As aventuras da boneca Emília não acabaram quando Monteiro Lobato parou de escrever sobre o Sítio do Picapau Amarelo. Em uma nova série de livros, a escritora Sônia Rodrigues retoma a personagem para viver uma história sobre o passado e o futuro do Brasil.
Em “A Fenda no Tempo”, primeira parte da trilogia “O Retorno de Emília”, vemos o país em 2050, quando algo deu muito errado e, por causa de mudanças climáticas, a Amazônia virou um deserto.
É uma garotinha chamada Akemi, moradora desse deserto, quem liberta Emília ao abrir um livro empoeirado de Lobato.
Inquieta, a boneca resolve investigar o que aconteceu com o país.
Sua missão mais importante é encontrar três cientistas desaparecidos —foi depois do sumiço inexplicável deles que tudo começou a desandar.
Com a magia do pó de pirlimpimpim e um empurrão da tecnologia, Emília embarca numa viagem por diferentes períodos e lugares do Brasil. Conhece a crueldade da escravidão e os conflitos entre índios e europeus.
“Escrevi um livro com a Emília porque queria dar espaço para a criatividade e a irreverência dela”, diz Sônia, que é pesquisadora da obra de Lobato.
Com sua inventividade, Emília consegue transformar o futuro ao mexer os pauzinhos no passado.
É assim quando ela sugere ideias a personagens da nossa história, como dom Pedro 1º e a imperatriz Leopoldina. Depois, quando a boneca volta a 2050, tudo está diferente.
“Acredito que existem partes da história do Brasil que precisam ser mudadas, e a ficção nos dá essa oportunidade”, diz a escritora. “É uma maneira de mostrar que as coisas podem ser diferentes.”
Os cenários das viagens temporais de Emília surgiram da pesquisa que a autora fez enquanto escrevia os livros. A ideia foi incluir dados da história do país para ampliar os conhecimento do leitor.
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