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08/03/2007 - 19h13

"Diário de Bordo": Expedição Cone Sul cruza fronteira com Argentina

da Folha Online

Diário de BordoO casal Flávio Prado e Maira Hora decidiu pegar um carro e sair em férias. Até aqui, nada demais. O diferente é que os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes do Cone Sul e contar tudo, diariamente, para a Folha Online, dando detalhes sobre aspectos úteis e curiosos do percurso. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.

Confira o relato do quarto dia (4 de março) desta aventura.

Dionísio Cerqueira (SC)- Santo Tomé (Argentina)

Flávio Prado/Divulgação
Horário de saída de Dionísio Cerqueira
Horário de saída de Dionísio Cerqueira
A 200 metros do nosso hotel estava a fronteira, ou seja, dormimos ao lado da Argentina. Amanheceu, lá vamos nós com Enter Sandman do Metallica na cabeça.

Paramos na fronteira, abrimos o porta-malas para os policiais federais checarem o carro e fomos ao lado argentino pedir autorização pra entrarmos no país.

É necessário apresentar identidade, documento original do carro e carta verde (seguro de terceiros e danos pessoais). Se seu carro estiver alienado, tem que ter autorização da instituição financeira para sair do país. Algumas perguntas respondidas e pronto.

Flávio Prado/Divulgação
Fronteira Brasil/Argentina
Casal chega à fronteira com Argentina
Com os vistos nas mãos, o último passo é abastecer o carro do lado argentino, na cidade de Bernardo de Irigoyen, pois é R$ 1 mais barato por litro, além de a gasolina ser melhor.

No entanto, não sei por que cobram mais caro de brasileiros --pelo menos neste posto de gasolina. Eles te avisam que cobrarão a mais por ser brasileiro, uns 12% foi o que pagamos a mais. Não há o que fazer. É a prática na fronteira. Como não havia completado o tanque no Brasil, nos submetemos. Não gostei nem um pouco! Fico pensando: Será que os carros argentinos não gastam a estrada igual ao meu? Será que o meu polui mais? Ou será que é a velha concorrência futebolística, Dieguito x Pelé? E eu é que pago o pato?

Flávio Prado/Folha Imagem
Placa de preços de combustível para os argentinos (acima) e para estrangeiros (abaixo)
Estrangeiro paga mais por gasolina
Primeiro posto policial e fomos parados. Mostramos as autorizações, falamos para onde íamos e se tínhamos comida no carro. O policial que nos fez todas as perguntas estava acompanhado de um outro à paisana, este falou alguma coisa tão rápido e enrolado apontando para dentro do carro que nem nos demos ao trabalho de entender, o policial uniformizado nos mandou ir embora e fomos. "Se no hablas despacio yo no entengo!"

Metállica fervendo e pé na estrada. A paisagem parece a mesma que em Santa Catarina e Paraná, muitos tons de verde e araucárias, mas aos poucos a floresta toma conta de tudo. No caminho para San Pedro, nos sentimos atravessando o vilarejo do filme "A Vila".

Começamos a perceber que a estrada estava repleta de borboletas de todos os tamanhos e cores, azul, branco, laranja, amarelo ouro, amarelo limão. Pareciam fadas bailando na frente do carro e para combinar com tudo isto crianças indo e vindo no meio da estrada. A cena é linda, mas tome muito cuidado, porque neste trecho não há acostamento e as pessoas são obrigadas a andar na beira da rodovia.

Só para dar uma visão geral as pessoas saem do meio da floresta, passando pelo mato alto para andar na beiradinha da rodovia e muitos deles, inclusive crianças, andam com facões imensos, imaginamos que seja para abrir picadas no meio do mato.

A estrada é boa, mas a sinalização é precária, muitas vezes não há acostamento e nem placas para você saber direitinho onde está, mais um motivo para preparar um roteiro de cidade à cidade e ter um bom mapa acompanhando. O limite de velocidade varia de 110Km/h fora do perímetro urbano à 80Km/h alguns quilômetros antes da zona urbana e 60Km/h ou 40Km/h em trechos urbanos.

Nos trechos onde há acostamento, a cada 10 m, existem mini lombadas.

Flávio Prado/Divulgação
No acostamento lombadas a cada 10 metros tentam impedir o tráfego de carros
Lombada evita tráfego no acostamento
Ao passarmos em um lugar chamado Portal de Allen, caímos em uma fenda do tempo e o celular retrocedeu 3 horas, voltando ao horário correto apenas em Cerro Azul. Muito louco, o horário do celular fica mudando todo o tempo.

Entramos em Apóstoles para procurar um hotel e a única coisa que vimos foi um farol que fica fechado uma eternidade. Hotel? Nem pensar. Além de ser domingo e não ter uma só pessoa na rua para pedir informações, não há uma só placa ou indicação de hotel ou centro da cidade e todos os estabelecimentos comerciais estão fechados. Rodamos por meia hora e tchau, Apóstoles, nós e a Alanis Morissette com You Learn fomos embora.

Seguimos para Azara e Santo Tomé, continuamos na rodovia 14, mas para seguir a Santo Tomé, pegamos a RN 105 e foi um show de horror. A rodovia é esburacada, enlameada, e a chuva castigou quase os 70 km inteiros que nos separavam de Santo Tomé. Só a Bebel Gilberto cantando "Acanjú?" para nos acalmar.

Mas foi no meio deste festival de buracos que vimos um pôr-do-sol maravilhoso refletindo em áreas de charco, vimos um céu amarelo, azul e com pequenas tempestades ao fundo, mas brindado com um lindo arco-íris. Essas coisas que só a perfeição da natureza explica. Ficamos tensos, demorou e foi mais cansativo que o previsto, mas foi simplesmente lindo.

Flávio Prado/Divulgação
Pôr-do-sol na estrada que leva a Santo Tomé
Pôr-do-sol na estrada que leva a Santo Tomé
Chegamos a Santo Tomé, e a primeira coisa foi abastecer o carro. Hoje andamos 470 km e ainda temos um quarto de gasolina. Parece que a gasolina aqui é literalmente "power".

Jantamos numa loja de conveniência de um posto de gasolina, pois não achamos nenhum restaurante aberto e depois fomos para o hotel.

Precisamos de energia renovada para amanhã. Pretendemos andar o máximo possível para alcançarmos Buenos Aires logo.

Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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