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Otavio Frias Filho reafirma compromissos editoriais da Folha
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DE SÃO PAULO
O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, disse na noite desta segunda-feira que um jornal que completa 90 anos é resultado do trabalho de "sucessivas gerações" e de "homens e mulheres, muitas vezes anônimos, que fizeram da Folha o que ela é".
Durante seu discurso, homenageou os "líderes que moldaram" o jornal e citou: Júlio de Mesquita Filho, que redigiu a carta de intenções da "Folha da Noite" em 1921, Olival Costa e Pedro Cunha, Paulo Duarte e Belmonte, Nabantino Ramos e José Reis, além do jornalista Cláudio Abramo e Octavio Frias de Oliveira, seu pai.
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LEIA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE OTAVIO FRIAS FILHO
Senhoras e Senhores:
Um jornal que completa 90 anos de vida contínua é resultado do trabalho de sucessivas gerações. Homens e mulheres, muitas vezes anônimos, que fizeram da Folha o que ela é.
Eles estão conosco esta noite, nas recordações que deixaram e nos exemplos que nos legaram. Estão presentes na memória viva dos líderes que moldaram este jornal.
Júlio de Mesquita Filho, que redigiu a carta de intenções da "Folha da Noite" em fevereiro de 1921. Olival Costa e Pedro Cunha. Paulo Duarte e Belmonte. Nabantino Ramos e José Reis. Cláudio Abramo e Octavio Frias de Oliveira.
O jornalismo, tal como procuraram praticá-lo, é um serviço de utilidade pública. Divulgar a verdade, estimular um exercício consciente da cidadania, iluminar o debate dos problemas coletivos --que outra atividade seria mais elogiável e necessária do que essa?
E no entanto, o jornalismo sempre fica aquém de sua ambiciosa missão. O julgamento humano é precário. A pressa, inerente à profissão, leva a conclusões precipitadas, relatos superficiais, omissões e erros.
A única resposta para esse dilema, expresso num recomeço diário que lembra o trabalho de Sísifo, é um autêntico desejo de melhorar.
Desejo invocado certa vez por um colega muito querido nosso, quando atribuiu o êxito deste jornal ao "espírito de imigrante".
Até por ter crescido à sombra de um concorrente tradicional, a Folha sempre foi o jornal dos imigrantes. Voltou-se para milhões de pessoas que nasciam ou chegavam a São Paulo dispostas a abrir seu próprio caminho e encontrar um lugar ao sol.
A Folha tornou-se um espelho dessas pessoas. Incorporou sua inquietude, seu arrojo e suas ambições. Cresceu até emergir como um dos principais grupos de comunicação do país, líder no jornalismo diário e na fronteira da internet.
Esse crescimento é fruto da dedicação e do talento dos profissionais que atuam na empresa.
É consequência do apoio de fornecedores, parceiros, anunciantes e agências de publicidade, cujo trabalho também sustenta a liberdade de expressão.
Mas jamais teria acontecido sem aquele que é origem e destinatário de tudo, aquele a quem o Sr. Frias, o criador da Folha moderna, chamava de Sua Excelência, o leitor.
Em nome desse leitor --e como retribuição à honrosa presença, nesta noite, das senhoras e dos senhores-- peço que aceitem a incumbência de continuar sendo fiscais, hoje e amanhã, dos compromissos da Folha com o jornalismo, com a democracia e com o desenvolvimento do Brasil.
Muito obrigado.
Juca Varella/Folhapress | ||
O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, discursa em evento que celebra os 90 anos do jornal |
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