Será que ainda sou criança? Meninas e meninos dizem o que pensam sobre mudança

Elas e eles falam de quando a infância acaba e se devem ganhar presente no dia 12 de outubro

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São Paulo

Todo mundo parece saber dizer quando é que um bebê vira criança (quando ele aprende a andar), ou quando alguém vira um adulto (quando pode votar e dirigir). Mas será que dá para dizer certinho quando é que, afinal de contas, a gente deixa de ser criança?

Um grupo de pessoas importantes, chamado Organização Mundial da Saúde (OMS), tem a resposta: a infância acaba aos 10 anos. Dali até os 14, eles dizem, acontece a pré-adolescência. Mas essa parece ser só uma teoria, porque, quando a pergunta é feita para as próprias crianças, aí vira bagunça.

Conversamos com várias famílias para saber dos seus filhos com qual idade eles entendem que alguém não é mais criança. E aproveitou, também, para questionar se quem já passou por este momento também tem direito a presente no Dia da Criança.

“Eu deixei de ser criança com 10 anos”, explica Tatiana Rodrigues, 11. “Quando você cresce, muda sua voz, seu corpo e também sua cara. Comigo, às vezes eu fico triste por motivo nenhum. Mas eu ainda gosto de brincar”.

A irmã gêmea, Marina, pensa diferente. “Na minha opinião, a gente para de ser criança depois dos 11 anos, quando você já tem consciência para fazer mais coisas como fazer o almoço mexendo no fogão, e ir para alguns lugares sozinho”.

Tem quem ache que a transição está ligada aos estudos. “A gente é criança até os 12 anos. Na escola, nós subimos para um grau mais difícil”, avalia João Pedro Almeida dos Santos, 12.

E também quem pense que tudo se dá bem cedo: “Eu acho que a gente é criança até os 9 anos”, diz Pina Rozan Guerra, 8.

Passar para a pré-adolescência parece ter prós e contras. Pina já tem planos para quando essa fase chegar. “Eu acho que vou poder fazer o que eu quiser, mesmo quando estiver adolescente. Porque, se eu ainda quiser levar meu bichinho na bolsa, eu levo”.

Aos 12, João Pedro comemora que agora pode levar amigos para dormir em casa. “Posso cortar o cabelo no meu estilo, e ter um estilo especial para as minhas roupas”.

Pedro Guise Rosina, 10, acha que acontecem revoluções. “E você começa a ter barba”, lembra. Já seu irmão Gabriel, 2 anos mais velho, acha que sua transformação ainda não chegou. “Pelo menos eu estou maior do que eu era”, diz.

Todo mundo concorda que haverá espinhas. E alguns falam do que muda também lá dentro. “A nossa emoção fica diferente do que era antes”, resume Pedro Faustino Campanili, 11.

“Quando eu virei pré-adolescente foi bem complicado”, conta Beatriz Schwarzwalder Bruno, 12. “Eu ficava mais brava. Minha cara nem sempre era boa, eu ficava muito triste por conta das responsabilidades. Mas, quando eu cresci, meus pais fizeram um voto de confiança. Pode parecer pouco, mas isso era uma grande coisa para mim”.

“O pré-adolescente quer sair mais, não gosta muito de brinquedo. Mas ele também pode ser criança do jeito dele”, tranquiliza Izabel Larcher Franco, 10. Ela, aliás, está no time dos que esperam presente no próximo dia 12 —a maioria dos entrevistados.

Pina é uma exceção. “Quem já passou dessa fase não deve ganhar presente, porque já não é mais criança. Existe o Dia dos Pais, o Dia das Mães, o Dia dos Avós. Tinham que inventar o Dia do Pré-Adolescente”, decide.

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