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06/03/2007 - 17h30

"Diário de Bordo": Confira o que fazer para "matar" o tempo no aeroporto

MAGALY PRADO
Colaboração para a Folha Online

Diário de BordoHoje em dia é bom ir preparado para tomar um chá de cadeira dentro de um aeroporto --isso quando existem cadeiras disponíveis. Mesmo em situações normais, sem atrasos, um mero check-in dispende algumas horas com as centenas de passageiros de cada vôo.

A própria companhia aérea recomenda que se chegue até 3h antes do horário da partida, quando a viagem é internacional. Tem lógica, se for contar que o pessoal de terra precisa checar documentos e reservas e depois, verificar o peso e despachar malas. O Brasil possui máquinas para que o próprio passageiro emita o seu cartão de embarque, mas a maioria não usa. Alguns aeroportos, como por exemplo, o de Winnipeg, no centro-sul do Canadá, que maquininhas estão a postos, é preciso usá-las até porque ninguém por lá faz essa tarefa pelo passageiro.

Magaly Prado/Folha Imagem
Aeroporto JFK - Massagens no XpressSpa
Aeroporto JFK - Massagens no XpressSpa
Mas claro, sempre tem alguém bufando na fila achando um "verdadeiro horror" aquela demora. E ainda, a lamentação de não ter dinheiro suficiente para ir de primeira classe, para, entre outras coisas, não pegar fila nesse momento.

Fora a fase do check-in, inúmeros passageiros encaram conexões para outros destinos. Carecem ou de uma boa dose de paciência para a próxima espera ou sair literalmente voando pelos corredores para chegar a tempo do próximo vôo.

Magaly Prado/Folha Imagem
Com laptop, passageiro aguarda vôo para SP
Com laptop, passageiro aguarda vôo para SP
Existem aqueles que se deparam com atrasos na hora do embarque por vários motivos, mas ultimamente a culpa tem caído em cima dos controladores de vôo, mesmo quando está na cara, ou melhor, no céu, que o tempo está totalmente encoberto e o aeroporto fechado para pousos e decolagens. E não adianta explicar para o passageiro inconformado que é melhor ele ficar quietinho em terra firme do que pegar uma turbulência pesada.

Problemas de overbooking todas as companhias têm. Não resolve dizer que passageiro também reserva e não aparece na hora H. Mas essa espera, muitas vezes para ser encaixado no vôo do dia seguinte só frustra ainda mais aquele que quer ou precisa voar.

Magaly Prado/Folha Imagem
Pizzaria ajuda a matar tempo no aeroporto JFK
Pizzaria ajuda a matar tempo no aeroporto JFK
Check-in, mau tempo, overbooking, conexões, atrasos de vôo, não importa o motivo, o ideal é se preparar para ter o que fazer em um aeroporto.

Quer um exemplo? Escolhemos o John F. Kennedy International Airport, conhecido como JFK, um dos aeroportos de Nova York, EUA, situado no Queens.

O que fazer enquanto esperamos?

1. Ficar sentadinho

É possível conhecer o aeroporto por inteiro pegando o AirTrain (gratuito) que leva passageiros pelos terminais. A criançada costuma adorar. O JFK é muito grande com seus nove terminais, mas pelo menos possui várias cadeiras, razoavelmente confortáveis, para quem não quer fazer nada e ficar só esperando e pensando na vida.

2. Caminhadas

Várias pessoas não param quietas e caminham pelo aeroporto, de cima a baixo. Opção consciente é do trabalhador da construção civil Luciano Frageri Carlos, 26, que prefere ficar andando para lá e para cá enquanto não chega a hora do embarque. "Fico só pensando que vou ficar 10 horas sentado no avião. Então, o melhor é caminhar bastante, não é?", disse Frageri fazendo as contas do tempo de vôo de Nova York - São Paulo. Sem contar que Frageri fará uma conexão e depois seguirá até Cuiabá, cidade para a qual não volta há dois anos, um mês e cinco dias (ele faz questão de enumerar), desde que pagou U$ 9.000 para os coiotes passá-lo do México para os EUA.

3. Surfando na internet

Cada vez mais encontramos passageiros que não dão a menor bola para o tempo de espera: aqueles que se entretêm com seus lap tops. Sentam no chão, ligam o aparelho no modo sem fio ou nas inúmeras tomadas espalhadas ao longo do aeroporto e pronto, estão conectados! Um deles surfava em alguns sites, o designer Indevjeel Sandha, 26, que mora em Amsterdã e estava em Nova York fazendo um curso de seis meses. "Estou tentando voltar para a casa."

Melhor é fazer como Mahdi, 19, que tira o sapato e relaxa, enquanto navega na internet. Ele é da Arábia Saudita, estava em Nova York e pretendia pegar um vôo para os Emirados Árabes.

4. Trabalho, trabalho, trabalho

Há quem não para de trabalhar e aproveita para mandar e receber e-mails pelo celular. No caso do advogado Leandro Zancan, 50, um modelo blackberry, que possui um teclado maiorzinho que facilita enxergar as letrinhas. Zancan vai de Nova York para São Paulo, onde trabalha, e depois para o Rio, onde mora.

5. Quebra-cabeça

Quem é viciado em esquentar a cabeça com o Sudoku, pode escolher entre as inúmeras revistinhas e livrinhos com o jogo. A mania pegou entre pessoas de todas as idades e é um ótimo passatempo.

6. Só um lanchinho

Se a vontade é só dar uma beliscada em algo gostoso, a pedida é provar um daqueles muffins (bolinho fofo). Escolha os que vêm com recheios, como o de cranberry e nozes, por exemplo. Para acompanhá-lo, um yogurte de frutas vermelhas (U$ 6,26). No Au Bon Pain.

7. Fome de leão

Mas se você não é dado a lanches rápidos, e precisa comer mesmo, há restaurantes de vários tipos de cozinha espalhados pelos corredores. O Wok & Roll de comida chinesa, por exemplo, é bastante freqüentado.

8. Nem lanche nem comida demorada

Pizza! A Sbarro é famosa e bem movimentada. Sempre sai uma pizza quentinha do forno. Pode controlar a ansiedade e comer apenas um pedaço. Nada do que se possa comparar às nossas melhores pizzarias, mas dá para matar a fome, aquela que provém da ansiedade nesses momentos.

9. Um cafezinho para acordar

Não sei se acorda, mas lá no Café Ritazza servem aquele copão de chafé (um café tão fraco que mais parece um chá). Tome dois para ver se funciona. E como em qualquer outro Café, as pessoas é que se servem.

10. Tira-gosto e drinks

Valquíria Dillon, 31, e seu enteado Lucas Leite, 8, aguardam o vôo para São Paulo. "Gosto de olhar as coisas para comprar e também para comer", diz Valquíria que prefere as quesadillas e drinks. Um lugar propício é o bar Samuel Adams New York. Vive lotado. Já Lucas gosta de brincar com os jogos de mão, como o jóquei-pô.

11. Uma leitura vai bem

Nada melhor para passar o tempo do que uma boa leitura. Para quem esqueceu de levar o livro que estava lendo ou prefere comprar lá mesmo na livraria do aeroporto. A Hudson News, uma espécie de revistaria, livraria e venda de snacks, oferece uma gama variada de livros e revistas para todo tipo de gosto.

12. Vista cansada

Mas se já está com os olhos vermelhos, cansados, uma alternativa interessante são os audiobooks. Que ótimo não precisar esforçar a vista. Na Hudson Booksellers tem dos clássicos aos mais desconhecidos. Títulos como "The World is Flat", de Thomas Friedman e "Cross", de James Patterson, ganham destaque nas prateleiras. Os marcadores de livro com pingentes de biju são graciosos e custam U$ 6,50. Fone no ouvido e boa viagem rumo à história.

13. Sem cabeça para concentrar

Então, uma alternativa é aprender a falar inglês com os audiobooks. Nada de prestar atenção em tramas mirabolantes. Apenas uma frase aqui, mais uma daqui há pouco. Outras opções incluem o francês, o espanhol e até o chinês.

14. É o corpão que está cansado

O XpressSpa dá um jeitinho. Massagens relaxantes no corpo todo ou rápidas, variam de preço conforme o tempo de duração, que vai de 10 a 30 minutos. Só nas costas é a mais em conta (U$22 a U$ 45). Foot massage ou reflexologia nos pés é o forte da casa (U$24 a U$50). Se não quiser ninguém colocando a mão em você, pode levar pra casa uns sabonetes bonitinhos.

15. Por dentro das notícias

Há quem prefira estar a par do que acontece no mundo lendo jornais. Uma ótima pedida!

16. Loja de museu

O The Metropolitan Museum of Art possui uma loja com artigos lincados às obras. Tanto para adultos quanto para crianças. Para presentear: jóias finas ou mesmo o William, o hipopótamo egípcio azul, o mascote do museu, é uma boa dica de lembrancinha.

17. Algo mais simples

Para relembrar do destino visitado leve um souvenir. Nos quiosques pelo meio dos corredores é possível adquirir aquelas camisetonas com os dizeres: I (coração) NY. Outros artigos que possuem a marca Nova York ou a famigerada maçã são caixas de bombons com macadâmias, por exemplo, esse tipo de castanha não é muito popular por aqui.

18. Mais baratinho ainda

Na Bijoux Terner tudo custa U$ 10. Lenços, bijuterias espalhafatosas, bolsinhas de festa, chapéus, gorros etc. Vale a espiada.

19. Pelo menos é útil

Os pilows, espécie de travesseiro para o pescoço, dão conforto na hora de dormir sentado no avião ou no aeroporto mesmo. Muitos colocavam o sono em dia largados pelas poltronas. De diversas cores e estampas os pilows custam de U$ 12 a U$ 18.

20. Criançada irrequieta

Criança não quer nem saber de ficar comprando, quer é brincar. Se as lojas de brinquedos que colocam na vitrine almofadas no formato de balas ou chocolates não fizerem efeito, os vários quiosques da Fun Zone com suas máquinas de games e fliperamas canalizam bem a energia dos baixinhos.

21. Sobrou dólar

É sempre bom reservar uns trocados para torrar nas inúmeras lojas de duty free, ou mesmo extrapolar o limite do cartão só um pouquinho para aproveitar as promoções do melhor chocolate do mundo. Mas se não quer engordar, passe longe da prateleira da Godiva. Vá para as lojas de roupas, acessórios, malas ou cosméticos. Dois potes de creme da Clinique, o Clinique Travel Exclusive, day SPF 15 e repair night sai por U$ 68,50.

22. Compras, compras, compras

Ainda não tem máquina fotográfica? Nos quiosques de equipamento eletrônico pode-se comprar uma HP Photosmart, 5.0 mp, 4 X zoom, vídeo com áudio etc. por U$ 189. Vai dar para fazer umas fotos aéreas se a poluição do ar deixar.

23. Serviços

Ah! Só para lembrar, o Passenger Services fornece vários serviços aos passageiros: telefone (e cartões de telefone), acesso à internet, sala de imprensa, sala de conferências (nessas alturas do campeonato, ninguém vai querer aproveitar o tempo livre para marcar uma conferência, mas enfim, tem), bancos, lugar para trocar dinheiro etc.

24. Aqui dentro, não!

OK, uma opção é pegar o Bus Express e dar uma volta pela cidade. A dica é tomar aquele que vai até a Penn Station. Cerca de uma hora e meia contando a ida e a volta (U$ 22). Dá para passear pelo coração de Manhattan e tirar lindas fotos no meio dos letreiros luminosos da Times Square. Não vai perder o vôo, hein!

25. Socorro! Quero esticar as pernas em uma cama!

Mas se o cansaço é demais e a demora vai longe, procure o balcão de informações e lá mesmo faça a reserva de um hotel.

(*) Magaly Prado é jornalista, radiomaker e professora universitária. Em aeroportos, costuma ouvir as rádios locais enquanto espera a próxima partida
 

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