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12/03/2007 - 17h21

"Diário de Bordo": Expedição Cone Sul faz parada em Buenos Aires

da Folha Online

Diário de Bordo Em uma semana de aventura, o casal Flávio Prado e Maira Hora está em Buenos Aires. A parada faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.

Confira o que aconteceu com o casal no último dia 7

Confira o relato do sétimo dia (7 de março) desta aventura.

Buenos Aires

Flávio Prado/Folha Imagem
Bairro de Belgrano em Buenos Aires
Bairro de Belgrano em Buenos Aires
Após deixar o lindo e acolhedor bairro Belgrano, decidimos conhecer o metrô de Buenos Aires.

Pegamos metrô em Jose Hernandez e descobrimos que tanto faz você comprar o bilhete de uma passagem ou um bilhete de dez passagens, o preço fica o mesmo. A passagem custa $ 0,70 --algo como R$ 0,50, ou seja, muito barato e dá para você ir aos principais bairros de Buenos Aires.

Fique atento: os trens são antigos e, em muitos deles, a abertura da porta é manual. Você mesmo deve abri-la um pouco antes de o trem parar na estação, enquanto o fechamento da porta é automático.

Flávio Prado/Folha Imagem
Círculo Militar na av. Santa Fé em frente à praça San Martin
Círculo Militar, em frente à praça San Martin
Saltamos na estação San Martin, no bairro do Retiro. Fomos direto a rua Santa Fé, 883, onde está o Escritório Nacional de Turismo da Argentina (www.turismo.gov.ar). O atendimento é excelente. Os funcionários fornecem mapas de qualquer região e cidade da Argentina. Esta preciosíssima dica está no Rough Guide Argentina - Publifolha.

O único mapa que não conseguimos lá foi o da cidade de El Calafate, mas uma atendente nos encaminhou ao escritório Santa Cruz Patagônia, que fica na rua de trás do Escritório Nacional de Turismo. Elas sabem de tudo e este é o primeiro lugar que o turista deve vir em Buenos Aires.

No escritório de turismo descobrimos até que, no bairro de Recoleta, há rodas de capoeira em algumas praças aos domingos. O que mais nos preocupava era ter acesso aos mapas das principais regiões por onde passaremos. Com isso resolvido, é hora de andar por Buenos Aires.

Flávio Prado/Folha Imagem
Estação ferroviária em Buenos Aires
Estação ferroviária em Buenos Aires
Começamos no Retiro, na Plaza San Martin --esta praça era o antigo bairro Retiro e Praza del Toros, conhecida também como Campo de La Gloria pela heróica luta do povo de Buenos Aires, na segunda invasão inglesa.

O general San Martin, no quartel do Retiro, formou um regimento que triunfou em San Lorenzo com o exército de Los Andes e levou à liberdade o Chile e o Peru. No 92º aniversário de morte do general, em 1942, a praça recebe seu nome.

Fomos descendo e andando até Puerto Madero, passando pela estação ferroviária. Aí fomos avisados por uma simpática mulher que prestássemos muita atenção ao fotografarmos, pois é uma zona crítica. Ela mesma, que é fotógrafa e vive na cidade, já teve problemas, pois há muitos furtos por ali.

Flávio Prado/Folha Imagem
Puerto Madero em Buenos Aires
Puerto Madero em Buenos Aires
Rodeamos toda a zona portuária a pé e depois chegamos em Puerto Madero, que está lindo e reformado, com seus píers, seus restaurantes e construções de tijolos.

Atravessamos os trilhos do trem, agora rumo ao centro. Percebemos que existem muitas crianças nas ruas pedindo "plata" e hoje (07/03/07), lendo o jornal "La Nación", uma das matérias dizia que para ser categorizado como pobre na Argentina, é necessário que uma família tenha uma renda de $ 921 -- abaixo disto, as pessoas são praticamente indigentes.

Ficamos muito comovidos com a situação das crianças nas ruas. Nada que não nos comova também no Brasil, mas não esperávamos ver isto em Buenos Aires, talvez por isso tenha nos tocado mais.

As ruas centrais são bem cheias de pessoas, carros e ônibus, embora muitas delas pequenas e estreitas --as pessoas dividem espaço com diversos tipos de veículos.

Flávio Prado/Folha Imagem
Movimento na rua Lavalle no centro
Movimento na rua Lavalle no centro
Artistas de rua chamando atenção, sons dos mais diversos possíveis, placas, lojas, tudo isto em meio à história argentina. Estamos falando da rua Lavalle, mais precisamente de uma loja de CDs e DVDs chamada Tango's. Nos chamou muita a atenção um tango de Julio Sosa. Em meio a toda o barulho, o tango se sobressai e nos leva para dentro da loja, atendidos por Fabian, que nos mostra toda a loja.

Seguindo a rua Lavalle chegamos na avenida 9 de Julio, onde está o Obelisco, observando a cidade em seus 67 m de altura. Ou entrando na rua San Martin até a Plaza de Mayo e a Casa Rosada --que de rosada não tem nada, ela é terracota.

Antes de chegarmos a Plaza de Mayo, passamos por um edifício em estilo colonial, o único que vimos aqui em Buenos Aires. Trata-se de uma construção chamada de El Cabildo, onde está também um museu que possui artefatos históricos. A sua direita está a Catedral, onde se encontram os restos mortais do general San Martin.

Nos arredores da Plaza de Mayo tivemos a infeliz idéia de perguntar a um policial federal sobre as comemorações do Dia Internacional da Mulher que haveria em Buenos Aires. Este "senhor" mostrou-se um "ogro", deselegante e totalmente destituído de profissionalismo, ao responder-me caçoando das mulheres.

Flávio Prado/Folha Imagem
Casa Rosada, sede do Governo da Argentina
Casa Rosada, sede do Governo da Argentina
Além disto, mais uma vez, percebendo se tratar de uma brasileira, falar sobre futebol e a velha briguinha machista entre os dois países e que nunca encheram nem o meu bolso de dinheiro nem o de qualquer argentino. Eu não estou nem aí se o Pelé ou o Maradona jogam bem e quem é o melhor! Naquele momento ficou muito claro que a polícia federal não está em Buenos Aires para servir à população e menos ainda aos estrangeiros. Formou-se uma roda de amiguinhos federais que achavam as frases do "ogro" engraçadinhas, e para o meu espanto, até mesmo uma policial federal feminina, que também deveria sentir-se ofendida com as infelizes frases de seu companheiro de trabalho, também dava risada, como se não fosse ela uma mulher igual a mim. Ou seja, desconsiderei todas as informações inúteis que aquele senhor, que deveria ser exemplo de comportamento, me passou.

Fizemos a volta na Plaza de Mayo e encontramos na rua Bolívar com Alsina, a Igreja San Ignácio, com todos os alicerces e andaimes para sua reforma e restauro. Alguns minutinhos de quietude e reflexão dentro da igreja mais antiga de Buenos Aires --ela é de 1675.

Depois disto tiramos umas fotos e fomos nos refrescar no bar e confeitaria Cabildo de Buenos Aires. O andar superior é muito charmoso e você faz um happy hour observando a movimentação na rua Peru com Hipólito Irogoyen.

Energias recompostas, a cidade que não pára, nos chama a uma festa de meninas. Paula, irmã de nossa anfitriã, faz aniversário hoje e lá vamos nós comemorar.

Voltando da festa, na rua Bartolome Mitre, pegamos o metrô e desta vez descemos na Avenida de Mayo para conhecermos o Café Tortoni, declarado "Lugar Histórico Nacional" pelo decreto lei nº 437/97. Trata-se de um café inaugurado há mais de 150 anos e que sempre recebeu importantes artistas e escritores em meio ao glamour de sua elegante decoração art nouveau. Fila na porta e lista de espera.

Retornamos ao bairro Belgrano em um trem do metrô feito em 1913. Os vagões eram uma viagem ao túnel do tempo. Todinho feito em madeira, com espelhos bisotados e rebites em metal segurando as alças em couro que serviam de puxadores para abrir e fechar as janelas dos vagões.

Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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