Publicidade
Publicidade
24/11/2005
-
09h04
Enviado especial da Folha de S.Paulo à Bélgica
O chocolate era desconhecido dos europeus até o descobrimento da América. É um produto asteca. Foi trazido do México para o velho continente pelos espanhóis.
Mas só bem depois dos descobrimentos é que os belgas esboçaram o trajeto que os levaria a ser um dos grandes países "chocolatiers" da Europa. Um brevê de 1667 permite que um belga de Bruxelas produza chocolate.
Em 1846 a atual capital belga possuía cinco moinhos de cacau. Duas décadas depois, dois fabricantes já faziam chocolate com máquinas a vapor.
Em 1912 os belgas criaram um ovo de Colombo gastronômico e se especializaram na produção das pralinas, de início amêndoas confeitadas que se tornaram um chocolatinho tenro e recheado. A colonização do Congo criou uma fonte de fornecimento estável de matéria-prima.
Talvez não seja leviano dizer que nunca nasceu um cacaueiro em toda a Bélgica. O país se esmera no processamento do chocolate, e não na produção da matéria-prima. "Eles se especializaram no refinamento e na arte da chocolateria, produzindo bombons e doces. O cacau vem da América, da Ásia ou da África", explica o chef pâtissier francês Fabrice Lenud.
Cada belga consome em média 7 kg de chocolate por ano. Mas a produção é sobretudo exportada. Há marcas conhecidíssimas, como a Newhaus (1857), a Côte d'Or (1870) ou a Godiva (1920).
São ao todo 150 empresas, em geral pequenas e médias, que empregam 11,5 mil pessoas e faturam anualmente 2,2 bilhões de euros. "O país é do tamanho da ilha de Marajó e é o maior produtor de chocolate do mundo. Boa parte de sua economia está baseada nisso", completa Lenud.
O setor optou pela qualidade quando há cinco anos uma norma da União Européia facultou o uso de seis tipos de gordura que não fossem a de cacau. A Bélgica não queria perder para a Suíça e para a França o mercado de chocolates finos. Foi por isso que o cacau continuou a ser empregado pelas mais conhecidas empresas como fonte exclusiva de gordura. O uso apenas de manteiga de cacau, em vez de gorduras vegetais, é uma das características que garantem ao chocolate o atestado de qualidade e pureza.
Há quatro museus do chocolate na Bélgica. O de mais fácil acesso se encontra em Bruxelas, num dos prédios históricos da conhecida Grand Place. O espaço reconta a história do alimento, com fotos e objetos, além de uma pequena oficina, que mostra todas as etapas da produção artesanal. O endereço é 13 Grand Place 1.000.
Colaborou a Redação
Leia mais
Bélgica realça arte e história
Elite de artesãos ergueu riqueza
Veja alguns pacotes para a Bélgica
Em terras belgas, quadrinhos têm status de grande arte (exclusivo para assinantes)
Povo vê no monarca um "ombudsman" (exclusivo para assinantes)
Pralina é ovo de Colombo gastronômico (exclusivo para assinantes)
Bebida nacional, cerveja belga é mais forte (exclusivo para assinantes)
Com mescla de estilos, Grand Place é inspiração de escritores (exclusivo para assinantes)
Especial
Leia o que já foi publicado sobre turismo na Bélgica
Veja outras opções de destino na Europa
Guias
Guia Visual resume a Europa em 20 países
Conheça o Guia de Conversação - Europa
Chocolate recheado é obra-prima belga
JOÃO BATISTA NATALIEnviado especial da Folha de S.Paulo à Bélgica
O chocolate era desconhecido dos europeus até o descobrimento da América. É um produto asteca. Foi trazido do México para o velho continente pelos espanhóis.
J.B.Natali/Folha Imagem |
Doces em forma de casinha, tradição do país |
Em 1846 a atual capital belga possuía cinco moinhos de cacau. Duas décadas depois, dois fabricantes já faziam chocolate com máquinas a vapor.
Em 1912 os belgas criaram um ovo de Colombo gastronômico e se especializaram na produção das pralinas, de início amêndoas confeitadas que se tornaram um chocolatinho tenro e recheado. A colonização do Congo criou uma fonte de fornecimento estável de matéria-prima.
Talvez não seja leviano dizer que nunca nasceu um cacaueiro em toda a Bélgica. O país se esmera no processamento do chocolate, e não na produção da matéria-prima. "Eles se especializaram no refinamento e na arte da chocolateria, produzindo bombons e doces. O cacau vem da América, da Ásia ou da África", explica o chef pâtissier francês Fabrice Lenud.
Cada belga consome em média 7 kg de chocolate por ano. Mas a produção é sobretudo exportada. Há marcas conhecidíssimas, como a Newhaus (1857), a Côte d'Or (1870) ou a Godiva (1920).
São ao todo 150 empresas, em geral pequenas e médias, que empregam 11,5 mil pessoas e faturam anualmente 2,2 bilhões de euros. "O país é do tamanho da ilha de Marajó e é o maior produtor de chocolate do mundo. Boa parte de sua economia está baseada nisso", completa Lenud.
O setor optou pela qualidade quando há cinco anos uma norma da União Européia facultou o uso de seis tipos de gordura que não fossem a de cacau. A Bélgica não queria perder para a Suíça e para a França o mercado de chocolates finos. Foi por isso que o cacau continuou a ser empregado pelas mais conhecidas empresas como fonte exclusiva de gordura. O uso apenas de manteiga de cacau, em vez de gorduras vegetais, é uma das características que garantem ao chocolate o atestado de qualidade e pureza.
Há quatro museus do chocolate na Bélgica. O de mais fácil acesso se encontra em Bruxelas, num dos prédios históricos da conhecida Grand Place. O espaço reconta a história do alimento, com fotos e objetos, além de uma pequena oficina, que mostra todas as etapas da produção artesanal. O endereço é 13 Grand Place 1.000.
Colaborou a Redação
Leia mais
Especial
Guias
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- De centenárias a modernas, conheça as 10 bibliotecas mais bonitas do mundo
- Legoland inaugura parque temático de artes marciais com atração 3D
- Na Itália, ilha de Ischia é paraíso de águas termais e lamas terapêuticas
- Spa no interior do Rio controla horário de dormir e acesso à internet
- Parece Caribe, mas é Brasil; veja praias paradisíacas para conhecer em 2017
+ Comentadas
Sobre a Folha | Expediente | Fale Conosco | Mapa do Site | Ombudsman | Erramos | Atendimento ao Assinante
ClubeFolha | PubliFolha | Banco de Dados | Datafolha | FolhaPress | Treinamento | Folha Memória | Trabalhe na Folha | Publicidade
Copyright Folha.com. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicaçao, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha.com.