Pais flexibilizam regras para uso de videogame durante a quarentena

Veja 5 dicas de jogos eletrônicos ideais para crianças

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São Paulo

Se mãe é mesmo tudo igual, filho que joga videogame é tão previsível quanto. Experimente dizer que agora é hora de desligar, e ver se a resposta não será “Espera só acabar essa partida?”.

Na quarentena, então, a resistência cresce —afinal, poucos pais conseguiram não afrouxar as regras, e os pequenos aproveitam para testar limites.

Na casa de Camila Pedron, 38, a rotina dos filhos é outra, com a pandemia. “Percebi que a vida deles mudou demais. As atividades na escola, a interação com os amigos, os esportes, não tem como praticar nada. O videogame acaba preenchendo esse espaço”, explica.

Dois meninos sentados no sofá na frente da televisão. O irmão mais velho segura o controle do console enquanto o mais novo assiste.
Os irmãos Felipe, 10, e Eduardo Lilla, 6, jogam videogame durante a quarentena - Arquivo pessoal

Antigamente, Felipe Lilla, 10, e Eduardo Lilla, 6, só podiam ligar o PlayStation 4 aos finais de semana. E, mesmo assim, para ganhar a autorização, tinham antes que descer na quadra, ler um gibi ou brincar com algo que não fosse eletrônico.

A cartilha funcionava na maioria das vezes, conta Camila, mas a batalha sempre existiu. “É muito difícil lutar contra o videogame”, brinca. “Sempre queriam mais um pouquinho. Com a quarentena, eu relaxei um pouco. Um pouco, não, eu relaxei bastante”.

Para a mãe, a decisão fez bem a todos. Felipe e Eduardo se distraem, jogam online com os amigos da escola, e acabam convivendo socialmente –ainda que de maneira virtual.

“Eles conversam, trocam ideias. É a versão do ‘happy hour’ deles”, afirma. Enquanto isso, Camila trabalha, descansa ou cozinha.

O esquema mais flexível compreende uma hora durante a semana, sempre antes das aulas online. Aos sábados e domingos, eles podem jogar de duas a três horas pela manhã, três horas à tarde, e, invariavelmente, o videogame é desligado depois das 20h.

“Não deixo à noite, eles ficam muito agitados e irritados. Estão aceitando bem, apesar de questionar tudo. Se percebo que estão brigando demais, agitados em excesso, e acho que o videogame contribui muito nisso, aí eles perdem o direito”, diz a mãe.

Quando Joaquim Carlos Bissochi nasceu, sete anos atrás, já havia videogame em casa. É que Ana Beatriz Bissochi, 40, e o marido sempre gostaram de jogar – ela, um Wii, ele, um PlayStation. Aos quatro anos, Joaquim ganhou o primeiro console para chamar de seu.

Menino veste pijama e está em pé, na frente da televisão, segurando o controle de um console
Joaquim Bissochi, 7, é filho de gamers e já tem um console para chamar de seu - Arquivo pessoal
Desde então, a regra permitia que ele jogasse seu Xbox aos finais de semana. Tudo corria bem até que a quarentena chegou, bagunçando a vida de todas as famílias, incluindo a de Joaquim, que ficou ansioso, triste e sozinho, na visão da mãe.

“Nos primeiros dias estávamos permitindo a partir das 16h. Mas ele é filho único, dentro do apartamento, não deu para segurar. Liberei geral, só tem as pausas para fazer as obrigações e se alimentar. Às vezes tento propor outras coisas, mas nada de proibições”.

TOP 5

A Youtuber Bibi Tatto, eleita gamer do ano pelo prêmio Miaw 2019 ao lado de nomes como Authentic Games e Malena, fez um ranking especial para a Folhinha, com os cinco melhores jogos atuais adequados para crianças. Confira as escolhas dela:

5 - Mario Kart 8 Deluxe
O clássico Mario Kart não poder ficar de fora. Perfeito para jogar nas horas vagas e para se divertir com mais de uma pessoa. Dá para jogar sozinho ou com a família toda na sala. Além de ser ótimo em estratégia, as partidas são rapidinhas.

4- Overcooked

Esse é ideal para criar estratégias e se organizar. O jogador controla alguns chefs de cozinha. Com o passar da história, vão surgindo obstáculos e desafios para preparar a comida no tempo determinado. É para brincar de cozinha de forma segura e no game. Eu passo horas jogando isso, sempre preparando novos pratos e tendo que tomar decisões difíceis.

3- Unravel 2

Conta a história de um boneco de lã, Yarny, que vive aventuras no mundo real, depois de ser feito por uma senhora. É uma aventura que te deixa animado para saber o que vai acontecer com o bonequinho e quais os desafios que ele vai encontrar. É supereducativo, brincando com questões de física. É o tipo de jogo que cria vínculo com o personagem e faz refletir. Eu adorei jogar o primeiro e o segundo está ainda mais incrível.

2 - Fortnite
Um dos meus jogos favoritos, multiplayer e gratuito. É um “Battle Royale’, onde até 100 jogadores lutam em espaços cada vez menores para serem a última pessoa ou time vencedor. Divertido e também dá pra chamar os amigos pra formar um esquadrão, o que fica bem mais empolgante.

1- Minecraft

Quem nunca ouviu falar nesse game todo quadrado? “Minecraft” faz parte da minha vida desde pequena e acho que continuará por um tempo. Dá pra viver muitas aventuras, tanto sozinho quanto com companhia, além dos minigames maravilhosos que ele proporciona. Eu amo demais e recomendo.

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