Turismo
26/11/2004

Overbooking pode estragar viagem

Lembra-se daquela vez em que você pediu para "bloquear" suas duas companhias aéreas preferidas pois sua viagem era muito importante e caso, uma cancelasse o vôo, você estaria assegurado? E daquela vez em que você fez a reserva na classe econômica e na executiva só até fazer pequenos cálculos e depois decidir o que iria preferir? Sem contar as vezes em que você fez uma reserva na classe pagante e outra idêntica na classe de milhagem esperando que, até a data da viagem, você estaria perfazendo mais milhas por meio do cartão de crédito e assim poderia utilizar o prêmio de milhagem?

Imagine quantas pessoas se utilizam desses recursos (se você ainda não conhecia estas técnicas, esqueça-as), provocando uma série de reservas frias, ocasionando o chamado "no show", ou o não comparecimento na hora do embarque?

A prática da marcação de assentos superior à capacidade do avião tornou-se a maneira mais viável de proporcionar uma chance de confirmar a reserva àqueles que pretendem viajar e que não conseguiram confirmação (eles não têm o seu jogo de cintura ou uma boa agência para ajudá-los na confirmação de suas reservas).

Daí temos o balanço ou o inventário da aeronave. Ou seja, a partir de pesquisas ao longo dos anos, as companhias aéreas têm uma idéia aproximada dos passageiros que, em média, não comparecem ao vôo (chamados de "no show") e a partir deste número disponibiliza-se um número de assentos equivalente para passageiros que realmente irão comparecer.

O overbooking ocorre quando um número maior de passageiros caracterizados como prováveis "no show" comparece para o embarque.

Mas o que fazer na hora em que recebemos a notícia triste?

A empresa aérea deverá acomodar o passageiro no vôo seguinte para o destino mencionado no bilhete. Nos casos de vôos nacionais, cuja freqüência é maior, vale o vôo que sair antes, da própria linha aérea ou de outra, desde que haja o aceite do passageiro.

Correm por conta da empresa aérea, a partir deste momento, os gastos do passageiro com alimentação, transporte e comunicação. Guarde todos os recibos e comprovantes advindos com este tipo de despesa neste período.

Nos casos de vôos internacionais, a regra procede. O passageiro deverá ser acomodado na primeira opção de vôo ao seu destino e na mesma classe de reserva prescrita em seu bilhete. A empresa aérea deverá providenciar o endosso do bilhete (se este for endossável) para outra companhia aérea.

Caso o passageiro não seja acomodado no mesmo dia e precise pernoitar em cidade diferente da sua residência, a empresa deverá fornecer hospedagem e alimentação até ser devidamente acomodado. Guarde todos os recibos e notas fornecidos neste período para poder recorrer ao reembolso posteriormente.

Com certeza, nenhuma das alternativas acima alivia e conforta um passageiro prejudicado pelo overbooking. Sabemos que nos casos de reuniões de negócios, doença em família, porte de documentos com prazo de entrega, vôos de conexão, dentre outros, o não cumprimento da viagem causa irreparáveis prejuízos e desgostos.

Mesmo aceitando a inclusão no próximo vôo e o reembolso dos gastos incorridos, o passageiro não perde o direito de recorrer aos ordenamentos jurídicos previstos na legislação brasileira, pleiteando indenização por perdas e danos (quando houver).

Fonte: "Take Off - Primeiro Manual de Orientação e Conhecimento para Passageiros"
 

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