'Minhocas', primeiro longa em stop-motion do Brasil, foi feito com 600 mil fotos
Júnior, uma minhoca almofadinha e mimada, se prepara para mostrar seu novo brinquedo para os amigos e... clique, uma foto é feita. Ele se move só um pouquinho e... clique de novo. Mais de 600 mil fotos depois, o filme brasileiro "Minhocas" está pronto.
A animação, que estreou ontem nos cinemas, é o primeiro longa-metragem em stop-motion no Brasil.
A técnica só é utilizada em longas por outros dois estúdios no mundo, nos Estados Unidos e na Inglaterra, e funciona assim: os bonecos, feitos de massinha e de outros materiais, são fotografados em uma posição e depois em outra, e outra, e outra. Quando as fotos são exibidas em sequência, cria-se a ilusão do movimento.
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Divulgação | ||
Bastidor do filme brasileiro "Minhocas" |
Dá muito trabalho, mas a vantagem, de acordo com Paolo Conti, diretor de "Minhocas", é que o filme pode ter uma qualidade técnica que se mantém atual por mais tempo do que a computação gráfica.
Segundo ele, animações produzidas no computador -ou seja, a maioria das obras de cinema- parecem ultrapassadas pouco tempo depois, mesmo quando utilizam alta tecnologia. Já com stop-motion isso não acontece, disse Conti na pré-estreia promovida pela "Folhinha", no último domingo (15).
A sessão, no Cine Livraria Cultura, em São Paulo, foi seguida por bate-papo entre o diretor, o produtor, Paulo Boccato, e Sérgio Rizzo, crítico de cinema.
Após ver a animação, crianças da plateia tiraram suas dúvidas (leia abaixo).
"Minhocas" conta a história de Júnior e de suas amigas rastejantes contra o vilão Big Wig, um tatu-bola que quer dominar o mundo subterrâneo.
"Demoramos cinco anos para terminar o filme. É um trabalho gigantesco, por isso só há cerca de cem longas em stop-motion no mundo", disse Boccato.
"Minhocas" tem um diferencial. "Gastamos R$ 10 milhões. Os filmes feitos fora do país geralmente custam mais de R$ 100 milhões", afirma Conti.
"Mesmo barato, ele tem padrão de qualidade internacional. O mercado de animação avançou muito no Brasil", afirmou Rizzo.
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