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29/09/2005
-
12h29
Enviada especial da Folha de S.Paulo à Suíça
Seus bancos são célebres por guardar bem o dinheiro alheio. Mas os suíços também sabem proteger aquilo que lhes pertence. Tanto que ganharam da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) o direito de chamar alguns de seus cartões-postais de patrimônio da humanidade. Entre eles, o centro medieval de Berna, os glaciares de Jungfraujoch e os castelos de Bellinzona.
A arte e o conhecimento produzidos em terras suíças também estão sob guarda, como se vê na capital, no Centro Paul Klee e no Museu Histórico de Berna, que recebe uma megaexposição sobre Albert Einstein e sua relatividade --teoria que tomou forma durante a estada do físico na cidade.
Cortando as paisagens alpinas do país, de trem ou de ônibus, o visitante percebe que, ao mudar-se para lá, o cientista não teve uma má idéia. Ainda que o entusiasmo dos suíços não seja dos mais contagiantes.
Relógio biológico
Às terças e aos sábados, barraquinhas coloridas pipocam pela praça. Não há sinal de folhas ou cascas no chão do largo, que, aliás, fica diante da Bundeshaus, sede do governo. Perto dali, um painel eletrônico indica que o próximo ônibus passará às 10h07. Às 10h08, nenhum rastro dos que esperavam pelo transporte coletivo.
Essa é uma cena de Berna, a capital suíça, com 122 mil habitantes, onde o som mais ouvido é o dos sinos das igrejas. Na verdade, esse panorama serviria para retratar o cotidiano de qualquer cidade do país, formado por 26 Cantões.
É um povo que vive mansamente, sem pressa, mas sob austera organização, guiado por seus relógios infalíveis e cortando ruas com suas bicicletas.
É esse modo de passar os dias que une as três Suíças, a alemã, a italiana e a francesa, apesar de o povo ser poliglota. O suíço sabe ao menos duas das quatro línguas oficiais --que incluem ainda o romanche-- e o dialeto de sua região, além, é claro, do inglês.
Essa riqueza lingüística ajuda o turista, mas ela não vem sozinha. Pergunte a um local como chegar a seu hotel, e ele pensará sobre o melhor caminho a indicar e repetirá as instruções até ter certeza de que você não vai se perder, desejando um bom passeio --com sorriso discreto, mas cortês.
Juliana Doretto viajou a convite do Switzerland Tourism e da Swiss Airlines
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JULIANA DORETTOEnviada especial da Folha de S.Paulo à Suíça
Seus bancos são célebres por guardar bem o dinheiro alheio. Mas os suíços também sabem proteger aquilo que lhes pertence. Tanto que ganharam da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) o direito de chamar alguns de seus cartões-postais de patrimônio da humanidade. Entre eles, o centro medieval de Berna, os glaciares de Jungfraujoch e os castelos de Bellinzona.
JDoretto/Folha Imagem |
Grama baixa vira carpete em muralha sinuosa que contorna o Castelgrande |
A arte e o conhecimento produzidos em terras suíças também estão sob guarda, como se vê na capital, no Centro Paul Klee e no Museu Histórico de Berna, que recebe uma megaexposição sobre Albert Einstein e sua relatividade --teoria que tomou forma durante a estada do físico na cidade.
Cortando as paisagens alpinas do país, de trem ou de ônibus, o visitante percebe que, ao mudar-se para lá, o cientista não teve uma má idéia. Ainda que o entusiasmo dos suíços não seja dos mais contagiantes.
Relógio biológico
Às terças e aos sábados, barraquinhas coloridas pipocam pela praça. Não há sinal de folhas ou cascas no chão do largo, que, aliás, fica diante da Bundeshaus, sede do governo. Perto dali, um painel eletrônico indica que o próximo ônibus passará às 10h07. Às 10h08, nenhum rastro dos que esperavam pelo transporte coletivo.
Essa é uma cena de Berna, a capital suíça, com 122 mil habitantes, onde o som mais ouvido é o dos sinos das igrejas. Na verdade, esse panorama serviria para retratar o cotidiano de qualquer cidade do país, formado por 26 Cantões.
É um povo que vive mansamente, sem pressa, mas sob austera organização, guiado por seus relógios infalíveis e cortando ruas com suas bicicletas.
É esse modo de passar os dias que une as três Suíças, a alemã, a italiana e a francesa, apesar de o povo ser poliglota. O suíço sabe ao menos duas das quatro línguas oficiais --que incluem ainda o romanche-- e o dialeto de sua região, além, é claro, do inglês.
Essa riqueza lingüística ajuda o turista, mas ela não vem sozinha. Pergunte a um local como chegar a seu hotel, e ele pensará sobre o melhor caminho a indicar e repetirá as instruções até ter certeza de que você não vai se perder, desejando um bom passeio --com sorriso discreto, mas cortês.
Juliana Doretto viajou a convite do Switzerland Tourism e da Swiss Airlines
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