia o que já foi publicado sobre o Equador
  •  

    Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
    ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade