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09/03/2007
-
21h08
O casal Flávio Prado e Maira Hora decidiu pegar um carro e sair em férias. Até aqui, nada demais. O diferente é que os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes do Cone Sul e contar tudo, diariamente, para a Folha Online, dando detalhes sobre aspectos úteis e curiosos do percurso. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do quinto dia (5 de março) desta aventura.
Confira o que aconteceu com o casal no último dia 5
Argentina: Santo Tomé - Colón
Saímos de Santo Tomé pela rodovia 14 ouvindo "Pump It" do The Black Eyed Peas e agradecendo muito por estarmos de novo na Ruta 14, boa pavimentação e 110 km/h.
Hoje a previsão são 550 km até alcançarmos Colón. Com o tanque cheio, abastecido na YPF e sem diferença de preço nem bomba diferenciada para estrangeiro, seguimos a estrada rumo a Colón e Buenos Aires.
Um pouco antes de chegar a Santa Cruz, a pavimentação fica muito ruim e tem vários caminhões disputando passagem com os veículos menores.
Em Yapeyu, na rodovia 14 km 552, a estrada é fechada e dirigida a um setor de descontaminação. Você passa por uma espécie de pedágio. O carro entra em um setor de descontaminação, eles vaporizam remédio nos pneus e parte de baixo do carro. Você receberá um certificado de descontaminação com o recibo grampeado, deve guardá-lo, pois se a polícia te pedir deve apresentá-lo. Trata-se de um programa nacional de prevenção e erradicação do "picudo del algodonero".
Depois de Alvear, a rodovia 14 segue à direita, porém, entramos à esquerda e pegando, sem perceber, a rodovia 126, andamos 1 km, e a Polícia Caminera nos pára, de novo.
Lá vamos nós: perguntas, documentos e muita simpatia e polidez ao nos indicar o caminho certo para Colón. Eles anotaram todos os dados de nosso carro. É uma prática comum, todos os carros que eles fazem a vistoria anotam seus dados.
Pouco antes de Libertad, há um posto de combustível YPF, mas não abastecemos porque na estrada muitos postos praticam preços diferentes para argentinos e estrangeiros. Um absurdo! A chamada "gasolina para estrangeiro"' custa $ 2,600 e para os argentinos $ 1,934. O babado é forte! Queremos tentar entender o porquê disto. Será que é por que estamos caminhando paralelo à fronteira do Uruguai? Pode ser para evitar que as pessoas cruzem a fronteira só para abastecer? Não sabemos, não conseguimos entender ainda. Por isso, sempre que pararem em uma cidade para dormir, completem o tanque.
Falando em Uruguai, acabamos de receber um SMS da TIM nos dando boas vindas por chegarmos ao Uruguai. Será que erramos o caminho? Mas onde? Esta é a pergunta que não quer calar. Dois minutos depois recebemos outro, nos dando boas vindas por chegarmos à Argentina. Como disse anteriormente, estamos, mesmo na linha de fronteira da Argentina e Uruguai. Ao som da guitarra de Eric Clapton, a aventura fica mais empolgante!
Outra piada é que os pedágios também praticam preço diferenciado para estrangeiros. Será que é um complô contra os turistas? É como se dissessem: -Turistas não venham!
Fomos parados, novamente, pela famigerada Polícia Caminera, que até então tem nos tratado muito bem. Pediram os documentos, olharam os dois triângulos obrigatórios, de acordo com as leis de trânsito argentinas, perguntaram do cambão e do extintor. Tudo ok, seguimos viagem.
Por isso, repito mais uma vez. Outra coisa muito importante, que me foi dita por um amigo, Jorge Otavio, não ultrapassem os limites de velocidade, se você vir uma placa de 20 km/h, é a 20 km/h que deve andar. Ele é muito experiente em viagens deste tipo pela Argentina e nos recomendou imprimir as leis de trânsito argentinas e que quando fossemos parados deixássemos bem à vista dos policiais, para que percebam que você sabe dos seus deveres e direitos dentro da Argentina.
Regionales Maria
Continuamos rumo a Colón: Kid Abelha com "Nada Sei" nos inspira e dá ânimo depois de mais de 5 horas na estrada sem parar. Fazem mais de 200 km que vemos placas de um lugar que vende compotas de doces e queijos diversos, chamada Regionales Maria, estamos ficando cada vez mais curiosos. Não resistimos, após massiva propaganda pela estrada, lá vamos nós, conhecer o local e comprar queijo.
Regionales Maria está na Rodovia Nacional 14, Km 264, cidade Concórdia, região Entre Rios. O lugar é muito lindo, todo pintado de branco e vermelho, tudo super caprichado, com bancos e mesas para que você faça sua pequena refeição na estrada. A cada cinco minutos um carro com placa da Argentina pára. O local é muito movimentado e conhecido pelos argentinos e já virou ponto turístico.
A dona e criadora da marca se chamava Maria e morreu muito cedo, apenas com 32 anos (1953-1986), deixando 6 filhos pequenos. A família transformou o pequeno negócio em uma bem sucedida marca e também em um templo em homenagem à querida Maria. Tudo é cuidado com muito esmero.
Vocês entrarão em um templo de cores, sabores e cheiros dos mais diversos possíveis. As compotas são um show à parte, é incrível a quantidade e variedade, levando-se em consideração que o local não possui, até hoje energia elétrica. A família é muito carismática e vitoriosa por empreender de tal forma em uma empresa que hoje é referência turística na região.
O capricho e atendimento dos funcionários são tão bons que você realmente se sente acolhido por uma família. Na frente do estabelecimento há um local arborizado com mesas e bancos de balanço onde você pode degustar os produtos que comprou. De fato é uma curtição e pequeno descanso para revigorar as energias e retornar à estrada.
Regionales Maria já foi palco, inclusive de um filme chamado, "El camino de San Diego", o protagonista é um jovem missionário fanático por Diego Maradona que pega carona com um caminhoneiro brasileiro até Buenos Aires, para conhecer seu ídolo.
Regionales Maria está há mais de 20 anos fazendo parte da vida dos argentinos com sua contribuição turística e exemplo de persistência. Trata-se mesmo de um oásis na estrada! E nos inspira muito em cada vez mais valorizarmos a família.
Abastecidos e encantados, pé na estrada novamente. E adivinhem? Fomos parados novamente pela Polícia Caminera. Tudo igual e sempre muito educados, mas desta vez tivemos que tirar o extintor e mostrar para o policial.
Seguimos adiante e chegamos em Colón no final da tarde. Fomos direto abastecer e depois à Secretaria de Turismo da cidade, na Avenida Costanera com Gouchón, no Porto do Rio Uruguai. Telefone: 03447-421996. E-mail: turiscolon@ciudad.com.ar. Lá te dão uma listagem com todos os hotéis, hospedarias e albergues da cidade, com preços para todos os bolsos. Você receberá também um mapa da cidade. Hotel escolhido. Estávamos tão cansados que nem ao menos saímos à noite.
Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.
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da Folha OnlineO casal Flávio Prado e Maira Hora decidiu pegar um carro e sair em férias. Até aqui, nada demais. O diferente é que os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes do Cone Sul e contar tudo, diariamente, para a Folha Online, dando detalhes sobre aspectos úteis e curiosos do percurso. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.Confira o relato do quinto dia (5 de março) desta aventura.
Confira o que aconteceu com o casal no último dia 5
Argentina: Santo Tomé - Colón
Saímos de Santo Tomé pela rodovia 14 ouvindo "Pump It" do The Black Eyed Peas e agradecendo muito por estarmos de novo na Ruta 14, boa pavimentação e 110 km/h.
Hoje a previsão são 550 km até alcançarmos Colón. Com o tanque cheio, abastecido na YPF e sem diferença de preço nem bomba diferenciada para estrangeiro, seguimos a estrada rumo a Colón e Buenos Aires.
Um pouco antes de chegar a Santa Cruz, a pavimentação fica muito ruim e tem vários caminhões disputando passagem com os veículos menores.
| Flávio Prado/Folha Imagem |
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| Estrada ruim rumo a Santa Cruz; veja galeria |
Depois de Alvear, a rodovia 14 segue à direita, porém, entramos à esquerda e pegando, sem perceber, a rodovia 126, andamos 1 km, e a Polícia Caminera nos pára, de novo.
Lá vamos nós: perguntas, documentos e muita simpatia e polidez ao nos indicar o caminho certo para Colón. Eles anotaram todos os dados de nosso carro. É uma prática comum, todos os carros que eles fazem a vistoria anotam seus dados.
Pouco antes de Libertad, há um posto de combustível YPF, mas não abastecemos porque na estrada muitos postos praticam preços diferentes para argentinos e estrangeiros. Um absurdo! A chamada "gasolina para estrangeiro"' custa $ 2,600 e para os argentinos $ 1,934. O babado é forte! Queremos tentar entender o porquê disto. Será que é por que estamos caminhando paralelo à fronteira do Uruguai? Pode ser para evitar que as pessoas cruzem a fronteira só para abastecer? Não sabemos, não conseguimos entender ainda. Por isso, sempre que pararem em uma cidade para dormir, completem o tanque.
Falando em Uruguai, acabamos de receber um SMS da TIM nos dando boas vindas por chegarmos ao Uruguai. Será que erramos o caminho? Mas onde? Esta é a pergunta que não quer calar. Dois minutos depois recebemos outro, nos dando boas vindas por chegarmos à Argentina. Como disse anteriormente, estamos, mesmo na linha de fronteira da Argentina e Uruguai. Ao som da guitarra de Eric Clapton, a aventura fica mais empolgante!
Outra piada é que os pedágios também praticam preço diferenciado para estrangeiros. Será que é um complô contra os turistas? É como se dissessem: -Turistas não venham!
Fomos parados, novamente, pela famigerada Polícia Caminera, que até então tem nos tratado muito bem. Pediram os documentos, olharam os dois triângulos obrigatórios, de acordo com as leis de trânsito argentinas, perguntaram do cambão e do extintor. Tudo ok, seguimos viagem.
Por isso, repito mais uma vez. Outra coisa muito importante, que me foi dita por um amigo, Jorge Otavio, não ultrapassem os limites de velocidade, se você vir uma placa de 20 km/h, é a 20 km/h que deve andar. Ele é muito experiente em viagens deste tipo pela Argentina e nos recomendou imprimir as leis de trânsito argentinas e que quando fossemos parados deixássemos bem à vista dos policiais, para que percebam que você sabe dos seus deveres e direitos dentro da Argentina.
Regionales Maria
Continuamos rumo a Colón: Kid Abelha com "Nada Sei" nos inspira e dá ânimo depois de mais de 5 horas na estrada sem parar. Fazem mais de 200 km que vemos placas de um lugar que vende compotas de doces e queijos diversos, chamada Regionales Maria, estamos ficando cada vez mais curiosos. Não resistimos, após massiva propaganda pela estrada, lá vamos nós, conhecer o local e comprar queijo.
| Flávio Prado/Folha Imagem |
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| Regionales Maria" no Km 264 da Rodovia 14 |
A dona e criadora da marca se chamava Maria e morreu muito cedo, apenas com 32 anos (1953-1986), deixando 6 filhos pequenos. A família transformou o pequeno negócio em uma bem sucedida marca e também em um templo em homenagem à querida Maria. Tudo é cuidado com muito esmero.
Vocês entrarão em um templo de cores, sabores e cheiros dos mais diversos possíveis. As compotas são um show à parte, é incrível a quantidade e variedade, levando-se em consideração que o local não possui, até hoje energia elétrica. A família é muito carismática e vitoriosa por empreender de tal forma em uma empresa que hoje é referência turística na região.
O capricho e atendimento dos funcionários são tão bons que você realmente se sente acolhido por uma família. Na frente do estabelecimento há um local arborizado com mesas e bancos de balanço onde você pode degustar os produtos que comprou. De fato é uma curtição e pequeno descanso para revigorar as energias e retornar à estrada.
Regionales Maria já foi palco, inclusive de um filme chamado, "El camino de San Diego", o protagonista é um jovem missionário fanático por Diego Maradona que pega carona com um caminhoneiro brasileiro até Buenos Aires, para conhecer seu ídolo.
Regionales Maria está há mais de 20 anos fazendo parte da vida dos argentinos com sua contribuição turística e exemplo de persistência. Trata-se mesmo de um oásis na estrada! E nos inspira muito em cada vez mais valorizarmos a família.
Abastecidos e encantados, pé na estrada novamente. E adivinhem? Fomos parados novamente pela Polícia Caminera. Tudo igual e sempre muito educados, mas desta vez tivemos que tirar o extintor e mostrar para o policial.
Seguimos adiante e chegamos em Colón no final da tarde. Fomos direto abastecer e depois à Secretaria de Turismo da cidade, na Avenida Costanera com Gouchón, no Porto do Rio Uruguai. Telefone: 03447-421996. E-mail: turiscolon@ciudad.com.ar. Lá te dão uma listagem com todos os hotéis, hospedarias e albergues da cidade, com preços para todos os bolsos. Você receberá também um mapa da cidade. Hotel escolhido. Estávamos tão cansados que nem ao menos saímos à noite.
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