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07/02/2007 - 17h01

"Diário de Bordo": Passeio pelo canal Beagle revela fauna

MAIRA HORA
Colaboração para a Folha Online

Diário de BordoO canal Beagle é resultado da avalanche de um glacial que se desconectou da cordilheira Darwin avançando por um vale. Como consequência pós-glacial foi invadido pelo mar.

HMS Beagle. Este era o nome da embarcação que tinha como capitão, Fitz Roy, 27 anos, um aristocrata em missão evangelizadora que queria constatar cientificamente a gênesis. Leva a bordo o naturalista britânico Charles Darwin, 22 anos.

O canal torna-se laboratório de pesquisa e de lá são levadas diversas espécies desconhecidas até então ao Museu Britânico. A Patagônia argentina se fez importante na elaboração da teoria evolucionista de Darwin, resultando nos livros "Origem das Espécies", 1859 e a "Viagem do Beagle", no qual dois capítulos dizem respeito à Patagônia Argentina.

Em um tour que se inicia no porto turístico Don Eduardo Arturo Brisighelli de onde podemos avistar o Museu Marítimo, que também era o antigo Presídio, o Museo del Fin del Mundo, a antiga Casa do Governo, a área industrial aí instalada desde 1980, podemos também perceber o principal: Ushuaia.

Ushuaia é muito mais charmosa e colorida do que, de fato, víamos por terra, suas casas, suas esquinas, suas construções anglicanas, os bosques, a neve tudo sempre vigiado pelas imensas montanhas.

Aqui podemos observar em direção ao mar os Montes Olívia, Cinco Hermanos, as Estâncias Fique e Túnel, os Montes escarpados. O trajeto nos levará para as Ilhas de los Pájaros e Los Lobos, ambas pertencentes ao Arquipélago Bridges. Passamos pela Estância Tunel, no passado abrigou uma fábrica de tonéis de madeira.

Um pouco mais à frente teremos a Ilha los Lobos onde se encontra um habitat natural de leões marinhos e cormorões imperiais. Podemos avistar também ao redor albatrozes, petrels e patos. As embarcações desligam os motores para não assustar os animais enquanto navegamos ao redor da ilha, aí permanecemos por 20 minutos.

Depois seguimos em direção ao farol Les Eclaireus. Logo nos dirigimos à Ilha dos Pássaros onde podemos observar cormorões imperiais (de longe se parecem muito com pingüins, mas não são). Deste ponto é possível se observar um rebocador encalhado, o Saint Christopher Tugboat que chegou em Ushuaia em 1953 para rebocar o transatlântico Monte Cervantes com 1.117 passageiros, que naufragou em 1930, os passageiros foram retirados nos botes salva-vidas.

Existem outras variantes do mesmo passeio. Uma delas é seguir em frente, cruzando por trás do Farol Les Eclaireus, passar pela Ilha Gable, onde se vêem lengas bandeiras, árvores entortadas pelo forte vento. Segue até a Estância Harberton (a mais antiga da Terra do Fogo, foi fundada por Thomas Bridges em 1887), a Ilha Martillo, faz a volta na Pinguinera para se ver pinguins magalhânicos, mas este prolongamento só é feito no verão.

Existe também uma outra rota que é pelo Parque Nacional embarcando em Puerto Aires na baía de Lapataia, fazendo baía Ensenada, Ilhas Redonda e Estorbo, baía Golondrina até chegar nas Ilhas Bridges, ir até a Ilha los Lobos e retornar à baía de Ushuaia, esta rota também só é feita no verão.

Maira Hora viajou a convite da Aerolíneas Argentinas, Instituto Fueguino de Turismo e Wolf

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