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31/08/2006
-
12h53
Enviada especial da Folha de S.Paulo à Espanha
Longas caminhadas, solidão, meditação, busca espiritual, aventura. Essas são as palavras que mais vêm à mente quando se fala em percorrer o caminho de Santiago de Compostela. Mas --talvez para o desagrado dos puristas--, um número expressivo de pessoas vêm se aventurando na famosa rota dos peregrinos unicamente para explorar os museus, a culinária, as vinícolas e os monumentos históricos que a compõem.
Não se tem registro preciso de quando os peregrinos começaram a seguir essa rota marcada pela Via Láctea para ver o Sol morrer no oceano Atlântico.
Mas foi a partir da descoberta da tumba do apóstolo são Tiago na atual Santiago de Compostela, no século 9º, que sua popularização ganhou impulso. Alguns historiadores o consideram uma coluna vertebral da unidade cultural européia: os caminhantes partiam de lugares que hoje são Suécia, Holanda, Reino Unido em rotas distintas que confluíam até a França, para então chegar à Galícia como uma única corrente. É célebre a frase do escritor alemão Johann Wolfgang Goethe (1749-1832): "a Europa foi feita peregrinando a Compostela".
O auge da peregrinação a Santiago foi nos séculos 11 e 12. Para muitos, a viagem era de ida e de volta: o caminho da vinda, o do pecado; o da volta, o da purificação. Em 1135, o papa Calixto 2º incumbiu o frade Aimeric Picaud de escrever uma obra sobre o Caminho. Um dos cinco volumes acabou se tornando o primeiro guia pormenorizado sobre a peregrinação.
No século 16, a peregrinação começou a enfraquecer e portas se fecharam. Além disso, viajantes dos países que passaram pela Reforma Protestante deixaram de peregrinar.
Somente no século 20 o caminho foi resgatado. Segundo dados da Arquidiocese de Santiago, em 2005 houve 93.924 peregrinos cadastrados (que fizeram pelo menos os últimos 100 km a pé ou a cavalo ou 200 km de bicicleta). Não há dados sobre o número de peregrinos brasileiros em 2005, mas em 2004 eles foram 1.439.
Em 1987, o caminho foi declarado o Primeiro Itinerário Europeu pelo Conselho da Europa e em 1993, e Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Os picos de peregrinação de meados dos anos 80 até hoje foram 1999 e 2004. A peregrinação aumenta a cada Ano Santo Jacobeo: quando o dia de são Tiago (25 de julho) cai em um domingo. O próximo é 2010.
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Longas caminhadas, solidão, meditação, busca espiritual, aventura. Essas são as palavras que mais vêm à mente quando se fala em percorrer o caminho de Santiago de Compostela. Mas --talvez para o desagrado dos puristas--, um número expressivo de pessoas vêm se aventurando na famosa rota dos peregrinos unicamente para explorar os museus, a culinária, as vinícolas e os monumentos históricos que a compõem.
Não se tem registro preciso de quando os peregrinos começaram a seguir essa rota marcada pela Via Láctea para ver o Sol morrer no oceano Atlântico.
Folha Imagem |
Catedral de Santiago, ponto final da rota |
O auge da peregrinação a Santiago foi nos séculos 11 e 12. Para muitos, a viagem era de ida e de volta: o caminho da vinda, o do pecado; o da volta, o da purificação. Em 1135, o papa Calixto 2º incumbiu o frade Aimeric Picaud de escrever uma obra sobre o Caminho. Um dos cinco volumes acabou se tornando o primeiro guia pormenorizado sobre a peregrinação.
Folha Imagem |
Palácio Episcopal de Astorga |
Somente no século 20 o caminho foi resgatado. Segundo dados da Arquidiocese de Santiago, em 2005 houve 93.924 peregrinos cadastrados (que fizeram pelo menos os últimos 100 km a pé ou a cavalo ou 200 km de bicicleta). Não há dados sobre o número de peregrinos brasileiros em 2005, mas em 2004 eles foram 1.439.
Em 1987, o caminho foi declarado o Primeiro Itinerário Europeu pelo Conselho da Europa e em 1993, e Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Os picos de peregrinação de meados dos anos 80 até hoje foram 1999 e 2004. A peregrinação aumenta a cada Ano Santo Jacobeo: quando o dia de são Tiago (25 de julho) cai em um domingo. O próximo é 2010.
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