“O que a gente mais precisa aprender é ter confiança, e não ansiedade, para chegar ao futuro mais leve”, afirmou Sandra Peres, da Palavra Cantada, durante conversa ao vivo com a Folhinha.
Ela respondia a uma pergunta sobre o que fazer depois da fase mais difícil da pandemia.
Para Peres, o melhor plano no momento é “cuidar da gente”, respeitando o distanciamento social e tudo aquilo que dizem os médicos.
A dupla musical, fundada por Peres e Paulo Tatit em 1994, com o lançamento do álbum “Canções de Ninar”, respondeu às perguntas de crianças e da jornalista da Folha Laura Mattos sobre como estão lidando com o isolamento.
Os fãs da Palavra Cantada também fizeram pedidos de músicas por email e puderam ouvir ao longo da conversa sucessos da dupla como “Sopa”, “Acorda!” e “Lavar as Mãos” —essa última uma composição de Arnaldo Antunes que ficou conhecida por integrar a trilha do programa “Castelo Rá-Tim-Bum”, da TV Cultura.
“A primeira coisa que aprendi nesse momento foi lavar muito bem a mão”, brincou Peres depois que Tatit apresentou a canção.
A dupla tinha a preocupação de que a conversa ao vivo não fosse chamada de “live”, já que no campo musical a expressão se tornou sinônimo de show e um formato cada vez mais popular em tempos de quarentena.
Eles asseguram que têm planos para um show nesse formato, mas estudam com cautela a possibilidade. “A gente fará só quando tiver toda a segurança para nós e para quem for nos ajudar”, diz Peres. “Seria contraditório pedir às pessoas que se cuidem se nós não nos cuidamos.”
Mas tanto Peres quanto Tatit acreditam que esse formato das lives veio para ficar. “É um relacionamento mais próximo do que o show porque você vê a casa do artista”, diz Tatit.
Os artistas também responderam perguntas sobre o que estão fazendo em casa e do que têm mais saudades, além de terem dado dicas de atividades e brincadeiras.
Tatit conta que está gostando de fazer workshops para professores e vídeos em que ensina como tocar músicas da Palavra Cantada. Está aproveitando esse momento para tornar mais vivas as redes sociais do projeto.
Mas sente saudade de seu neto e dos amigos da escola da filha, com quem conversava todos os dias.
Peres sente fala de seu irmão e de seu sobrinho, mas ressaltou que durante a quarentena algo diferente aconteceu. “Comecei a sentir saudades de quem eu achei que nunca sentiria saudades”, disse. “O vazio traz a oportunidade da gente perceber a falta, e também perceber a presença”.
Como mensagem final, Tatit afirmou: “Quanto mais quietinho a gente ficar, mais rápido vai passar”.
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