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05/08/2005 - 20h06

João Pessoa oferece maior área verde das Américas por habitante

ROBERTO DE OLIVEIRA
da Revista da Folha

Se você está procurando praias paradisíacas semidesertas, área verde, história e tranqüilidade sem batucada ou axé music, embarque para João Pessoa, capital que mantém um jeitão de interior.

Para alívio de quem procura sossego, a cidade está fora do circuitão nordestino, longe da ferveção e dos resorts com recreação para entreter turista. Em compensação, é dona de um mar azul-claríssimo, piscinas naturais transparentes, falésias coloridas, a maior área verde das Américas (54,7 árvores por habitante) e a segunda maior reserva de mata atlântica do país. Tudo a preços abaixo da concorrência --como Salvador, Recife, Porto de Galinhas, Fortaleza, Natal e Pipa.

Embora não seja tão concorrida como outras capitais do Nordeste, João Pessoa, a terceira cidade mais antiga do Brasil --é de 1585-- não carece de infra-estrutura. Há bons hotéis, restaurantes e agências para recepcionar o visitante --quase todos concentrados em poucos quarteirões entre as calmas praias de Tambaú e Cabo Branco.

A noite não é lá muito animada; os casais param o carro na orla e ficam curtindo a lua cheia de portas abertas. Mas, no lugar onde o Sol nasce primeiro no Brasil, quem vai querer esticar madrugada afora atrás de baladas?

Pule cedo da cama. Antes das 5h já está claro, horário em que a avenida Cabo Branco, à beira-mar, é interditada para cooper. Escolha o melhor lugar na praia e vá se bronzeando. Por volta das 11h, tire o excesso de protetor solar para não espantar os peixes e vá mergulhar nas piscinas naturais de Picãozinho, acessível somente nos dias de maré baixa (em tempo de lua cheia e nova), a cerca de 1,5 km da praia. Leve snorkel e nadadeira. O passeio é feito em catamarã, dura cerca de três horas e custa R$ 20.

De volta à terra, vá visitar o ponto mais oriental das Américas, a ponta dos Seixas, no final da praia do Cabo Branco, a 14 km da cidade. É o lugar do Brasil mais próximo à África e à Europa. Do alto, fincado numa falésia, fica o farol de Cabo Branco, no formato de um pé de sisal, de onde se tem uma bela vista da orla.

O pequenino mas charmoso centro histórico da cidade fica bem distante da praia. De um lado, casarões dos séculos 17 e 18 que misturam os estilos clássico, neogótico e barroco; do outro, um imenso manguezal com o rio Sanhauá dando o ar da graça.

Perto dali estão o convento de Santo Antônio e a igreja de São Francisco, um prédio de 1770 que abriga um museu com exposições. O acabamento inclui talhas em madeira recobertas de ouro e cantarias em pedra com motivos portugueses e orientais, influência da colonização portuguesa na China. Na saída, azulejos que retratam a paixão de Cristo.

Por volta das 16h é um bom horário para seguir pela orla em direção a Cabedelo, município ao norte de João Pessoa, uma pacata península entre o Atlântico e o rio Paraíba. Logo após a divisa, marcada pelo encontro do rio Jaguaribe com o mar, vem a praia de Intermares, com um espaço para desova de tartarugas. Poucos metros depois, torna-se o principal reduto de surfistas do Estado.

Aproveite para ver o pôr-do-sol na praia fluvial do Jacaré, onde, todos os dias, turistas e nativos se encontram nos bares ribeirinhos --o melhor deque é o do bar Golfinho, onde a trilha sonora do crepúsculo é Ravel, tocado por músicos da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Rumo ao sul Reserve um dia inteiro para explorar o litoral sul, onde estão as praias mais belas da Paraíba, a cerca de 20 minutos de carro de João Pessoa. Graças à barreira de corais que cercam suas oitos baías, a temperatura média da água fica ao redor de 28 graus.

Logo na entrada do distrito de Jacumã, há acesso para a praia do Amor. O nome, conta o guia Jörg Schwermann, 31, um turista alemão que há oito anos "virou" paraibano, foi inspirado em uma cerimônia dos índios tabajaras, que costumavam passar por baixo de uma abertura entre as rochas para ter sorte na vida amorosa.

Uma boa opção é percorrer andando os cerca de 3 km entre as praias de Tabatinga, com seu paredão de falésias e algumas mansões, e Coqueirinho, a mais procurada por banhistas. Pergunte nas barracas no final da orla sobre o caminho de acesso à formação rochosa conhecida como Dedo de Deus, de onde se tem uma vista privilegiada do alto da falésia.

Pouco adiante fica Tambaba, a primeira praia oficial de nudismo do Nordeste. Vale lembrar que não é permitida a entrada de homens desacompanhados de mulheres na área reservada. O outro lado da praia, a menos de cinco minutos de caminhada, é semideserto e aberto a qualquer visitante.

A tentação é grande. O jeito é tirar a roupa e se jogar em uma de suas piscinas naturais. Naturalista, natureba ou afins, pelo menos em um quesito não há controvérsia. A beleza de Tambaba encanta.

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