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15/06/2006
-
09h15
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Belém (PA)
Bem no centro de Belém fica o forte do Castelo, construção ligada à origem da cidade. Erguido em 1616, está voltado para o encontro do rio Guamá com o mar. De lá, das grossas paredes que servem de apoio a grandes canhões, se tem a melhor vista para o principal ponto turístico da capital paraense: o mercado Ver-o-Peso.
Entre o forte e o mercado, avista-se um trecho bastante degradado, em que homens e mulheres tomam banho nas águas do rio, comem açaí em barraquinhas e dormem em redes esticadas nos barcos que ficam ali atracados. Apesar de a descrição soar algo bucólica, a cena não é bonita. Tudo sujo, o mau cheiro toma o ar e o moço da farmácia no meio do cenário avisa: cuidado com o "mão fina" (batedor de carteira).
Belém é assim: intercala lugares lindos a trechos degradados. À primeira vista, a cidade é feia. Suja, enlameada, quente, bagunçada. As calçadas são tomadas por barracas, que, à noite, se transformam em amontoados de gente e desencorajam o turista de caminhar.
A reação é evitar o passeio. Mas ela pode ser exagerada. Um motorista de táxi se recusa a fazer a corrida: "Mas a Estação das Docas [destino da corrida] é a cinco quadras daqui, vá caminhando". Não é perigoso? "Não. Pode ir", garante.
Ao passar dos dias, a cidade vai mostrando seu lado bonito. São museus, prédios, vistas do rio. Lugares únicos, que só poderiam estar lá, mas são isolados. Não formam um conjunto bonito, porque não estão colados uns aos outros. Ficam escondidos na bagunça geral, que camufla também iniciativas de revitalização, como a Estação das Docas, uma praça de alimentação montada dentro das docas reformadas, e o núcleo Feliz Lusitânia --onde ficam o forte, a Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra. Pontos que são ilhas na cidade.
À terceira vista, na volta da viagem, a primeira impressão é confirmada. A cidade é feia. Mas aqui e ali há lugares que compensam a longa jornada.
A viagem, aliás, não é só longa como é cara. A passagem aérea pode custar R$ 1.440 (veja preços na pág. F5). Assim, é difícil encarar a cidade como um destino turístico --exceto para fãs de gastronomia e arquitetura.
Porém, aqueles que rumam a destinos de natureza nos arredores passarão alguns dias na cidade. E, nesse tempo, poderão reunir boas lembranças.
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HELOISA LUPINACCIEnviada especial da Folha de S.Paulo a Belém (PA)
Bem no centro de Belém fica o forte do Castelo, construção ligada à origem da cidade. Erguido em 1616, está voltado para o encontro do rio Guamá com o mar. De lá, das grossas paredes que servem de apoio a grandes canhões, se tem a melhor vista para o principal ponto turístico da capital paraense: o mercado Ver-o-Peso.
Entre o forte e o mercado, avista-se um trecho bastante degradado, em que homens e mulheres tomam banho nas águas do rio, comem açaí em barraquinhas e dormem em redes esticadas nos barcos que ficam ali atracados. Apesar de a descrição soar algo bucólica, a cena não é bonita. Tudo sujo, o mau cheiro toma o ar e o moço da farmácia no meio do cenário avisa: cuidado com o "mão fina" (batedor de carteira).
Belém é assim: intercala lugares lindos a trechos degradados. À primeira vista, a cidade é feia. Suja, enlameada, quente, bagunçada. As calçadas são tomadas por barracas, que, à noite, se transformam em amontoados de gente e desencorajam o turista de caminhar.
A reação é evitar o passeio. Mas ela pode ser exagerada. Um motorista de táxi se recusa a fazer a corrida: "Mas a Estação das Docas [destino da corrida] é a cinco quadras daqui, vá caminhando". Não é perigoso? "Não. Pode ir", garante.
Ao passar dos dias, a cidade vai mostrando seu lado bonito. São museus, prédios, vistas do rio. Lugares únicos, que só poderiam estar lá, mas são isolados. Não formam um conjunto bonito, porque não estão colados uns aos outros. Ficam escondidos na bagunça geral, que camufla também iniciativas de revitalização, como a Estação das Docas, uma praça de alimentação montada dentro das docas reformadas, e o núcleo Feliz Lusitânia --onde ficam o forte, a Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra. Pontos que são ilhas na cidade.
À terceira vista, na volta da viagem, a primeira impressão é confirmada. A cidade é feia. Mas aqui e ali há lugares que compensam a longa jornada.
A viagem, aliás, não é só longa como é cara. A passagem aérea pode custar R$ 1.440 (veja preços na pág. F5). Assim, é difícil encarar a cidade como um destino turístico --exceto para fãs de gastronomia e arquitetura.
Porém, aqueles que rumam a destinos de natureza nos arredores passarão alguns dias na cidade. E, nesse tempo, poderão reunir boas lembranças.
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