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27/04/2006
-
12h07
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Jalapão
Entre Ponte Alta e Mateiros, há duas das principais atrações da região. A primeira é a cachoeira da Velha, no rio Novo, uma garganta em formato semicircular que forma um panelão d'água e que, no inverno, a época de chuvas, parece uma hidromassagem dentro de uma sauna, pois o vapor de água domina a cena.
A queda não é alta, mas a cachoeira e o entorno são muito bonitos. A chegada se dá por cima, de onde se podem avistar o rio, a queda e um chapadão ao fundo. É uma visão impressionante.
Porém entrar na água nesse período do ano é desaconselhável, pois ela fica muito agitada. Fora desses dias de chuva, há vários locais para se refrescar e nadar.
Existem duas praias por perto, uma um pouco abaixo da cachoeira, que é ótima para banhos, e outra a cerca de 100 m rio acima, que é um bom lugar para quem vai com mais dias e curte a prática de camping selvagem --há espaço para algumas barracas embaixo de copas de árvores bem à beira do rio.
Dali, em dias de águas calmas, é possível cruzar para a outra margem e chegar à outra queda da cachoeira da Velha. O rio Novo é o lugar de prática de rafting no Jalapão. Existem programas com até quatro dias de descida com pernoites nas margens (na Canoar; www.canoar.com.br).
Duna
A outra parada antes de Mateiros são as muito faladas dunas do Jalapão. Elas são um dos motivos de alguns chamarem a região de deserto. Pode soar estranho falar em dunas em pleno cerrado brasileiro, mas é isso mesmo. Formados por sedimentos originados da erosão natural das serras e chapadas bem próximas dali --que têm por volta de 300 milhões de anos--, os montes são algo inusitado e contribuem para reforçar o caráter exótico e único da região. E não se vêem dunas pequenas não, são bem altas.
A vista que se tem lá de cima compensa a íngreme subida. Se estiver seguindo esse roteiro, provavelmente vai chegar por ali no fim do dia, e esse é o horário perfeito para ver a luz lateral atingindo as serras vizinhas, apreciar a bela paisagem e depois assistir ao pôr-do-sol.
Para a gente daquelas bandas, se você não viu o cair da tarde nas dunas, você não viu nada. É como se fosse um ritual necessário para entender a complexidade das belezas do Jalapão.
Marcando a entrada para as dunas, na beira da estrada, há uma pequena casa. Ali fica a família de Davi e Abenita Alves de Souza, que toma conta da área e cobra a taxa de visitação. Há uma mesa de sinuca, cafezinho a R$ 0,50 e artesanato de capim dourado, que é uma espécie de mato que só cresce na região. Criados na comunidade dos mumbucas, esses objetos feitos da haste do capim que brilha feito ouro ganharam o mundo. E o pessoal aproveita a grande procura e o movimento de turistas para reforçar o orçamento.
Edu Marin Kessedjian viajou a convite da RSB Produções
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Jalapão: Praias e cachoeira enchem os olhos
EDU MARIN KESSEDJIANColaboração para a Folha de S.Paulo, no Jalapão
Entre Ponte Alta e Mateiros, há duas das principais atrações da região. A primeira é a cachoeira da Velha, no rio Novo, uma garganta em formato semicircular que forma um panelão d'água e que, no inverno, a época de chuvas, parece uma hidromassagem dentro de uma sauna, pois o vapor de água domina a cena.
A queda não é alta, mas a cachoeira e o entorno são muito bonitos. A chegada se dá por cima, de onde se podem avistar o rio, a queda e um chapadão ao fundo. É uma visão impressionante.
Edu Marin Kessedjian/FI |
Cachoeira da Velha encanta |
Existem duas praias por perto, uma um pouco abaixo da cachoeira, que é ótima para banhos, e outra a cerca de 100 m rio acima, que é um bom lugar para quem vai com mais dias e curte a prática de camping selvagem --há espaço para algumas barracas embaixo de copas de árvores bem à beira do rio.
Dali, em dias de águas calmas, é possível cruzar para a outra margem e chegar à outra queda da cachoeira da Velha. O rio Novo é o lugar de prática de rafting no Jalapão. Existem programas com até quatro dias de descida com pernoites nas margens (na Canoar; www.canoar.com.br).
Duna
A outra parada antes de Mateiros são as muito faladas dunas do Jalapão. Elas são um dos motivos de alguns chamarem a região de deserto. Pode soar estranho falar em dunas em pleno cerrado brasileiro, mas é isso mesmo. Formados por sedimentos originados da erosão natural das serras e chapadas bem próximas dali --que têm por volta de 300 milhões de anos--, os montes são algo inusitado e contribuem para reforçar o caráter exótico e único da região. E não se vêem dunas pequenas não, são bem altas.
A vista que se tem lá de cima compensa a íngreme subida. Se estiver seguindo esse roteiro, provavelmente vai chegar por ali no fim do dia, e esse é o horário perfeito para ver a luz lateral atingindo as serras vizinhas, apreciar a bela paisagem e depois assistir ao pôr-do-sol.
Para a gente daquelas bandas, se você não viu o cair da tarde nas dunas, você não viu nada. É como se fosse um ritual necessário para entender a complexidade das belezas do Jalapão.
Marcando a entrada para as dunas, na beira da estrada, há uma pequena casa. Ali fica a família de Davi e Abenita Alves de Souza, que toma conta da área e cobra a taxa de visitação. Há uma mesa de sinuca, cafezinho a R$ 0,50 e artesanato de capim dourado, que é uma espécie de mato que só cresce na região. Criados na comunidade dos mumbucas, esses objetos feitos da haste do capim que brilha feito ouro ganharam o mundo. E o pessoal aproveita a grande procura e o movimento de turistas para reforçar o orçamento.
Edu Marin Kessedjian viajou a convite da RSB Produções
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